sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

ABUSO DE PODER

Guarda do Parque Lage que alertou sobre risco de assalto é demitido por justa causa

Sindicato dos Vigilantes tenta reverter situação de Edson dos Santos e de outros 110 ex-funcionários da empresa de segurança Angel's, que responde a inquérito no Ministério Público do Trabalho
Guarda do Parque Lage é demitido por justa causa após aparecer em reportagem alertando turistas sobre o risco de assaltos na trilha. Foto: Pedro Teixeira / Agência O Globo
Guarda do Parque Lage é demitido por justa causa após aparecer em reportagem alertando turistas sobre o risco de assaltos na trilha. Foto: Pedro Teixeira / Agência O Globo
RIO - O guarda patrimonial Edson Barbosa dos Santos, de 60 anos, foi demitido por justa causa após seguir orientações do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e alertar visitantes da trilha do Parque Lage, no Jardim Botânico, que há risco de serem assaltados no caminho para o Cristo Redentor.
A demissão, feita pela empresa Angel’s Segurança e Vigilância Ltda., contratada pelo governo federal para fazer a vigilância patrimonial do Parque Lage e de outros imóveis da União, aconteceu um dia depois de uma reportagem do GLOBO mostrar o guarda em pleno exercício de sua função alertando grupos de visitantes que queriam subir até o Cristo, a exemplo de sete argentinas.
A iniciativa do guarda, que trabalhava havia 12 anos no Parque Lage, foi incentivada pela ICMBio depois do assalto contra mais de 30 visitantes ocorrido no último dia 3.  Por e-mail, representantes da administração do Parque Nacional da Tijuca esclareceram que, por enquanto, a orientação aos vigilantes permanece, mas também reforçou que mantém contato com o comando do BPTUR do Rio de Janeiro e poderá fazer ajustes, caso seja necessário.
Além disso, eles informaram que não são responsáveis pela "seleção, contratação e/ou demissão dos vigilantes patrimoniais" que atuam no local. "A empresa Angel’s, contratada pelo Parque, é a prestadora de serviço responsável por esta gestão de pessoal", afirmaram eles no texto.
"Reforçamos que em momento algum foi solicitada a demissão ou a penalização de qualquer funcionário desta empresa, ou de qualquer outra, que esteja prestando serviço terceirizado para a unidade de conservação. O Parque Nacional da Tijuca esclarece que não foi comunicado pela empresa Angel's sobre o assunto e respeitamos a autonomia da empresa na gestão de seus funcionários", complementaram os administradores.

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