Salvador tem fim de tarde de caos por causa de apagão
Pontos de ônibus lotados, lojas fechadas, estações de metrô esvaziadas e trânsito congestionado. O apagão, que atingiu a Bahia e outros estados das regiões Norte e Nordeste, na tarde desta quarta-feira, 21, transformou o final da tarde da capital baiana em um verdadeiro caos.
A interrupção do fornecimento de energia foi percebida por volta das 15h55 e só começou a ser regularizada a partir das 19h. De acordo com a Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba), problemas na Usina de Belo Monte teriam motivado o blecaute.
Por causa da falta de luz, a maioria dos estabelecimentos de rua encerrou as atividades mais cedo. Em alguns shopping centers da capital, as atividades foram interrompidas até os geradores serem acionados.
O sistema de transporte público também foi afetado pelo apagão. O metrô teve as atividades suspensas por quase três horas. De acordo com a CCR Metrô Bahia, concessionária que administra e opera o sistema metroviário, todas as estações foram fechadas e evacuadas.
Sem metrô, cresceu a procura pelos coletivos em diversos locais da cidade. O cenário foi de pontos cheios e ônibus lotados. Voltar para casa foi o grande desafio para a maioria das pessoas, como foi o caso da cozinheira Maria Joana, 60.
Ela chegou à estação Brotas do metrô minutos depois do apagão e precisou procurar outro meio para retornar para casa. “Moro em Cajazeiras e iria até a estação Pirajá. Vou ter que me virar para pegar um ônibus, nem que esteja cheio”, disse.
O analista de sistemas Marcelo Mendes, 34, optou por ir a pé. “Moro no bairro do Cabula, vou na paleta mesmo. É a única forma de chegar em casa, pois só passa ônibus lotado”, relatou.
O fim da tarde chegou e o fornecimento ainda não havia sido regularizado. A cidade começava a ficar às escuras e o caos continuava. Ainda esperançosa pelo fim do apagão, a estudante Marisa Santos, 25, estava preocupada em chegar à faculdade em que estuda, na avenida Paralela.
“Estou aflita, hoje tenho que entregar de um trabalho muito importante”, disse a estudante. Logo em seguida, ela recebeu uma mensagem informando que as aulas foram suspensas.
Prazo para apuração das causas do apagão deve ser de 10 a 15 dias
A linha de transmissão Xingu-Estreito, onde ocorreu a falha no disjuntor que provocou o colapso no fornecimento de energia em 13 Estados do Norte e Nordeste, aguarda autorização para dobrar a carga de energia transportada, informou o Operador Nacional do Sistema (ONS). Atualmente, esse sistema tem autorização para operar de forma comercial com 2 mil MW de energia. No fim de semana, porém, os testes para operação com 4 mil MW foram concluídos com sucesso.
"A fase de teste havia sido concluída e íamos iniciar os procedimentos para começar a operação comercial (em carga máxima da linha)", disse o diretor geral da ONS, Luiz Eduardo Barata Ferreira.
Apuração
Em coletiva nesta quarta-feira, 21, o ONS informou que o prazo para apuração das causas que levaram ao colapso no fornecimento de energia em 13 Estados do Norte e Nordeste deve levar de 10 a 15 dias.
Além de apurar as causas da falha no disjuntor da linha de transmissão Xingu-Estreito, responsável pelo escoamento de toda a energia gerada pela Usina de Belo Monte, o ONS também irá apurar por que as usinas da região levaram mais tempo para recomposição do que o previsto.
"Essa é outra investigação que iremos fazer", disse o diretor geral da ONS, Luiz Eduardo Barata Ferreira.
O Operador, porém, descartou erro humano como causa da falha no disjuntor que provocou a queda do sistema. Segundo ele, as usinas da Região Norte tiveram que ser desligadas porque hoje produz mais energia do que consome e exporta para o Nordeste. Com a falha na transmissão, a sobra de energia foi de 4 mil MW.
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