quinta-feira, 22 de março de 2018

MAIS UM APAGÃO!

Salvador tem fim de tarde de caos por causa de apagão

Na avenida Paralela, busca por ônibus foi desafio para quem queria voltar para casa - Foto: Alessandra Lori l Ag. A TARDE

Pontos de ônibus lotados, lojas fechadas, estações de metrô esvaziadas e trânsito congestionado. O apagão, que atingiu a Bahia e outros estados das regiões Norte e Nordeste, na tarde desta quarta-feira, 21, transformou o final da tarde da capital baiana em um verdadeiro caos.
A interrupção do fornecimento de energia foi percebida por volta das 15h55 e só começou a ser regularizada a partir das 19h. De acordo com a Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba), problemas na Usina de Belo Monte teriam motivado o blecaute.
Por causa da falta de luz, a maioria dos estabelecimentos de rua encerrou as atividades mais cedo. Em alguns shopping centers da capital, as atividades foram interrompidas até os geradores serem acionados.
O sistema de transporte público também foi afetado pelo apagão. O metrô teve as atividades suspensas por quase três horas. De acordo com a CCR Metrô Bahia, concessionária que administra e opera o sistema metroviário, todas as estações foram fechadas e evacuadas.
Sem metrô, cresceu a procura pelos coletivos em diversos locais da cidade. O cenário foi de pontos cheios e ônibus lotados. Voltar para casa foi o grande desafio para a maioria das pessoas, como foi o caso da cozinheira Maria Joana, 60.
Ela chegou à estação Brotas do metrô minutos depois do apagão e precisou procurar outro meio para retornar para casa. “Moro em Cajazeiras e iria até a estação Pirajá. Vou ter que me virar para pegar um ônibus, nem que esteja cheio”, disse.

O analista de sistemas Marcelo Mendes, 34, optou por ir a pé. “Moro no bairro do Cabula, vou na paleta mesmo. É a única forma de chegar em casa, pois só passa ônibus lotado”, relatou.
O fim da tarde chegou e o fornecimento ainda não havia sido regularizado. A cidade começava a ficar às escuras e o caos continuava. Ainda esperançosa pelo fim do apagão, a estudante Marisa Santos, 25, estava preocupada em chegar à faculdade em que estuda, na avenida Paralela.
“Estou aflita, hoje tenho que entregar de um trabalho muito importante”, disse a estudante. Logo em seguida, ela recebeu uma mensagem informando que as aulas foram suspensas.




Prazo para apuração das causas do apagão deve ser de 10 a 15 dias

A linha de transmissão Xingu-Estreito, onde ocorreu a falha no disjuntor que provocou o colapso no fornecimento de energia em 13 Estados do Norte e Nordeste, aguarda autorização para dobrar a carga de energia transportada, informou o Operador Nacional do Sistema (ONS). Atualmente, esse sistema tem autorização para operar de forma comercial com 2 mil MW de energia. No fim de semana, porém, os testes para operação com 4 mil MW foram concluídos com sucesso.
"A fase de teste havia sido concluída e íamos iniciar os procedimentos para começar a operação comercial (em carga máxima da linha)", disse o diretor geral da ONS, Luiz Eduardo Barata Ferreira.
Apuração
Em coletiva nesta quarta-feira, 21, o ONS informou que o prazo para apuração das causas que levaram ao colapso no fornecimento de energia em 13 Estados do Norte e Nordeste deve levar de 10 a 15 dias.
Além de apurar as causas da falha no disjuntor da linha de transmissão Xingu-Estreito, responsável pelo escoamento de toda a energia gerada pela Usina de Belo Monte, o ONS também irá apurar por que as usinas da região levaram mais tempo para recomposição do que o previsto.
"Essa é outra investigação que iremos fazer", disse o diretor geral da ONS, Luiz Eduardo Barata Ferreira.
O Operador, porém, descartou erro humano como causa da falha no disjuntor que provocou a queda do sistema. Segundo ele, as usinas da Região Norte tiveram que ser desligadas porque hoje produz mais energia do que consome e exporta para o Nordeste. Com a falha na transmissão, a sobra de energia foi de 4 mil MW.

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