O semiárido nordestino se constitui num
ecossistema frágil, dotado de energia solar intensa, sujeito à degradação solo.
Mas a Natureza
compensou com um manancial de água, o Rio São Francisco. Suas águas eram
cristalinas, sem carreamento de material sólido e dotadas de um plâncton rico, importante alimento aos animais aquáticos. O homem ribeirinho se fartava desses frutos; vivia feliz
e mantinha nutrida sua família.
Quem
não se regalou do surubim às margens do Velho Chico em uma pensão humilde lá
pras bandas de Propriá? E também não se deliciou com as pilombetas de
Piaçabuçú, pequenos peixes salgados e enfileirados em cordéis, secando-se a
pleno sol?
Hoje,
o surubim está em fase de extinção, significando um alerta da degradação ambiental das águas e
da falta de condições para a sobrevivência da espécie.
O
que aconteceu? A
extração de carvão, a monocultura e a atividade pecuária são os fatores
responsáveis pela deterioração do rio São Francisco e de seus afluentes. Isso
porque o desmatamento das matas ciliares faz com que aumente o número de
sedimentos que se depositam no fundo dos rios, secando as nascentes. Ademais, a
falta de tratamento de esgotos (urbanos e industriais) é o responsável maior
pela morte ictiológica.
Não
se pode dissociar a deterioração do Velho Chico do mau uso da vegetação que lhe
margeia, a caatinga, destruída em mais de 50%, havendo a necessidade de recompor esta mata ciliar.
Engenheiro-Agrônomo e Escritor
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