sexta-feira, 14 de abril de 2017

SOCIALISMO DE EMPREITEIRA

DAVID GLAT
Resultado de imagem para CARICATURA DA ODEBRECHT

O depoimento do Emílio Odebrecht, o patriarca, sobre os últimos 30 anos é manobra diversionista. Essa corrupção de que ele fala tem muito mais de 30 anos. Começou com Pero Vaz de Caminha que, ao dar a El-Rey a notícia do descobrimento, termina a carta pedindo emprego para um sobrinho. Essa é a corrupção endêmica que todos conhecemos desde sempre. 
A outra, a principal, a mais danosa, a invenção recente, é a corrupção sistêmica. Ela não é mero efeito colateral do exercício do poder, ela se estabelece como método do exercício do poder. E tem como vetores a intenção de perenização (contra qualquer chance de alternância democrática), a cooptação progressiva de todos os atores políticos e sociais (a destruição do contraditório, da divergência e da oposição) e a internacionalização crescente do método (pelo favorecimento aos ditadores africanos e latino-americanos).
Esse socialismo-de-empreiteira elege como base de recursos financeiros o BNDES e como operador principal a Odebrecht, que atua fortemente nessas ditaduras, com as coadjuvantes OAS, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, Camargo Correia, e outras. 
É muito claro o papel de regente da Odebrecht na composição dos consórcios de empreiteiras responsáveis por toda e qualquer obra pública no Brasil e nas ditaduras mencionadas desde 2003, primeiro ano da gestão petista.
Portanto, querer diluir a corrupção sistêmica no caldeirão da cultura corrupta de cinco séculos serve apenas para confundir. Augusto de Franco, Mary Zaidan e Sérgio Vaz têm falado dessa distinção que os jornalistas-militantes se recusam a enxergar.

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