sábado, 3 de dezembro de 2016

IPHAN ATÉ MATA!

Líder de terreiro acusa Iphan de não ter atendido pedido para derrubada da árvore

Da Redação; com Tailane Muniz (redacao@correio24horas.com.br)

'A gente tem documentos aqui que comprovam os vários pedidos protocolados. Informamos não só da necessidade de poda, como também da retirada da árvore', diz iyakékéré do terreiro
Iyakékéré do Terreiro de Alaketu, Josenilda Bispo, acusa o Instituto do Patrimônio Histórico Artístico e Nacional (Iphan) de não ter atendido às constantes solicitações de poda e até retirada da árvore centenária que caiu, na madrugada desta sexta-feira, matando uma pessoa e deixando outras oito feridas. Segundo ela, como o templo religioso é tombado desde 2005, todas as intervenções no espaço são reportadas ao órgão federal para que ele adote as devidas providências.
(Foto: Tailane Muniz/CORREIO )
(Foto: Tailane Muniz) 

"Foi uma tragédia para a gente. Como todos falam, uma tragédia anunciada. Não foi uma negligência. A gente tem documentos aqui que comprovam os vários pedidos protocolados. Informamos não só da necessidade de poda, como também da retirada da árvore", informou Josenilda. Segundo ela, a última poda realizada na árvore centenária foi em 2013.
"Nos reportamos ao Iphan. A pessoa responsável fez um apanhado dizendo que os galhos mais altos e mais finos era humanamente impossível chegar até lá. Depois do término das nossas obrigações, dissemos que poderiam retirar a árvore porque, além de ser muito velha, era muito alta. Como somos tombados pelo Iphan, caberia a ele se reportar ao órgão oficial para vir", explicou.
Ainda segundo Iyakékéré, desde o tombamento do espaço nenhuma poda ocorreu por conta deles. "Como são árvores sagradas, não vamos mandar a pessoa fazer de qualquer jeito, meter a mão. Desde 2013 a gente aguarda que tivesse uma resposta em relação ao pedido de retirada da árvore e não teve", informou. Procurado, o Iphan não explicou porque os pedidos não foram atendidos.
Em nota, o órgão informou que a última vistoria geral no terreiro pelo Iphan ocorreu em dezembro de 2015, "quando não se constataram problemas ou riscos aparentes relacionados à árvore". Após a remoção de toda a árvore e dos escombros decorrentes de sua queda, nova vistoria será realizada pelo Iphan.

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