Balneário Camboriú, no litoral norte de Santa Catarina, sempre foi um local de belezas naturais exuberantes, atraindo muitos turistas, e logo surgiram os primeiros prédios de apartamentos. Mas esses prédios logo começaram a competir em altura, e assim hoje a belíssima praia está coberta com os arranha-céus mais altos do Brasil. Veja a lista:
- One Tower - Balneário Camboriú (SC) - 280 metros;
- Infinity Coast Tower - Balneário Camboriú (SC) - 237 metros;
- Boreal Tower - Balneário Camboriú (SC) - 220 metros;
- Sky Tower - Balneário Camboriú (SC) - 210 metros;
- Tour Geneve - João Pessoa (PB) - 182 metros;
- Palácio W. Zarzur - São Paulo (SP) - 170 metros, (finalizado em 1967);
- Alameda Jardins Residence - Balneário Camboriú (SC) - 170 metros;
- Edifício Itália - São Paulo (SP) - 165 metros (finalizado em 1965)
- Rio Sul Center - Rio de Janeiro (RJ) - 163 metros (finalizado em 1982);
- Altino Arantes - São Paulo (SP) - 161 metros (finalizado em 1947).
Como você pode ver nas imagens, a praia fica completamente escondida na sombra dos prédios a partir do meio da tarde, e conseguir um lugar ao Sol é um desafio tão gigantesco quanto os edifícios que cercam a praia.
E esse não é o único problema, afinal os prédios altos também interferem nas correntes de ar marítimas, e as ruas no entorno se transformam em verdadeiros túneis escuros de vento. O sistema de tratamento de água e esgoto também já apresentam sinais de saturação segundo alguns ambientalistas, o que e ocasiona a poluição das águas e muitos dias de praia imprópria para banho durante o ano. Outra característica que diferencia a "Dubai brasileira" é que todos esses edifícios são residenciais, ao contrário de todos os outros prédios mais altos do mundo que são comerciais.
Muitos ambientalistas e arquitetos alegam que esse tipo de adensamento urbano é lamentável, e traz prejuízos ao ecossistema da região. Animais marinhos são afetados pela poluição das águas, e se confundem com a sombra onipresente, colocando em risco a fauna e a flora locais, além da própria paisagem ficar poluída com todos os prédios mais altos do Brasil lado a lado, separado por poucos metros entre si.
Ainda assim, as construtoras continuam investindo e construindo outros prédios ainda mais altos, e o negócio imobiliário por lá continua super-aquecido. Como a legislação local não limita a altura de edificações na orla, novos espigões estão projetados e outros já em fase de construção. E assim segue a praia que era um paraíso natural, e agora está ficando cada vez mais apagada, na escuridão de sua própria "grandiosidade"...
Não sei nos dias de hoje, mas Camboriú sempre foi o paraíso dos argentinos cafonas.
ResponderExcluirDaí a barbárie.
Como tudo no capitalismo, o negócio imobiliário segue o princípio de que a empresa é uma abstração e o mercado é a realidade. Os edifícios não existiriam se não houvesse demanda e poder de compra.