terça-feira, 21 de março de 2017

CALMA, GENTE!

Marinha explica: prédio que dará lugar a novo museu não é 'histórico', mas de 1996

POR ANCELMO GOIS


O novo Museu Marítimo

Calma, gente!
Muita gente ficou preocupada, ontem, ao ver a projeção de como será o futuro Museu Marítimo do Brasil, no Boulevard Olímpico, pensando que, assim, seria destruído um prédio "histórico" onde hoje fica o Espaço Cultural da Marinha.
Só que, explica a Marinha, aquele prédio foi construído em... 1996. Tem essa arquitetura mais, digamos, "histórica" porque ele foi inspirado na Cordoaria Nacional de Lisboa, um prédio do século XVIII. E o novo museu terá um "projeto arquitetônico harmônico com seu entorno", "condizente com as demais instituições que compõem o circuito cultural da orla".
Segue...
Leia abaixo, na íntegra, a nota da Marinha:
"A construção que está sobre o píer do Espaço Cultural da Marinha, na orla portuária, data de 1996, e foi feita após alguns anos de obras necessárias para revitalizar o local, que havia pertencido à Companhia de Navegação Lloyd Brasileiro, e abrigar um espaço expositivo de peças do acervo do patrimônio histórico e cultural da Marinha, como a Galeota de D. João VI.
Apesar de o píer em si, o atracadouro, datar de 1877, quando servia à Alfândega, o que havia sobre ele era uma edificação característica para movimentação de carga: em módulos, intercaladas por guindastes hidráulicos, de tipologia construtiva de caráter provisório, cuja função original foi se perdendo e se descaracterizando ao longo do tempo, desde que o porto migrou para a Gamboa, no início do século 20.
O edifício do Espaço Cultural da Marinha inaugurado em 1996 foi construído de modo a se assemelhar à Cordoaria Nacional de Lisboa, este sim um prédio de fins do século 18, em Portugal, onde se fabricavam cordas e velas para embarcações. No jargão do patrimônio, se chama a este tipo de construção contemporânea de “falso histórico”.
A Diretoria de Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha contratou uma pesquisa independente para levantar os fatos relevantes do local, que serão apresentados ao público no Museu Marítimo.
À antiga vontade de se criar no Brasil um Museu Marítimo se somou à reurbanização da orla portuária, que liberou o Espaço Cultural da Marinha da sombra da Perimetral. Assim, o novo museu será condizente com as demais instituições que compõem o circuito cultural da orla, e ao imenso público que visita os navios-museus Bauru e Riachuelo, e fazem o passeio à Ilha Fiscal e à Baía da Guanabara, que durante a Olimpíada totalizou 97 mil pessoas, e desde então tem uma média mensal de 16 mil visitantes.
Com revestimento de aço cortén, material extremamente resistente à corrosão e de fácil manutenção, que pelo tom acobreado lembrará um navio, o Museu Marítimo do Brasil terá um projeto arquitetônico harmônico com seu entorno, e apropriado para o projeto museológico que buscará criar uma “consciência marítima” no país."

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