segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

DE MERYL STREEP

No seu discurso no Globo de Ouro.


Resultado de imagem para FOTOS DE MERYL STREEP"Muito obrigada. Muito obrigada. Obrigada. Por favor, sentem-se. Por favor. Obrigada. Eu amo todos vocês. Vocês terão que me perdoar. Eu perdi minha voz enquanto gritava e me lamentava esta semana. E perdi minha cabeça no início deste ano, então eu preciso ler.
Obrigada, imprensa estrangeira de Hollywood. Apenas para retomar o que Hugh Laurie disse, vocês e todos nós nesta sala, realmente, fazemos parte de um dos segmentos mais vilipendiados da sociedade americana nesse momento. Pensem sobre isso. Hollywood, estrangeiros e a imprensa. Mas, quem somos nós? E o que é Hollywood? É apenas um monte de pessoas de outros lugares.
Eu nasci e fui criada nas escolas públicas de Nova Jersey. Viola [Davis] nasceu em uma fazenda na Carolina do Sul, e cresceu em Central falls, Long Island. Sarah Paulson foi criada por uma mãe solteira no Brooklyn. Sarah Jessica Parker foi uma entre sete ou oito crianças de Ohio. Amy Adams nasceu na Itália. Natalie Portman nasceu em Jerusalém. Aonde estão suas certidões de nascimento?
A bela Ruth Negga nasceu na Etiópia, criada no... não, na Irlanda, acho eu. E agora ela está aqui, indicada por interpretar uma menina de uma pequena cidade na Virgínia. Ryan Gosling, como todas as boas pessoas, é canadense. E Dev Patel nasceu no Quênia, foi criado em Londres, e agora está aqui por ter interpretado um indiano criado na Tasmânia.
Hollywood está repleta de forasteiros e estrangeiros e se você nos chutar para fora (do país), não terá nada para assistir, exceto futebol e MMA, que não são arte. Eles me deram três segundos para dizer isso.
O único trabalho do ator é entrar na vida de pessoas que são diferentes e fazê-las se sentirem como as outras. E há muitas, muitas, muitas performances poderosas este ano que fazem exatamente isso, são de tirar o fôlego, um trabalho feito com paixão.
Houve uma performance este ano que me surpreendeu. Ela encravou seus ganchos no meu coração. Não porque foi boa. Não há nada de bom nela. Mas foi eficaz e cumpriu seu trabalho. Conseguiu fazer com que sua audiência risse e mostrasse seus dentes. Foi no momento em que a pessoa que está sentada no lugar mais representativo do país imitou um repórter com deficiência. Alguém que tem maior privilégio, poder e capacidade de revidar. Isso partiu meu coração, e eu não consegui me recuperar porque não era um filme, era a vida real.
Esse instinto de humilhar quando vem de alguém numa plataforma pública afeta de vida de todos, porque dá permissão para que outros façam o mesmo. O desrespeito convida o desrespeito, a violência incita a violência. Quando os poderosos usam sua posição para intimidar os outros, todos nós perdemos.
Isso me trás até a imprensa. Nós precisamos da imprensa honesta para fazer oposição, chamá-los para o tapete para todas as indignações. Foi por isso que nosso fundadores consagraram a imprensa e sua liberdade em nossa constituição. Então, eu apenas peço à imprensa estrangeira de Hollywood e a todos da nossa comunidade que se juntem a mim para apoiar o comitê para proteger os jornalistas. Porque nós vamos precisar deles no futuro. E eles precisam de nós para garantir a verdade.
Mais uma coisa. Certa vez, quando eu estava no set de filmagem lamentando sobre algo, estávamos indo para o trabalho após o jantar, ou alguma coisa do tipo, Tommy Lee Jones me disse: "Não é um privilégio, Meryl, apenas ser um ator?". Sim, é. E nós precisamos nos lembrar do privilégio e da responsabilidade do ato de empatia. Nós deveríamos estar orgulhosos do trabalho que Hollywood nós honra esta noite.
E, como minha amiga, a querida Princesa Leia, me disse certa vez, pegue seu coração partido e transforme em arte. Obrigada".

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