quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

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Refugiados políticos

Onde estão os boxeadores cubanos deportados do Brasil em 2007?

A possível extradição do senador de oposição boliviano lembra o caso dos boxeadores que tentaram escapar de Cuba durante o Pan de 2007

Onde estão os boxeadores cubanos deportados do Brasil em 2007?
A história de Guillermo Rigondeaux será tema de um documentário (Reprodução/Internet)
O caso do senador boliviano Roger Pinto Molina, que fugiu para o Brasil no último domingo, 25, com a ajuda de um diplomata brasileiro, esquenta o debate sobre asilo político e a sobreposição de princípios ideológicos na condução do Itamaraty. A possibilidade de o Brasil “devolver” o senador a Evo Morales é uma ameaça real que remete ao caso dos boxeadores cubanos deportados durante os jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio. A comparação traz à tona as seguintes perguntas: onde estão aqueles boxeadores cubanos Erislandy Lara e Guillermo Rigondeaux, entregues pela Polícia Federal aos irmãos Castro sem dó nem piedade, e poderia Pinto Molina seguir o mesmo caminho?

De volta a Cuba, os dois atletas foram tratados como soldados desertores que traíram o país em troca de dinheiro (Fidel até usou essa analogia). A sentença do ditador foi dura: Lara e Rigondeaux estavam permanente proibidos de competir por Cuba. Era o fim de suas carreiras no Boxe.

Muito longe do nocaute
Em 2009, os dois se envolveram em outra empreitada, dessa vez bem sucedida. Incentivados pela empresa de boxe alemã Arena Box Promotion, eles usaram o México como rota de fuga até chegar a Miami, na Flórida. Os dois chegaram aos Estados Unidos em momentos distintos e atualmente moram lá na condição de refugiados. Voltaram a praticar boxe e foram contratados pela mesma empresa que incentivou a fuga.
Os dois estão entusiasmados com a nova vida, longe do regime de Havana. “Há tantos problemas em Cuba que eu não poderia começar a explicá-los. Em primeiro lugar, não há comida. As pessoas sofrem muito”, diz Lara. Apesar de ter sido deportado, o pugilista diz não guardar ressentimentos do Brasil, mas até hoje não entende o motivo de ter sido enviado de volta a Cuba. “Sinceramente, até hoje não entendo por que voltamos a Cuba”, diz.
A história de Guillermo Rigondeaux será tema de um documentário dirigido por Brin-Jonathan Butler. Intitulado Split Decision: The Story of Guillermo Rigondeaux, o filme está previsto para ser lançado nos EUA ainda este ano. Confira o trailer abaixo.

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