Na quinta-feira passada, antes de assistir ao último filme de Wim Wenders no Cinema do Museu, fui do outro lado da rua passar uma hora naquela pequena joia que é o Museu Costa Pinto (Corredor da Vitória - Salvador).
Verdade é que há muito tempo não ia lá. É sempre assim: quem viaja, corre de um museu para outro na cidade visitada, mas não faz o mínimo esforço para se familiarizar com a prata da casa. E por falar em prata, este é realmente um dos pontos fortes do museu do Corredor da Vitória.
Haja castiçais, bandejas, paliteiros, balangandãs e salvas!
A coleção de porcelanas me pareceu mais pobre. Maioria de louça inglesa do século XIX, peças não identificadas e alguns belíssimos Ming
e uma escolha sem grande relevância de Companhia das Índias. Estamos bem longe das fabulosas coleções portuguesas de porcelana chinesa.
Notei, entre as louças inglesas, um muito interessante prato com ilustração da chegada de Lafayette a Nova Iorque, que, sem a mínima informação, me pareceu um pouco desprezado. Infelizmente, é proibido fotografar dentro do museu, mesmo sem flash.
O conjunto de marfins é interessante, mas na minha memória havia mais peças. Armadilhas da idade...
Os móveis, quase todos do século XIX, são uma boa imagem dos costumes da época na burguesia baiana, sem porém serem muito marcantes.
O conjunto de peças de cristal de Baccarat é de excelente qualidade.
Os tapetes tão pouco apresentam qualquer destaque e as numerosas telas de artistas locais, mal iluminadas, podem ser uma importante fonte de referências para a arte baiana, mas, que me perdoam os ufanistas, nada vi de transcendental.
Talvez um ou outro trabalho de Alberto Valença...
É sem qualquer dúvida o departamento de joias de escravas do século XIX que se evidencia como o mais evidente interessante deste museu. Muito bem apresentado, boas informações, só por se, merece o deslocamento.
Vale a pena passar uma tarde no Museu Costa Pinto!
Realmente é um espaço bonito aconchegante.
ResponderExcluirRealmente uma joia rara o Costa Pinto., que muito deve a Mercedes Rosa, sua diretora por muitos anos, ainda bem que há seguimento pela atual diretoria, também muito eficiente. Para ver uma esplendida coleção de porcelana, atravessem a rua e visitem o MAB - antigo Museu do Estado, contando também com mobiliário e muito boa pinacoteca, principalmente de artistas baianos, capitaneada por Presciliano Silva.Dois belos museus bem próximos um do outro.
ResponderExcluirdesculpem minha ignorância mas é aqui ou em Portugal?
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