Queria tanto que o Brasil soubesse que há um menino que saiu de Cabo Frio, aos 12 anos, para estudar na Rússia, através de uma bolsa de estudos para um curso de verão na Academia do Balé Bolshoi.
Queria tanto que o Brasil soubesse que, findo o cursinho, a Academia estendeu a bolsa para 4 anos do curso integral.
Queria tanto que o Brasil soubesse que ele foi aluno do Balé da Comunidade (hoje Lions Ballet) do Lions Clube de Cabo Frio.
Queria tanto que o Brasil soubesse que ele vem de uma família de poucos recursos e que, até hoje, o emprego de sua mãe só lhe rende um salário mínimo e que foi com tão pouco que criou seus filhos.
Queria tanto que o Brasil soubesse que, recebido o diploma, o Teatro Bolshoi imediatamente o contratou para o seu corpo de baile.
Queria tanto que o Brasil soubesse que o seu talento e persistência venceram todas as dificuldades.
Queria tanto que o Brasil soubesse que dois anjos da guarda sempre cultivaram a fé em sua vitória, Ophélia e Regina Corvello, mãe e filha, sua primeira professora de balé e a arrecadadora de ajuda econômica.
Queria tanto que o Brasil soubesse que este menino acabou de estrear como solista no Teatro Bolshoi, dançando o papel principal masculino do balé Giselle.
Queria tanto que o Brasil soubesse que ele foi aplaudido de pé e mereceu todos os Bravos que lhe foram dados pela plateia.
E queria que a mídia brasileira, que endeusa Annitas e MCs, disso soubessse.
Eu queria mais, queria que todos os brasileiros se orgulhassem de David Motta.
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