sábado, 10 de março de 2018

PENÉLOPE MORA NA CONDER



Resultado de imagem para FOTOS DA PRAÇA JUBIABÁ SALVADOR

A Praça Jubiabá, na virada da Rua do Passo – centro histórico de Salvador – fora concebida como espaço de lazer. Inaugurada com grandes pompas pelo primeiro secretário de Cultura do Jaques Wagner, não demorou seis meses para que mesas e bancos derretessem com as chuvas. Muita areia para pouco cimento. De fácil alcance, a iluminação foi roubada em menos tempo ainda. Abocanhando a área de atuação do IPAC e usurpando seus poderes, a Conder virou rainha do pedaço. Sob o manto paternal de um Escritório de (ou sem?) Referências, passou a operar sem qualquer planejamento.   


Concursos nacionais para ambiciosos projetos sempre abortados, viagens internacionais para “repúblicas de estudantes” abandonadas após um ano de obras, calçamentos de ruas do Pelourinho anunciados na sala 01 do Glauber Rocha pelo governador Rui Costa, com desafinado rufar dos tambores de Jesus, logo esquecidos... A lista das obras inacabadas dessa estatal impressiona. E irrita os contribuintes conscientes.
 



Descartados os compromissos com o centro histórico, por razões que a razão ignora, a Conder resolveu aprontar num conjunto de ruas da Cidade Baixa, entre a Igreja do Pilar e a Praça Marechal Deodoro. Quem frequenta a área – como eu quando a prefeitura se digna de operar o Plano Inclinado do Pilar – estranha o empenho em destruir o que não precisava de conserto, recomeçando uma inútil obra, agora com outra empreiteira “porque a primeira não tinha executado um bom trabalho”. Tal qual a Odisseia, alguma Penélope desmancharia de noite o que fizera durante o dia? Mas nois paga!


Nas traseiras da Secretaria da Fazenda, formando um U com dupla escadaria, a elegante balaustrada dos anos 50, sem manutenção, fora depredada e muitas peças surrupiadas. Louvou-se a iniciativa de recuperar o conjunto. Mas já lá vão seis meses, e o que era para ser executado em poucas semanas ainda está pela metade. Perguntando o porquê, a resposta foi clara: “É que ás vezes mandam a gente para outra obra” Já vou avisando: documentei por fotos as várias fases do gasto descontrolado. Ninguém gosta de ser ludibriado. 



Enquanto isso, entre muitas outras, as ladeiras do Taboão e do Berquó parecem palco da guerra na Síria. E bem perto de minha casa, em pleno bairro do Santo Antônio, a Ladeira do Boqueirão está em situação de calamidade pública, agravada pela presença de uma secretaria municipal. É que, em vésperas de eleições, não vamos dar mole para o inimigo! Que moradores e turistas sofram com o descaso não tem a mínima relevância.

Em novembro passado, conversando com um funcionário da Conder, este me assegurou que eu não sou uma voz no deserto. Muitas são as queixas. Suponho o governador ser o único satisfeito.

Dimitri Ganzelevitch
A Tarde 10/03/18

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