sexta-feira, 2 de março de 2018

QUANDO O BARULHO GERA VIOLÊNCIA

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Em breve visita ao meu irmão Dimitri em Salvador, aproveitei para rever um velho amigo, com quem jantei no sábado, 24 de fevereiro. Ao voltar para casa, na Rua Direita de Santo Antonio 177, fiquei perplexo com o volume da música do vizinho ao lado. 

Era meia noite e cinco, 00h05, e o barulho era muito superior ao que se tolera até as 22h00
De forma polida, desde o terraço do quarto, perguntei se podiam, por favor, abaixar o volume. 
Recebi um sonoro NÃO!!!do homem que estava bebendo cerveja com duas ou três mulheres, sentados em volta de uma mesa. 

Surpreso com a reação grosseira, ponderei que eu só queria poder dormir, ao que ele respondeu: tomara que não tenham sido vocês que jogaram água na gente, agora há pouco. 
Claro que não, disse eu, jamais faríamos isso. 
Nesse momento, a mulher sentada em frente ao homem declarou: quem paga as contas aqui sou eu, não é tão tarde, não está tão alto, e hoje é sábado. 

Vencido, apenas disse boa noite, obrigado. 
Fechei a porta de vidro do terraço e me dirigia à cama quando o homem vociferou uma séria de frases que só reproduzo por fidelidade aos fatos, tamanha é a grosseria."Volta aí, seu filho da puta!! Bota a cara pra fora!! Eu tô te chamando!! Bota a cara aí, seu filho da puta! Tu não é homem não, seu viado do caralho?? Volta aí, seu porra!!!" 

Claro que eu não ia chafurdar no território da baixaria, em que ele é mais apto que eu. Fiquei quieto no meu canto, esperando que passasse a tempestade de impropérios, que se repetiu algumas vezes. 

Diante do meu silêncio, a extrema violência verbal se tornou física: o ser em questão saiu à rua e ESPANCOU a porta de madeira da casa de meu irmão, com tamanha intensidade, que eu pensei que fosse quebrar. 
Foram três séries de intensa pancadaria na porta, até que o cidadão desistisse. 

Claro que passei a noite em claro, com meus setenta anos de paz e elegância. 
Foi uma experiência devastadora. 

Será que o poder público tolera a delinquência perpetrada contra cidadão pacíficos?? É assim na Bahia??

Wladimir Ganzelevitch

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