sábado, 12 de março de 2022

O CRIME NO ABRIGO DOM PEDRO II.




Pensem em um belíssimo casarão histórico - Abrigo Dom Pedro II - localizado no bairro da Boa Viagem, completamente abandonado, tomado pelo lixo.
No secular casarão, funcionou a Capela Santa Izabel.
Não há documentos históricos, comprovando com exatidão, a data da construção do palacete.
Os documentos existentes, sinalizam que o histórico solar, possivelmente data da primeira metade do século XIX.
Quem morou ali, também não sabemos, mas acredita-se que o tenha sido residência de um embaixador.
No século XIX, ano de 1877, o imóvel foi adquirido pelo governo do estado da Bahia, para sediar um asilo, que abrigaria mendigos.
Seria o "Asylo de Mendicidade Santa Izabel", em homenagem à princesa imperial.
Vale sinalizar que, antes o "Asilo de Mendicidade" funcionava no bairro da Baixa de Quintas, na capital baiana.
De 1895 a 1913, a responsabilidade pelo asilo, passou a ser da Santa Casa de Misericórdia da Bahia.
A partir de 1913, a responsabilidade passou para as mãos da Prefeitura de Salvador.
Só passou a ser chamado de Abrigo Dom Pedro II, no ano de 1943.
O local de beleza ímpar, possui nos seus jardins, belas esculturas neoclássicas.
E também belos jarros que foram confeccionados em Santo Antônio do Porto, em Minas Gerais.
O Salão Nobre possui armas da época do Brasil Império.
No belo solar, viviam 60 idosos, que foram transferidos para nova sede no bairro de Piatã.
A prefeitura alega falta de verbas para manter o local, que necessita reforma, restauro e manutenção.
No Abrigo D. Pedro II, um crime bárbaro chocou a sociedade baiana, no ano de 1993.
Um abrigado, assassinou a freira, Lindalva Justo, golpeada com 44 facadas.
Em processo de canonização, a Irmã Lindalva Justo, nascida no Rio Grande do Norte, poderá vir a ser, uma futura santa brasileira.
A freira foi assassinado por um morador do abrigo, para idosos, sendo que o mesmo não era idoso - era usuário de drogas - e a grande pergunta que nunca foi devidamente esclarecida: qual o motivo de abrigá-lo, ali?
O assassino, com sua frieza, informou na época que era apaixonado pela Irmã Lindalva Justo, mas que cometeu o crime, por não ser correspondido nas suas investidas contra a religiosa.
Claro que nada justifica, tamanha crueldade e desumanidade com a freira, que dedicava sua vida a cuidar dos mais necessitados.
Voltando ao prédio arquitetônico: atualmente funciona um estacionamento de carros.
E como já dizia Gregório de Matos, em pleno século XVII, "triste Bahia..."
  • Fotos/Reprodução da Internet.

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