Presidência gasta R$44mil por dia em cartão de crédito, mas para educação falta dinheiro
Conheça detalhes da mamata da presidência de Bolsonaro que totalizou R$1.320.761,81 só em junho. Ela inclui centenas de suspeitos valores idênticos. Os gastos foram efetuados por “portadores sigilosos” e não podem ser atribuídos, graças ao sigilo, ao presidente e sua família. O destino dos gastos é igualmente sigiloso. Parte da mamata é oficialmente atribuída a órgãos de responsabilidade dos generais Mourão e Heleno. O montante comprova, mais uma vez, a falsidade da falta de recursos e que por isso seriam necessários cortes na educação e na previdência.
Levantamento inédito conduzido pelo Esquerda Diário no site do governo “Portal Transparência” mostra a mamata presidencial em R$1.320.761,81 só no mês de junho. O valor equivale a R$ 44.025,39 por dia. O escândalo com a janta de Eduardo Bolsonaro nos EUA que custou R$4mil não foi nada. Os gastos incluem muitos valores, identificados com sigilo com exatamente o mesmo valor.
Sob as ordens da Presidência da República, classificados sob diversos órgãos como a ABIN, gabinete da Vice-Presidência, Secretária de Administração, Gabinete de Segurança Institucional ocorre um gasto diário com cartão de crédito que é equivalente a 11 vezes o jantar grã-fino do filho presidencial. O valor torrado em cartão de crédito por dia corresponde a 44 salários e 22 bolsas CAPES por dia.
Diversos jornalistas já mostraram anteriormente que o governo Bolsonaro tem aumentado exponencialmente os gastos com “cartões corporativos” e os tornado cada vez mais sigilosos e indecifráveis. Vale lembrar que Bolsonaro já defendeu a extinção desses cartões quando buscava votos com um perfil “anti-corrupção”. Na própria transição de governo, Onyx Lorenzoni afirmou que o governo extinguiria esse gasto. Em março o Estado de São Paulo já tinha mostrado um gasto médio de R$1,1milhão nos dois primeiros meses do ano mostrando um aumento de 16% nos gastos comparado aos últimos governos. A matéria do tradicional e direitista jornal paulistano mostrava que só 1,4% dos gastos não continham sigilo e tornavam possível decifrar no que foram gastos.
Em agosto o jornal curitibano Gazeta do Povo fez novo levantamento e voltou a apontar a imensa quantidade de gastos identificados como “sigilosos”, o que impede identificar quem realizou a compra e o que (muito menos a mando de quem). Quando a reportagem foi ao ar houve muitas repercussões e Bolsonaro prometeu publicar seus gastos pessoais, coisa que nunca fez.
Vale lembrar que esse gasto com cartões de crédito é independente dos gastos normais orçados para cada órgão vinculado à presidência.
Resolvemos realizar um pente-fino nos gastos sigilosos da presidência só no último mês em que há informação (junho).
Vale lembrar que esse gasto com cartões de crédito é independente dos gastos normais orçados para cada órgão vinculado à presidência.
Resolvemos realizar um pente-fino nos gastos sigilosos da presidência só no último mês em que há informação (junho).
Acima estão listados os maiores gastos no cartão de crédito em junho, como pode-se notar tanto o portador quanto o destino são sigilosos em todos esses casos. Nota-se também que a maior parte dos gastos gigantescos são atribuídos a “secretaria especial de administração”, que, em tese, seria responsável dos gastos pessoais da presidência. Há gastos do GSI (chefiado pelo General Heleno) nesse print também.
A coisa fica curiosa e mais suspeita para baixo na listagem. Sob a rubrica da ABIN há diversos gastos igualmente sigilosos de valor idêntico, centavo a centavo:
Há margem plausível para suspeita (frise-se suspeita) nessa repetição de gastos, como mínimo de algum serviço rotineiro que teve seu gasto total dividido em vários gastos no cartão de crédito e assim pode prescindir de controles do TCU e formas convencionais de gastos como licitações públicas.
Essa repetição não é exclusividade de gastos atribuídos a ABIN e da ordem de R$20mil cada um. Há 168 gastos de exatamente R$1000,00. Sendo 163 deles contabilizados na agência de espionagem, 1 no Gabinete de Segurança Institucional e 4 na Secretaria de Administração.
Só em junho foram 545 compras nos cartões de crédito associados à Presidência da República. Gastos sigilosos e que permitem coisas imagináveis como o jantar imperial que Eduardo Bolsonaro teve no luxuoso Del Mar na marina Wharf em Washington.
Os 44 mil reais gastos por dia permitem à presidência viver como os empresários que procura servir, com a reforma da previdência, com a nova reforma trabalhista e escandalosas isenções fiscais. As isenções de impostos esse ano também atingirão as Letras de Crédito do Agronegocio e as Letras de Crédito Imobiliário. Ou seja especuladores e bilionários poderão não pagar imposto nessas transações. A isenção aos bilionários irá aumentar de 2019 a 2020 segundo o novo orçamento divulgado, alcançando a farra de R$ 331,1 bilhões. Esse valor é muitas vezes maior que o orçamento total do MEC que em 2018 foi de R$123 bilhões e Bolsonaro orçou em R$101,2 bilhões para o ano que vem.
Enquanto aumento o gasto com cartão de crédito, aumento a isenção aos bilionários é a educação e as aposentadorias que devem pagar a conta.
O nível de gastos até mesmo no cartão de crédito presidencial escancaram, mais uma vez, a absoluta falácia dos argumentos que a educação e as aposentadorias deveriam sofrer cortes.
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