sábado, 6 de julho de 2019

SIM, GOSTO DE FILMES MUSICAIS!


Nem só de Hitchock, Truffeau, Fellini e Einsenstein vive o amador de cinema. Despudoradamente confesso: curto musicais desde a adolescência. No Grundig rádio/toca-discos, me deliciava com vinis dos filmes geralmente adaptações de shows da Broadway. 

Mitzi Gaynor e Gene Kelly

Alguns nomes são inseparáveis dos grandes clássicos da época de ouro (1945-1970). Rodgers and Hamnmerstein, Doris Day, Stanley Donen, Gene Kelly, Judy Garland, Metro Goldwin Mayer, Leonard Bernstein, Vicente Minelli, Cole Porter, Gene Kelly, Mitzi Gaynor...

The pagama game

 Quem desconhece Oklahoma, The Pajama Game, Camelot, O mágico de Oz, Fiddler on the roof, The King and I, West Side Story e tantos outros que movimentaram milhões de espectadores durante décadas, ainda tem um buraco negro na sua cultura de cinéfilo. 

Hair

Cada um pode ter suas preferências, mas todos admitirão que Singing in the rain, My fair lady e Hair são obras-primas que em nada ficam a dever a Casablanca ou O poderoso chefão.

My fair lady

No refúgio de minha biblioteca, enquanto trovões anunciavam a chegada de Nosferatu, cansado do excesso de enlatados da Netflix, abri o Youtube para logo ser engolido no interminável labirinto do cinema americano dos anos 40-50. Em consequência do ataque nipônico a Pearl Harbor, toda a produção gira em volta do heroísmo das forças armadas ianques. A música passa do romântico ao vitorioso, os atores são jovens, alegres e sadios, os velhos bondosos e compreensivos. Todos são brancos, negros confinados ao papel de músico e dançarino, nunca de ator. 


Josephine Baker

Enquanto Josephine Baker na França é uma rainha, nos EU não passa de mais uma nigger e é barrada na entrada do El Morocco. 
Howard Hugues contrata o Louis Armstrong e Joshua Logan ousa colocar a falar um soldado negro em South Pacific. Em 1954, o austríaco Otto Preminger dirige Carmen Jones só com artistas negros. 


Carmen Jones

O belíssimo par Dorothy Dandrige / Harry Belafonte muito ajudará a roer as barreiras do preconceito racial. 

High Society

Em 1956 Charles Walters impõe no cartaz de High Society o nome de Louis Armstrong a igualdade com Bing Crosby, Grace Kelly e Frank Sinatra. Vale lembrar que Sinatra foi um dos que mais combateram a segregação racial. 

Al Jolson

Mas seria impossível falar de cinema, de música e de aparheid sem mencionar o interessante filme Al Jolson, biografia bastante fantasiosa sobre a trajetória do judeu que saiu da Lituânia natal para ser uma das maiores estrelas dos palcos e das telonas americanas. “The jazz singer” (1927) marca o início do cinema falado... e cantado. Em um dos trechos mais famosos Al Jolson aparece com a cara pintada de negro.
A partir dos anos 80, os musicais, construídos sobre um único tema musical, perdem de sua criatividade virando mero produto de consumo.


Nenhum comentário:

Postar um comentário