segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

ELIS (O FILME)

Roberto Sant'Ana Sant'Ana

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Ontem, depois de assistir a linda conquista da Seleção Brasileira de Futebol Feminino, fui pego pelo querido primo Elysio Santana (o Elysio com a mesma grafia do seu saudoso tio e meu Pai) para irmos ao cinema nos deleitar com a voz, o canto, e as histórias da grande cantora brasileira Elis Regina. Boa idéia.

A imprensa brasileira faz um escandalo quando chega um filme estrangeiro com a mesma temática. Os personagens de lá parecem melhores que os daqui. Não creio nisso.

Fui com o coração pleno de expectativas. Já tinha tido algumas referencias positivas e outras negativas. Duas amigas, Nadjaí Araújo Santos e Andréa Steele, tinham dito que não gostaram e que o filme era sem sincronismo, que a bela atriz Andréia Horta (mineira de Juiz de Fora) não dublava bem, etc. etc. etc.

Assistí todo o filme muito emocionado pois viví e conviví com quase todos aqueles personagens inseridos no filme: Mieli, Boscoli, César Mariano, Nelson Mota. Sentí a presença especial do seu baixista Luisão Maia (saudade) que vem ser o tio de outro grande baixista Arthur Maia. Estive presente em muitas cenas como no Teatro Record em São Paulo quando ela defendeu "Arrastão" de Vinicius e Edu Lobo. 

Assistí no Teatro Brigadeiro, várias vezes, a apresentações de Dois na Bossa com Elis e Jair Rodrigues. A visitei inúmeras vezes no Hotel que ela residia na esquina da Ipiranga com a Rua Santa Efigênia no centro de São Paulo. Pertinho da esquina com a Av. São João, perenizada com a canção Alegria Alegria do Caetano Veloso.

O filme mostra a forte personalidade de uma mulher guerreira despreparada para viver. Brigava com Deus e o Mundo. Até comigo, um pobre mortal, ela ficou inimiga e morreu nestas condições. Apesar do seu irmão Rogério Costa ser meu funcionário na Empresa Saci Produções em sociedade com o Quinteto Violado e Pedro de Souza. Ela veio fazer o show Transversal do Tempo no Teatro do ICEIA. E o meu diretor André Midani pediu-me ou ordenou-me que eu viesse a Salvador acompanhar e assessorar a Pimentinha. O Teatro do Iceia era horrível em termos de acústica.

 Cheguei a Salvador e como primeira missão era acompanhá-la até a TV-Aratú que na época passava a programação da Globo. Em lá chegando fomos conduzidos à sala de espera. Existia um corredor antes do estúdio propriamente dito onde ficava uma caixa reproduzindo os audios da programação. Foi aí que veio um informativo de plantão da Rede Globo informando da queda de um avião da Varig em Paris e que nele estava a atriz Leila Diniz. Elis entrou em prantos com a morte da dita irmã e que fui eu quem mandou colocar a notícia exatamente naquela hora. Gostaria de ter esse poder de determinar para a Rede Globo a minha vontade. Ela saiu da Aratú sem dar entrevista. Depois descobrí através do seu irmão Rogério que ela nunca sequer foi apresentada à Leila Diniz.

Por anos na Polygram fui alvo de indelicadezas dela. Queria e pedia a minha cabeça junto com a do Diretor Comercial Heleno Oliveira.
Elis era uma louca que cantava demais. No palco era arrebatadora e fora dele um transtorno para sua vida pessoal.

Por tudo isso é que ela saiu mais cedo de cena. O que foi uma perda irreparável para o nosso cancioneiro.
A sua briga com Henfil terminou quando ela gravou "O Bebado e o Equilibrista" de uma dupla maravilhosa capitaneada pelo mineiro João Bosco na companhia do excelente Aldir Blanc.

Por hoje e sempre: VIVA ELIS e todo seu repertório rico.

Um comentário:

  1. Gostei muito do filme!!! A atriz está perfeita!!!Aliás, todo o elenco!!!E a direção excelente!!!Recomendo!!!

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