sábado, 7 de maio de 2022

O DONO DO OURO

 Dono de ouro apreendido pela PF teve reuniões com o gabinete de Bolsonaro



Ele já foi recebido por ministros e até pelo vice-presidente Mourão; sua empresa é suspeita de vender ouro extraído de garimpo.

Dentro de sua política de dar caneladas nos adversários a qualquer custo, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), na quinta-feira 5, comentou em suas redes sociais a apreensão de uma carga de 78... quilos de ouro pela Polícia Federal em Sorocaba (SP), que pertenceria ao empresário Dirceu Frederico Sobrinho, dono da empresa de ouro FD Gold, filiado ao PSDB e que concorreu como suplente de senador pelo Pará em 2018.

O filho Zero Três do presidente Jair Bolsonaro (PL) sugeriu que a valiosa carga seria usada para financiar campanha tucana, já que o rei do ouro concorreu pelo partido como suplente de senador. A crítica pode ser um tiro no pé, pois o “rei do ouro” também tem boas conexões políticas com o governo federal. Nos últimos tempos, foi recebido por quatro membros do primeiro escalão de Bolsonaro para tratar dos interesses dos garimpeiros. 


Ouro apreendido pela PF em São Paulo pertence a empresário

Dirceu Frederico Sobrinho gravou um vídeo dizendo que os 77 quilos de ouro, avaliados pela Polícia Federal em R$ 23 milhões, pertencem à empresa dele, a FD Gold.


Os 77 quilos de ouro apreendidos pela Polícia Federal no interior de São Paulo já têm dono. O empresário Dirceu Frederico Sobrinho gravou um vídeo nesta sexta-feira (6) dizendo que a carga avaliada pela Polícia Federal em R$ 23 milhões é dele.

Dirceu é o dono da FD Gold, uma distribuidora de valores com sede na Avenida Paulista. O empresário nega que a mercadoria tenha sido extraída ilegalmente de garimpos clandestinos nas regiões Norte e Centro-Oeste do país.

“Estou aqui para fazer um esclarecimento, para declarar que esse ouro pertence à minha empresa, FD Gold. Todo ele foi comprado sob permissão de lavra garimpeira concedida, que não pertence a área indígena, que não pertence a garimpos ilegais”, disse Dirceu Frederico Sobrinho.

 O ouro chegou de avião em Sorocaba, no interior de São Paulo. A carga foi colocada no porta-malas de dois carros, que seguiram para São Paulo. Na região de Itu, policiais militares rodoviários fizeram a apreensão.

Seis homens faziam a escolta do ouro. Entre eles, dois PMs vinculados à Casa Militar do governo paulista, órgão responsável pela segurança pessoal do governador.

O avião usado no transporte do ouro até Sorocaba estava sequestrado pela Justiça numa outra investigação, que também apura um esquema de extração ilegal de ouro. O advogado Artur Gomes Ferreira, da empresa FD Gold, diz que a empresa desconhecia a decisão.

“Nós desconhecíamos até então, só tomamos conhecimento na apreensão, porque quando foi elaborado o plano de voo, na Anac, não havia qualquer restrição ao voo da aeronave”, afirma.

O advogado nega qualquer irregularidade na extração do ouro nesta operação e em qualquer outra, e culpa a falta de fiscalização por ações ilícitas.

“Por diversas vezes, houve eventos que tratou-se de apuração de origem de ouro comprado e já foi arquivado. Há uma dificuldade do entendimento da operação do ouro, da compra e venda de ouro legal. A falta de fiscalização que existe por parte do governo propicia que empresas comerciais comprem de forma ilegal o ouro e estão nos confundindo”, diz.


A FD Gold atua como intermediária, comprando ouro de garimpeiros e revendendo para instituições financeiras e exportadoras de metais preciosos. A empresa não quis dizer quem seria o destinatário final do carregamento apreendido na quarta-feira (4).


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