domingo, 5 de janeiro de 2020

CHEZ BERNARD

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Quando cheguei em Salvador, em 1975, o restaurante francês Chez Bernard já existia desde a década anterior. Nestes 45 anos perdi o número de vezes que fui sentar perto da vista, sempre deslumbrante, sobre a baia.
Neste quase meio-século, o estabelecimento passou por várias mãos e um sem número de chefes regeram panelas e frigideiras. Ás vezes com resultados convincentes, outras vezes menos. 
Por pouco tempo até a Odebrecht tomou posse do espaço, enchendo a sala de diretores da multinacional e políticos agradecidos, mas nem por isso a mesa melhorou.
Quando crítico gastronômico da Gazeta Mercantil, me vi obrigado a redigir uma matéria arrasadora tal era ruim aquilo que fora colocado no meu prato.
Ontem, primeiro sábado do ano, voltei a sentar junto a vista panorâmica, o que já justificaria pagar sem muito remorso uma nota salgada.
Pedimos como entrada mexilhões com batatas fritas. Chegaram, muito bem apresentados, seis deles banhando em molho tipo bechamel melhorado. 
Na sequencia, eu tinha encomendado linguine com frutos do mar. Algum tempo depois, o maitre veio nos informar que a linguine estava em falta. Sorria, você está na Bahia. Aceitei o spaghetti normal. Ao levantar a tampa que preservava meu pedido, constatei que, gentilmente, a casa continuava se preocupando com meu excesso de peso. "Poco pero bueno" como dizem os argentinos. Mais uma vez o molho temperando os frutos do mar tinha recebido uma boa colherada de farinha do reino. 
Minhas profiterolles vieram, desta vez em overdose.
Serviço correto, decoração banal quase cafona entre verde e cinza, duas cores que nunca são recomendáveis para um restaurante.
Voltarei... talvez.

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