quinta-feira, 3 de novembro de 2016

POR QUE EXCLUI-LOS?

KATE ALVAREZ
E ainda tem gente que me pergunta pq fui e sou contra essa dita "requalificação"! Taí a realidade do bairro! Absurdo!
No projeto de “requalificação” da orla da Barra, foi prometido aos vendedores licenciados que os seus pontos seriam mantidos, sendo o mobiliário padronizado. O combinado era que eles seriam comunicados, com antecedência, do dia que deveriam desocupar os pontos e do dia que deveriam retornar, 90 dias após a conclusão da obra, readequados, na mesma área.
A Realidade:
Passados 2 anos após a entrega da primeira fase da obra, os vendedores continuam sem os quiosques prometidos. E pior, continuam pagando a licença de um ponto fantasma!

TIAGO NERY

A Barra é um bairro pré-moldado para atender aos mega eventos da indústria cultural. Não há paisagismo significativo, e o que há é móvel - volante - sai de cena para o palco entrar e, portanto, foi necessária a chacina de 24 árvores. Não há equipamentos urbanos fixos. A justificativa da obra, aclamada pelos moradores (o prefeito foi aplaudido de pé pelos moradores quando apresentou a obra num stand, soube de fonte quente), desejada pelos comerciantes, seguia a lógica de "cidade para pessoas", com a promessa de ruas charmosas, clima europeu (risos) e, claro, lógico, sem esquecer o principal: a "valorização" de seus imóveis, a famosa especulação imobiliária. E no que a Barra se transformou? Num elefante branco, com comércio falido, ainda mais quente, e que serve aos interesses da Prefeitura e seus conchavos. Serve ao milionário carnaval baiano, quando é sambódromo da Schin, e serve aos mega eventos da detestável indústria cultural que são montados nos não-lugares (Marc Augé) que criou. Essa obra é absolutamente indefensável. Qualquer tentativa de defendê-la só pode surgir de quem não entende absolutamente nada de cidade, e de nenhuma ciência social, ou de canalhas confessos.

Um comentário:

  1. Não adianta chorar sobre o leite derramado. Quem quer faz, que não quer deixa que façam. Danem-se!
    Velhos ditados, boas medidas: melhor prevenir do que remediar.
    A muito custo venho conseguindo postergar a destruição de meu bairro. Não sei até quando.
    Mas já me abriram a porta, convite público, para re-avaliar pessoalmente o projeto.
    Quanto à Barra, se os seus moradores ao invés de ficar puxando o saco de funcionários da prefeitura os convidando para palestras inúteis e/ ou mandando ofícios mal escritos e pouco convincentes. Se realmente se articulassem comme il faut, talvez obtivessem alguma solução para o dano.
    A empresa que criou o projeto já fez um mea culpa na frente de muita gente na FAU, semana passada.
    E aonde estavam os reclamões? Pendurados no Facebook ao invés de agir.
    Brasileiro é phoda!

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