A estrada até lá não é das melhores. Compensa a paisagem logo
após sair da Br324. Bambuzais, canaviais, gado e pequenas chácaras compõem, com
o azul do céu, ilustrações de outrora. Santo Amaro perdeu muito de sua beleza
pelo descaso de administrações sem referências culturais. Lembro quanto a
admirável Zilda Paim - um acúmulo de historiadora, pintora e antropóloga – se
queixava.
As ruinas que pontuam a entrada da cidade parecem questionar a qualidade
dos artistas que ela gerou e, na saída, o conjunto do Residencial Solar
Paraiso, abandonado há anos, é um insulto às 500 famílias que lá deveriam
morar. Programa de des- Aceleração do Crescimento.
A longa e sinuosa descida faz nosso carro deslizar até
Cachoeira. Lá está o mercado onde iremos, ritual obrigatório, comprar nosso
requeijão antes da volta.
O Hotel do Convento, que alia um conforto espartano a
uma decoração medíocre, compensa pela aristocrática elegância do imóvel.
Faltarão dez centímetros à minha cama e nosso café da manhã será tão farto
quanto insonso.
Durante 30 horas, hesitarei entre encanto e irritação.
Belíssimo casario, suntuosas paisagens, gente sorridente, deliciosas maniçobas.
Mas uma barulheira infernal que irá nos perseguindo, impiedosamente, a cada
esquina. Ah! Se a avenida beira-rio fosse interditada aos carros, deixando o
pedestre livre para espreguiçar numa esplanada silenciosa, bebendo água de
coco, a contemplar São Felix “um verdadeiro presépio” e o voo dos pássaros
sobre fundo verdejante...
A igreja Terceira do Carmo, pérola barroca do Recôncavo, nunca,
de sábado a segunda-feira incluída, abrirá as portas.
O prazeroso passeio de
barco até a mágica Ilha das Garças, ter-nos-ia transportado até o relato “Bahia
1860” de Maximiliano de Habsburgo, não fosse o lixo e os esgotos que pontuam as
beiras do rio tranquilo. Assim não há como estranhar as deprimentes taxas de
turismo na Bahia, que ainda não entendeu onde estão seus tesouros...
DEUS ME LIVRE! QUE DESAPONTAMENTO .... VOU TIRAR DA MINHA LISTA DE LOCAIS A REVISITAR.
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