quinta-feira, 19 de julho de 2018

ASSÉDIO VIRTUAL

Preocupa: brasileiros rejeitam checagem de fatos e assustam até o Facebook


O dado é preocupante: entre os 14 países onde o Facebook fez parceria com agências de checagem de fatos, o Brasil foi o único que registrou uma reação virulenta, agressiva, de grupos de cunho político. Segundo a Deutsche Welle, o próprio Facebook teve que sair em defesa de jornalistas.
A ação agressiva contra fatos demonstra um problema grave de nossa sociedade atual: a guerra emocional. Completamente fora de raciocínio lógico e/ou histórico, o Brasil vê uma retomada monstruosa de pessoas que vociferam inverdades por simples desencontro emocional ou ideológico, deixando de lado o trabalho meticuloso realizado por agências de checagem de fatos e profissionais que lidam com a informação.
O assédio virtual é a nova ameaça, um novo tipo de violência, uma nova maneira de intimidar as pessoas para impedir que façam seu trabalho
Por aqui, o Facebook fechou parceria com as agências Lupa e Aos Fatos, além da Agence France Press (AFP). Fora do Brasil, a atitude do Facebook em conjunto com agências de checagem já deu resultado e derrubou em 80% o alcance orgânico das fake news.
"Os profissionais das agências foram acusados de serem incapazes de fazer uma checagem de dados profissional e isenta por serem 'esquerdistas'. Alguns jornalistas foram agredidos pessoalmente nas redes sociais, receberam ameaças e intimidações, tiveram a vida pessoal e até mesmo informações sobre familiares expostas no mundo virtual", notou a alemã DW.
Sobre a ação virulenta de grupos brasileiros, o Facebook afirmou em nota dia 18 de maio: "O trabalho deles é checar fatos, não ideias. Nossos parceiros no Brasil têm sido alvo de ataques pelo trabalho que estamos fazendo para ajudar a construir uma comunidade melhor informada. Condenamos essas ações e seguimos comprometidos em trabalhar com organizações reconhecidas pela IFCN no nosso programa de verificação de notícias".
As agências de possuem a certificação do IFCN precisam "dar provas constantes de transparência, apartidarismo e responder prontamente às críticas. Além disso, submetem-se a uma auditoria internacional anual para que todos esses requisitos de independência sejam verificados por agentes externos", nota a DW.
Reforçando o discurso de preocupação, o jornalista Daniel Bramatti, presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), comentou que "O assédio virtual é a nova ameaça, um novo tipo de violência, uma nova maneira de intimidar as pessoas para impedir que façam seu trabalho".

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