Suposto apartamento de Palocci pode estar em nome de laranja
Palocci paga aluguel desse apartamento onde mora há quatro anos. Com 640 metros quadrados, o apartamento é de alto luxo. É ladeado por varandas, tem quatro suítes, três salas, duas lareiras, churrasqueira e muito luxo. Só o condomínio chega a R$ 4.600,00 e o IPTU é de R$ 2.300 por mês. Imobiliárias da região dizem que um aluguel no local custa em torno de R$ 15 mil mensais.
O problema é que o dono do imóvel, Dayvini Costa Nunes é um coitado. Já ganhou a vida como vendedor de uma loja de roupas e atualmente sobrevive transportando videogames com sua Saveiro, comprada em sessenta prestações. Deve R$ 400 a uma administradora de cartões de crédito e abandonou curso de Administração na faculdade por não conseguir pagar a mensalidade e até está sendo processado pela escola por não ter quitado o débito de R$ 3.200,00. Até seu telefone fixo e celular foram cortados por falta de pagamento. Tem um salário de R$ 700,00 e é sustentado pela mãe, uma professora da rede pública.
Vamos relembrar sobre esta notícia , que veio a primeira vez a público em 04/06/2011 publicado pelo O Globo.
Na época a VEJA encontrou Dayvini com os dados sobre a posse do imóvel e a tal Lion. Ele afetou surpresa, disse que não sabia de apartamento nenhum e até ironizou: afirmou que sua vontade era pegar o imóvel que estava em seu nome, vender, pagar as contas e comprar uma boa casa para a família. Certo!Dayvini não passa de um laranja, segundo a Veja, que o entrevistou esta semana em sua casa de 70 metros quadrados em Mauá.- Estou surpreso com essa história. Nunca tive bem algum - disse Dayvini.O nome dele começou a aparecer na escritório do imóvel onde Palocci mora em janeiro de 2008. Ele aparece como sendo beneficiário de uma hipoteca de R$ 233.450,00, que foi garantia para a compra do apartamento de Moema onde Palocci mora.- Eu sou pobre. Como eles poderiam ainda me dever?Em setembro de 2008, o imóvel de Dayvini foi transferido por doação para a Lion Franquia e Participações Ltda. NO dia 29 de dezembro do ano passado, quando Palocci já era tido como o principal ministro da presidente Dilma Rousseff, Dayvini assumiu 99,5% das cotas da Lion Franquia. Ele disse que jamais recebeu um centavo do aluguel de Palocci.Depois dessa entrevista, Dayvini ligou para Veja na última sexta-feira, para mudar sua versão. Não negou que era "laranja" da Lion, mas afirmou que entrou no negócio para ajudar um parente.- Eu quero tirar essas empresas do meu nome(...) Esse problema envolve pessoas com quem eu não tenho como brigar. Não tenho como bater de frente com o Palocci - disse o laranja à Veja.Segundo a revista, a Lion usou endereços falsos em suas operações nos últimos três anos. A Lion diz ter recebido o apartamento de Gesmo Siqueira dos Santos, tio de Dayvini. Ele responde a 35 processos por fraudes em documentos, adulteração de combustível e sonegação fiscal.. Um empregada doméstica na casa dele, Rosailde Laranjeira da Silva, também foi usada como laranja em outras quatro empresas abertas por Siqueira Santos.O outro sócio da Lion, Filipe Garcia dos Santos, forneceu ao cartório um endereço fictício no Paraná. A sede formal da Lion fica na cidade de Salto, a 100 kms da capital.
Posteriormente, no entanto, Dayvini telefonou para a VEJA para mudar a sua versão. Sim, ele é laranja da Lion, mas afirmou que participou da fraude. Reproduzo trecho da sua segunda entrevista:
VEJA – Um homem ligou dizendo ser seu tio. O que ele quer?
Dayvini – Desde que você falou comigo, não consigo dormir, por causa dessas coisas que envolvem pessoas com quem não tenho como brigar, como o Palocci, entendeu? Eu não tenho como bater de frente com essas pessoas. Sou laranja.
Dayvini – Desde que você falou comigo, não consigo dormir, por causa dessas coisas que envolvem pessoas com quem não tenho como brigar, como o Palocci, entendeu? Eu não tenho como bater de frente com essas pessoas. Sou laranja.
VEJA – O seu fio disse que o senhor sabia que era laranja.
Dayvini – Ontem, quando você chegou na minha casa, estava um pouco nervoso.
Dayvini – Ontem, quando você chegou na minha casa, estava um pouco nervoso.
VEJA – O senhor mentiu ontem ou está mentindo agora?
Dayvini – Eu menti ontem.
Dayvini – Eu menti ontem.
O caso veio se arrastando desde 2011 e agora, com a prisão de Palocci, merece atenção.
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