Editorial do jornal A TARDE
18/01/2017
São em tal número e tão
generosos os benefícios recebidos pelos senadores brasileiros que é difícil
entender como tantos encontram-se ameaçados de ir para a cadeia por “malfeitos”,
termo tão ao gosto da ex-presidente Dilma Rousseff. Recebem remuneração mensal acima
de R$33 mil, mais dinheiro para aluguel de escritório, transporte, hospedagem,
alimentação, segurança, publicidade, moradia, carro com motorista, plano de
saúde etc.
Por
si só, essa gastança já seria um escândalo em qualquer país civilizado e uma
vergonha para quem diz atuar em defesa do interesse público, mas no Brasil os
senhores senadores gastam como se o país estivesse nadando em mar de almirante
e navegando em céu de brigadeiro, no que diz respeito à situação econômica, e
não enfiado na maior recessão de sua história.
E
quando se pede às famílias que encolham seus gastos, reduzam as atividades de
lazer, encurtem as férias, tirem seus filhos de escolas particulares e
levem-nos para o fragilizado ensino público, o que fazem os nobres
parlamentares? Aumentam a gastança.
Está mais de que na hora de a sociedade discutir seriamente se vale mesmo
a pena continuar sustentando a mordomia dos integrantes do Congresso Nacional.
É debate que não se pode esperar que parta dos senadores, acostumados às tetas
da Nação. Mas é inaceitável que o eleitorado continue apertando o cinto
enquanto os seus representantes no Planalto torram os recursos escassos do
erário.
A
face arbórea dos nossos políticos não permite que se envergonhem com os
desmandos que praticam, certos da falta de memória dos eleitores. Apostam na
distribuição de migalhas em períodos de eleição e na incapacidade dos brasileiros
que vivem nos grotões de entender como é prejudicial ao País e à democracia a
existência de uma classe que pensa no benefício próprio quando tem o dever de
se voltar para os interesses da coletividade.
O pior é ver a FAB transformada em über, ou, mais corretamente , em camburões, pela qualidade dos passageiros, que não podem circular em aeroportos civis sob risco de carreirões. A FAB deveria se dar a respeito, até para honrar o juramento de seus cadetes - uma profissão de fé na moralidade pública.
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