sábado, 4 de fevereiro de 2017

MEXIDA NA ANCINE

Troca de dirigentes na Ancine tira o sono do setor audiovisual

Sérgio Sá Leitão, ex-RioFilme, é indicado agência, que também trocará presidente

Cineastas e especialistas debatem rumos do setor e há que tema retrocessos

O Brasil é mais capaz hoje de cuidar de suas telas do que jamais foi. À margem da recessão, o audiovisual nacional vive o alívio de ocupar um alto e inédito patamar de produção, em termos quantitativos e qualitativos, alcançado à custa de muito trabalho e de políticas públicas construídas ao longo dos últimos 15 anos. De um lado, há números que comprovam a saúde do cinema nacional, como os 16,5% de participação de filmes brasileiros no mercado em 2016, segundo o Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual. De outro, existe o selo de qualidade de festivais internacionais importantes, como de Roterdã (25 de janeiro a 5 de fevereiro) e o de Berlim (9 a 19 de fevereiro), que selecionaram, respectivamente, 15 e 13 títulos brasileiros só em suas edições deste ano.
troca de diretores ancine
Cena do longa 'Joaquim', de Marcelo Gomes, que estreia no próximo Festival de Berlim junto a outros 12 títulos brasileiros
Porém, o setor mantém os olhos abertos. Seus profissionais estão atentos às mudanças previstas para acontecer na Agência Nacional de Cinema, responsável, como órgão de Estado, por fomentar e regulamentar a área. Dois dirigentes da Ancine chegam ao fim de seus mandatos e serão substituídos neste começo de ano, o que inspira novidades. Em 4 de fevereiro, após quatro anos, Rosana Alcântara deixa o cargo de diretora – para o qual acaba de ser confirmado em Brasília o nome do jornalista Sérgio Sá Leitão, ex-presidente da RioFilme e ex-secretário de Cultura do Rio de Janeiro. Antes de assumir, ele tem que ser aprovado pelo Senado Federal.
Pouco depois, em maio, será a vez de Manoel Rangel, que anunciou sua saídadepois de 12 anos de casa, quando conclui seu terceiro mandato como presidente à frente da instituição. A transição, sob a sombra de um contexto político delicado desde o impeachment, traz consigo preocupações em relação à solidez e à continuidade das políticas construídas a partir do Governo FHC e durante os anos da gestão Lula-Dilma. É o que opina a maioria dos profissionais escutados pelo EL PAÍS.

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