segunda-feira, 15 de julho de 2024

O FAUSTO DE ZÉ CELSO

 


Já tinha assistido, anos atrás a uma produção de Zé Celso no Vila Velha sobre Antônio Conselheiro. Não me tinha convencido.

Ontem, domingo14 de julho, fui aos salesianos para tentar me reconciliar com o famoso diretor.
Me deu vontade de sair após 15 minutos.
Tem 60 anos que não se faz mais este tipo de encenação.
Querendo ser onírico, o espetáculo é pesadamente histriónico. Um barroquismo que se quer glauberiano, apoiado em direção de atores fraca com gestual limitada e repetitiva.
 
Clichês, apelações -Netanyahu, Dalmares, Putin, Trump - podem divertir um público sem grandes exigências, não para quem vai com frequência ao teatro. 
Detalhe importante: nenhum dos atores tem o "Physique du rôle"
Nem os figurinos escapam. Tristemente feios, mesquinhos.
Única ressalva: os ótimos efeitos da câmera.

Felizmente havia um intervalo.

Vi, em Salvador, nestes últimos 50 anos, muitas produções baianas, menos badaladas, incomparavelmente superiores em termo de teatro. 

Resta a louvável e vitoriosa batalha para que o teatro Oficina de São Paulo conservasse o jardim vizinho, impedindo a construção de mais um monstrengo, projeto do urubu Silvio Santos.

Dimitri Ganzelevitch

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