A militância precisa resistir e defender o PSOL! Lula, tire as mãos do PSOL!
A militância do PSOL assistiu indignada a
participação de Lula no lançamento da candidatura de Guilherme Boulos. O
vídeo do ex-presidente, divulgado com orgulho nas redes sociais, revela
que haverá uma parceria nas eleições entre Lula, Manuela e
Boulos: possibilidade de comícios conjuntos, ausência de crítica mútua,
denúncias apenas das outras candidaturas, tudo no primeiro turno! Algo
inédito numa campanha presidencial do PSOL, já que em 2006 com a Frente
de Esquerda, 2010 com Plinio e 2014 com Luciana, mantivemos a
independência a denunciamos os irmãos siameses Lulistas e tucanos.
Estamos diante de um acordão que visa acabar com o Partido como
alternativa de esquerda. Isso confirma as críticas de Plinio Jr e da ala
radical do PSOL: “A esdrúxula participação de Lula na Conferência
Cidadã, abençoando a candidatura de Boulos, representa um atentado à
história de um partido que nasceu exatamente como uma crítica ao
lulismo”. Além de lutar “até as últimas consequências para que o
partido não se transforme numa sublegenda do PT. Não entregaremos o
PSOL para quem pretende desvirtuá-lo”. O “PSOL resiste! Lula, tire suas mãos do PSOL! Prévias já!”
Não seremos puxadinho do PT!
Há uma disputa de projetos dentro do PSOL. De um lado, a ala majoritária reciclando o falido “campo democrático e popular”
com PT, PCdoB, PDT e PSB. Partidos, que encabeçaram governo burgueses e
conservadores, são os aliados do PSOL no manifesto denominado “unidade
para reconstruir o Brasil”, que reivindica os governos Lula e Dilma. Do
outro lado, os que defendem o projeto fundacional do PSOL e se opõem a
ser linha auxiliar de Lula. Nesse contexto, Plinio Jr critica o programa
do Vamos e a proximidade de Boulos com Lula, pois contraria a
construção de uma alternativa: “Boulos acha que a história absolverá
Lula. Eu não. E o PSOL tem que decidir se quer ser uma esquerda contra a
ordem ou um PT recauchutado, um Lulismo requentado”.
O PSOL nasceu contra a conciliação de classes de Lula
Lutamos pelo programa original do PSOL que destaca: “o
resgate da independência política dos trabalhadores e excluídos. Não
estamos formando um novo partido para estimular a conciliação de classes”
(CAP I, Ponto 3). Conciliação de classes que Lula e o PT aplicam até
hoje sob o governo Michel Temer (PMDB/PSDB/DEM). É o que vimos quando
desmarcaram duas greves gerais, não convocaram protestos na votação da
reforma trabalhista, se aliam ao PMDB em vários estados nas eleições de
2018 e com Lula defendendo Temer de um suposto golpe!!!! Nossa
independência significa lutar nas ruas pelo Fora Temer, fortalecer o
08/03 e as campanhas salariais, exigir revogação da reforma trabalhista,
ser contra intervenção militar, etc. Um PSOL para as lutas e radical.
Esmagam a democracia interna para impor uma política Lulista
Estamos diante de projetos opostos,
orientações distintas, mas não há debates. Ao contrário, o aparato
burocrático que controla a legenda quer esmagar ou cooptar os
dissidentes para levar o PSOL ao campo Lulista. O lançamento de Boulos
não foi debatido no PSOL. Não houve informe oficial da filiação de
Boulos. Sobram fatos consumados, divulgados pela impressa, por fora das
instâncias do Partido. O diretório de 10/03 tem o quórum com base no
inchaço do partido via prefeitura da REDE em Macapá ou a prefeitura do
PT de Rio Branco. Foram descumpridas resoluções congressuais, sobre o
lançamento de candidatura própria e os pré-candidatos registrados foram
desconhecidos. Não houve debates nos estados e nem publicações do
partido. Por isso existe a necessidade de convocar prévias. Como afirma a
pré-candidatura de Plinio Jr: “Sem debate e sem a aprovação dos
militantes, o programa e o candidato do PSOL não têm legitimidade para
representar a vontade política do conjunto do partido. Escolha de
programa e candidato sem consulta à base é golpe. Não faremos vista
grossa à usurpação da história do PSOL. Nesse sentido, convocamos a
militância e as demais pré-candidaturas verdadeiramente partidárias a
realizar um protesto no dia 7 de março, às 17h30, na porta da ABI, no
Rio de Janeiro, e a promover um grande ato no dia 9 de março, em São
Paulo”.
Não haverá palanques com Lula!
Defendemos uma ampla unidade contra a
presença de Lula em nossos eventos. Nosso perfil programático não pode
ser de candidatura laranja. Propomos rejeitar as propostas do vídeo de
Lula: 1-Não haverá palanques com Lula/PT, Manuela/PCdoB, nem com
Ciro/PDT e PSB; 2- Não realizaremos discurso de campanha, dobradinha ou
parceria com Lula, Manuela, nem com Ciro/PDT e PSB. Em contraponto
defendemos: a) Uma campanha a serviço de uma real alternativa de
esquerda contra os irmãos siameses da velha direita e do campo lulista!
Contra Temer, Alckmin, Marina, Meireles e contra Lula, Manuela, Ciro e
PSB; b) Uma campanha vocalizando as demandas das jornadas de junho de
2013 e da greve geral de abril de 2017, das demais lutas da classe
trabalhadora, juventude, do movimento feminista, negro, LGBT, indígena e
ambientalista; c) Defendemos uma frente de esquerda sem Lulistas. Vamos
com Plinio Jr!
07/03/18
Corrente Socialista dos Trabalhadores – Tendência radical do PSOL
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