sábado, 7 de janeiro de 2017

TCHAU, SECRETÁRIO IMBECIL!

Secretário de Temer deixa cargo após dizer que deveria haver mais massacres


O secretário nacional de Juventude, Bruno Júlio, foi demitido nesta sexta-feira (6), depois de criticar a repercussão dada ao massacre de presos no Amazonas e em Roraima. Ele disse que estava "havendo uma valorização muito grande da morte de condenados, muito maior do que quando um bandido mata um pai de família que está saindo ou voltando do trabalho".
O Palácio do Planalto considerou "infeliz" a declaração do secretário. Segundo assessores do Planalto, porém, o secretário pediu demissão e ela foi aceita pelo presidente Michel Temer na noite desta sexta.
Horas antes, o secretário havia dito que era "filho de policial" e entendia "o dilema diário de todas as famílias". "Quando meu pai saía de casa, vivíamos a incerteza de saber se ele iria voltar, em razão do crescimento da violência", afirmou o secretário - seu pai, Cabo Júlio (PMDB), atualmente é deputado estadual em Minas Gerais.
À coluna do jornalista Ilimar Franco, publicada no site do jornal O Globo, Bruno Júlio disse que "tinha era que matar mais" e "tinha de ter uma chacina por semana". "Eu sou meio coxinha sobre isso. Sou filho de polícia, né? Tinha era de matar mais. Tinha de fazer uma chacina por semana", afirmou à coluna.
Após a repercussão da declaração, o secretário divulgou nota sobre o assunto. "O que eu quis dizer era que, embora o presidiário também merecesse respeito e consideração, eu entendo que também temos de valorizar mais o combate à violência. Mecanismos que o Estado não tem conseguido colocar à disposição da população plenamente", afirmou.
Bruno Júlio foi nomeado por indicação da bancada mineira do PMDB. Ele é presidente licenciado da Juventude Nacional do partido. Para o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, é uma "afronta" mantê-lo na secretaria após as declarações.

Massacre em Manaus

Entre os dias 1º e 2 de janeiro, ao menos 56 detentos morreram durante uma rebelião no Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim), em Manaus. Dezenas de corpos foram encontrados esquartejados, decapitados e queimados. Essa foi a maior matança registrada em presídios desde o massacre do Carandiru, que resultou na morte de 111 presos em 1992, em São Paulo. Na UPP, foram quatro mortos.
A rebelião em Manaus durou cerca de 17 horas e começou na tarde de domingo. A Secretaria de Segurança Pública do Amazonas atribuiu o que aconteceu a uma disputa entre as facções rivais FDN (Família do Norte)--que tem relação com o Comando Vermelho do Rio de Janeiro-- e PCC (Primeiro Comando da Capital), pelo controle do tráfico de drogas.

*NOTA*
Esta não é a primeira vez que o secretário nacional de juventude do governo Temer comete crime. As palavras usadas pelo sr. Bruno Júlio para comentar o massacre ocorrido em Manaus são apologia ao crime, e, portanto, merecem ser repudiadas politicamente e investigadas do ponto de vista judicial.
Ao defender a recente chacina e o o massacre de presos no Brasil, o Sr. Bruno Júlio afasta-se da figura de um gestor público e aproxima-se de um agitador que estimula o ódio, ataca pessoas e estimula práticas ilícitas.
Manifesto a minha indignação diante das palavras do atual SNJ que afirmou que "tinha era que matar mais".
-- "Eu sou meio coxinha sobre isso. Sou filho de polícia, né? Tinha era que matar mais. Tinha que fazer uma chacina por semana."
O mesmo Bruno Júlio, possui uma longa ficha corrida, e é alvo de duas graves acusações: de agressão à ex-mulher e de assédio sexual contra ex-funcionária.
Ele foi acusado de agressão, ameaça e assédio sexual por duas mulheres. Em um dos Boletins de Ocorrência registrados contra Bruno, sua ex-companheira Vitoria Abreu Alves da Costa diz que ele a agrediu com “socos, tapas, chutes e puxões de cabelo, além de ameaçá-la com uma faca”.
As informações constam em dois Boletins de Ocorrência registrados em delegacias de Belo Horizonte.
Embora não seja de surpreender, dada a recorrência de erros graves, essa recente afirmação ultrapassa todos os limites.
Que juventude é essa? Que defende massacre? Que defende chacina e extermínio?
Essas palavras irresponsáveis e criminosas do secretário Bruno Júlio, demonstra bem qual o compromisso do governo de Michel Temer e de sua equipe com a vida dos jovens e com o tema da segurança pública no Brasil. A declaração merece o repúdio, merece o protesto, a tristeza e a indignação.
É uma fala alinhada com perfil de quem defende o extermínio da juventude negra, alinhada com o governo que acabou com o programa Juventude Viva e com a política de direitos humanos. Essa declaração é uma incitação aos massacres e as chacinas.
O secretário Bruno Júlio deverá responder à Justiça por sua apologia aos massacres, chacinas, bem como é urgente e necessário a abertura de um inquérito contra ele, na Comissão de Ética Pública da Presidência da República.
Brasília, DF, 06 de janeiro de 2017.
Jefferson Lima
Ex secretário nacional de Juventude 

Um comentário:

  1. Me pergunto, como alguém com uma mínima sensibilidade consegue ser secretário...

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