quinta-feira, 9 de março de 2017

CIDADES PARA PEDESTRES


Editorial Jornal A TARDE 
07/03/2017
Resultado de imagem para FOTOS DE RUAS DE PEDESTRES


As facilidades de crédito para a compra de veículos, com financiamentos e consórcios, juntaram-se aos problemas causados por um sistema de transporte público desconfortável e deficitário para superlotar as ruas de quase todas as cidades brasileiras. O resultado tem sido a existência de engarrafamentos diários, a aumentar o transtorno e o sofrimento de todos os que precisam se deslocar para trabalhar ou a passeio.

Segundo pesquisadores, os brasileiros perderam, só em 2016, mais de 1,8 milhão de horas no trânsito, o equivalente a 210 mil anos. No mesmo ano, os dados mostram que, considerando-se todo tipo de deslocamento, cada brasileiro gastou a média de 37 horas em estradas e ruas congestionadas. Além do sofrimento adicional que representa a vagareza do tráfego, o trânsito lento causa prejuízos reais ao país.

Para ficar só no exemplo de Salvador, segundo Denatram, entre 2005 e 2015 a frota mais que dobrou, passando de 408.631 para 846.102 veículos e, em outubro de 2016, a capital baiana já possuía nada menos que 863.065 veículos automotores registrados. Com este rápido crescimento do número de veículos, não existe planejamento possível para eliminar os congestionamentos, especialmente se os poderes públicos continuarem planejando cidades para os carros e buscando como soluções apenas o aumento do número ou o alargamento de ruas e avenidas.

Autoridades de trânsito da capital chegaram a comemorar o fato de que Salvador deixou o posto de sétima cidade mais congestionada do mundo para ocupar a 28ª posição. Mas a saída efetiva é procurar soluções que retirem os veículos das ruas. E, assim, é fundamental investir nos meios de transporte de massa, na ampliação das linhas de metrô, de veículos leves sobre trilhos e na criação de corredores específicos para os ônibus.


É preciso ainda mudar paradigmas e planejar as cidades pensando mais nos pedestres e tendo consciência de que a boa mobilidade urbana é essencial para um bom nível de qualidade de vida.  

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