Ponte de Lima ganhou um novo espaço que pretende promover a cultura e a leitura. “Livrearia” é o nome do “negócio de uma vila”, no qual, se pretender levar um livro, só tem de se dirigir a uma das lojas vizinhas e pagar. Com este projeto, Manuel Pimenta queria “acrescentar algo à vida das pessoas” e foi na loja antiga do avô que montou a "livrearia", sem funcionários nem caixa registadora. Ao invés disso, tem muitos livros escolhidos por “pura intuição” que preenchem as estantes.


Livraria

No letreiro que está à porta deste estabelecimento pode ler-se, em português e inglês: “Comece por desapertar o cinto que o prende à terra e sinta-se convidado a voar para dentro dos livros. Caso se apaixone por algum, mantenha a calma e agarre-se bem a ele. Depois dirija-se a um dos comércios vizinhos para tratar das formalidades. Poderá fazê-lo na padaria ao lado, no pronto-a-vestir, duas casas à esquerda ou, na farmácia, também situada neste apolíneo largo”, pode ler-se no “Público”.

Mas para além dos vizinhos, que em muito ajudam a tomar conta deste espaço, o proprietário de 49 anos criou uma equipa de colaboradores para “encantar” este lugar: uma imagem de Santo António com o menino Jesus ao colo e uma estátua de Dom Quixote.

“O Dom Quixote é um bom guarda. Roga pragas a quem quiser tirar livros sem pagar”, pode ler-se no mesmo meio de comunicação. Manuel Pimenta tem plena noção de que “este negócio que criei dificilmente conseguiria ser possível numa cidade grande. Isto é um negócio de uma vila onde as pessoas interagem de forma muito próxima, que recebe muita gente de fora que tem acarinhado muito a ideia, porque acham que é uma boa forma de valorizar o livro”.

Para Manuel Pimenta, “os livros a monte parecem coisas sem valor. Os livros que estão aqui são obras de arte, são fenomenais e têm de ter o seu destaque.” Diferente das tradicionais livrarias, neste local as obras são vendidas por “10€ para quem for excêntrico ou tiver perdido o juízo, 5€ para o cidadão comum e gratuito para quem tiver o triste azar de roubar sem necessidade”, pode ler-se no letreiro da entrada da loja.