terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

A CASA DO CARNAVAL

UM MUSEU PARA POUCOS!


Casa do Carnaval é inaugurada

Museu abre ao público dia 15; artistas celebram e relembram dias marcantes da folia

Imagine se fosse fevereiro o ano inteiro... Esse sonho carnavalesco de muita gente já está mais próximo da realidade em Salvador. Nesta segunda-feira (5), foi inaugurada a Casa do Carnaval, um grande espaço interativo que reúne a memória da folia na Bahia - incluindo as Caretas de Maragogipe e os Cães de Jacobina. Fica na Praça da Sé, na recém-restaurada Casa do Frontispício. Tudo custou R$ 15 milhões. Vai dar pra curtir de janeiro a janeiro.
O lugar poderá ser visitado a partir do próximo dia 15, de terça a domingo, das 11h às 19h. O ingresso vai custar, a princípio, R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia).
No imóvel de quatro pavimentos, entregue pelo prefeito ACM Neto, com presença do ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, o folião vai poder reviver os carnavais da Fobica e da Caetanave, conhecer fantasias históricas do Ilê Aiyê, do Cortejo Afro, do Olodum e outros blocos importantes para que o Carnaval baiano se tornasse um evento mundialmente conhecido.
Lá estarão, ainda, réplicas da guitarra baiana, ou “pau elétrico”, além de figurinos usados pelos artistas. Daniela Mercury emprestou, entre outras, as luvas do clipe ‘O Canto da Cidade’ e a roupa branca de renda que usou no DVD Canibália, em 2010.
“Essa Casa vai fazer com que as novas gerações continuem apaixonadas pelo Carnaval”, disse o prefeito ACM Neto, ressaltando que a relação do baiano com a folia é de família. As crianças vão ver os festejos acompanhados pelos pais e, quando adultos, se tornam foliões de carteirinha.
Outro efeito que se espera é que o turista, de passagem pela cidade, possa experienciar o Carnaval de Salvador e volte para quando a folia de fato acontecer. E quem vem, nunca mais esquece. É o caso da turista do Rio de Janeiro Elisabete Soares, 65. A advogada já pulou quatro folias por aqui.
“O último foi em 2002. Quando passo o Carnaval no Rio, nem saio de casa. Sou louca pela banda Didá, pelo Gandhy. É tudo tão gostoso, que fica até difícil escolher um momento mais especial”, enalteceu a turista.
“É um museu para colocar máscara na cabeça e sair pulando, para ter uma experiência aqui dentro”, resumiu a cantora Daniela Mercury.
Nas duas salas de cinema da Casa ficam os adereços para o visitante entrar no clima da folia: tem mamãe-sacode, fantasia e até instrumentos de percussão. Nelas são exibidos filmes que ensinam como dançar 11 coreografias do Carnaval.
O museu permite uma viagem no tempo. “É uma casa que tem todo o conteúdo histórico do Carnaval. A gente vai poder viajar por séculos, desde o início do Brasil, até agora para ver o que mudou”, explica o curador do acervo da Casa do Carnaval, Gringo Cardia.



MAS UMA CASA DO CARNAVAL NA BAHIA SEM O CAETANO?

Neto confirma veto de Caetano à execução de músicas na Casa do Carnaval

O prefeito ACM Neto confirmou nesta segunda-feira (6), durante a inauguração da Casa do Carnaval, o pedido judicial de Caetano Veloso para a retirada de suas músicas do acervo do equipamento. 
“Já é de conhecimento geral, então a gente tem que respeitar”, afirmou Neto. 
Caetano é um dos diversos artistas que aderiu a uma campanha para a cobrança à prefeitura de Salvador do débito dos direitos autorais (entenda)– além do santo-amarense, aderiram ao movimento Marisa Monte, Marina Lima, Paula Lavigne, Djavan, Xande de Pilares, Mart'nália, Lan Lan, Mauricio Mattar, Paula Burlamaqui, Diogo Nogueira, Leo Gandelman, Mosquito, Flávio Renegado e Nando Reis.

 Questionado sobre eventual politização por parte de Caetano, o prefeito disse não considerar essa possibilidade. 

“Não, Caetano de jeito nenhum. Outras pessoas sim, mas ele de jeito nenhum”, disse Neto, que acrescentou ter esperança de que o cantor e compositor possa querer participar do museu. 

“E eu espero que Caetano de fato que tenha possibilidade de vir aqui conhecer a Casa e eu sei que ele vai se encantar com ela – e se encantando por ela, com certeza vai querer fazer parte dessa história”.  

Segundo o secretário municipal de Cultura e Turismo, Cláudio Tinoco, não houve notificação de outros artistas para retirada de material. 

"Nós recebemos uma única notificação, me parece que a Uns Produções, que representa o artista Caetano Veloso, e foi o único registro que a gente tem". 



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