segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

APARTHEID NO SHOPPING?

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REVOLTANTE, REPUGNANTE, TRISTE BAHIA

Hoje a tarde fomos ao Salvador Shopping. 

Ao chegar no terceiro andar, nos encontramos com muitos jovens, garotos e garotas, batendo papo, num clima de descontração, lotando a praça de alimentação. 
Até ai, pareceria que era um sábado normal. Não era. 
Os jovens eram na sua maioria negros, e, por isso, tinha 3 PMs e vários seguranças do Shopping apostados. 
Fomos almoçar. 

Quando saímos do restaurante, não havia mais jovens na praça. Descemos para o segundo andar, a galera estava ai, e os seguranças do shopping impediam eles de voltar a subir na praça (só a eles, pois um dos funcionários nos perguntou se queríamos subir, dizendo que nós podíamos, só eles não, “para não fazer bagunça”). 

Daí fomos para a Livraria Cultura. No caminho, mais jovens, sem fazer bagunça nenhuma, apenas andando, conversando, passeando, como todo mundo. 

Ao chegar na Livraria, vemos as cortinas meio baixas, e 3 seguranças na porta. Entramos normalmente. Na saída, 3 jovens negros queriam entrar. Ouvimos dos funcionários que não poderiam “por motivos de segurança”. Os 3 garotos, mansamente, deram meia-volta e saíram. 

Em Salvador, cidade mais negra do Brasil, bem entrado o século XXI, tristemente vigora, na prática, um apartheid. Revoltante.

De acordo com o IBGE, a Bahia é o estado onde acontecem mais mortes violentas de jovens do Brasil. 

Foram quase 3.400 em 2016.

Creio que há uma relação direta entre o apartheid social, exemplificado de forma escancarada na entrada negada a uma livraria de 3 jovens negros, e essa sangrenta estatística.


[Alejandro Alvaro 

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