CLARICE E A RESTINGA

 

Suarez poderoso agente imobiliário de Salvador tenta intimidar liderança comunitária / ambiental através de processo judicial 

A companheira Clarice Bagrichevsky foi surpreendida em casa no dia 20/11 por um oficial de justiça que lhe entregou citação dando dez dias para apresentar defesa em um processo movido pelo senhor Carlos Suarez reconhecido como um dos principais protagonistas do capital imobiliário em nossa cidade. 

O trabalho de Clarice na liderança da Associação Stella4Praias para preservar a restinga de praia da destruição imposta pela “requalificação” da orla norte da cidade foi o motivo do ódio deste capitão dos negócios imobiliários de Salvador. 

Em 2019 a associação, sob a liderança de Clarice, acionou a Suarez no MPBA a respeito de uma suspeita de grilagem de terras da União na borda marinha da praia de Stella Maris. O desenrolar do inquérito (ainda aberto) escancarou uma tramoia urdida nos bastidores e nas caladas das noites entre o 3º Cartório de Imóveis, a SPU (Superintendência de Patrimônio da União) e a prefeitura de Salvador para legalizar essa invasão de área pública. Para consolidar e validar a posse de uma área federal que, mais grave ainda, é uma APP (Área de Preservação Permanente), a prefeitura de Salvador através da Secretária de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência - SECIS, firmou um TAC beneficiando a filha do Suarez (Isabela), Jorge Santana (Unidunas) - que é comodatário do Suarez – validando essa posse perante o cadastro (SEDUR) da prefeitura. 

No desenrolar do inquérito, Suarez moveu uma (ou duas?) ações contra a Promotora de justiça que estava à frente, Hortênsia Pinho, acusando-a de persegui-lo e colocando seu trabalho sob suspeição. A Clarice está sendo acusada da calúnia, difamação e injúria com provas questionáveis hackeadas na conta privada de moradores chamada Fiscais do Bairro, no WhatsApp. 

 Nós da FABS entendemos que esta ação é uma tentativa violenta de intimidar a manifestação de defesa dos interesses do bem público, da preservação ambiental da cidade, da função social da cidade e da propriedade do interesse social das várias famílias que residem no entorno do local citado e da gestão democrática da cidade. 

Portanto denunciamos esta atitude de intimidação e conclamamos a todos os movimentos e entidades de defesa do Direito a Cidade e da preservação ambiental cerramos fileira contra esta tentativa de calar a voz dos movimentos sociais e ambientalistas. Viva o Direito a Cidade para todos e todas! Viva a luta pela preservação ambiental da nossa cidade