domingo, 30 de junho de 2024

REMOVENDO AS BARRAGENS

 

Como (e porquê) a Europa está removendo as suas barragens?


Escrito porRafaela Fabris

Como (e porquê) a Europa está removendo as suas barragens?

Descubra por que a Europa está removendo suas barragens e os benefícios dessa ação para o meio ambiente.


Por séculos, a Europa construiu uma vasta rede de mais de 150.000 barragens. Essas estruturas, algumas datando do início do século XX, foram símbolo de progresso e poder. Elas geravam eletricidade, controlavam enchentes e impulsionavam o crescimento industrial. Porém, a um custo oculto: as barragens interrompem os ritmos naturais dos rios, danificando ecossistemas e ameaçando a sobrevivência de peixes migratórios. Agora, muitas dessas estruturas estão chegando ao fim de sua vida útil e se tornando perigosas

Remover barragens ajuda a restaurar os rios à sua condição natural, beneficiando o meio ambiente. Sem as barragens, os rios podem fluir livremente, o que é crucial para a saúde de ecossistemas aquáticos e a sobrevivência de espécies como os peixes migratórios. As barragens também acumulam sedimentos que podem conter poluentes. Quando removidas, esses sedimentos são liberados, podendo revitalizar habitats rio abaixo.


O Rio Hiitolanjoki, na Finlândia, é um exemplo de sucesso na remoção de barragens


Este rio de 53 km, que deságua no Lago Ladoga, abriga a última população de salmão naturalmente isolada do mar na Finlândia. Por mais de um século, barragens como Kangaskoski, Lahnasenkoski e Ritakoski interromperam o fluxo do rio, dificultando a migração dos salmões.

Em 2021, a barragem Kangaskoski foi demolida, resultando em uma resposta ecológica imediata: em poucas semanas, ninhos de salmão surgiram na nova seção do rio. Em 2022, a barragem Lahnasenkoski também foi removida. A última etapa envolveu a remoção da barragem Ritakoski em 2023. O custo total do projeto foi de aproximadamente €750.000, financiado por doadores públicos e privados.

Remover uma barragem é um grande desafio de engenharia. Cada barragem é estudada individualmente para determinar a melhor abordagem. Aqui estão alguns métodos comuns:

Método de entalhe e liberação: Engenheiros fazem cortes estratégicos na barragem, permitindo que a água saia gradualmente. Isso ajuda a redistribuir os sedimentos de forma controlada, revitalizando os habitats rio abaixo.

Método de liberação rápida: Um túnel é criado na base da barragem, liberando rapidamente a água e os sedimentos. É um método mais rápido e barato, mas pode causar inundações e erosão.

Método de escavação e drenagem: O reservatório é esvaziado e os sedimentos acumulados são removidos com máquinas pesadas. É um processo caro e lento, usado quando os sedimentos são contaminados.

Método de desvio: Em alguns casos, um novo canal é construído para desviar o rio em torno da barragem, deixando os sedimentos no lugar.

Em 2022, um número recorde de 325 barragens foram removidas na Europa

Reabrindo importantes vias fluviais. Países como Espanha, Suécia e França lideram esses esforços, com novos participantes como Letônia e Luxemburgo se juntando à causa. A remoção de barragens melhora a biodiversidade, ajudando a reverter a perda de espécies e criando habitats mais saudáveis.

A Europa está removendo suas barragens para restaurar os rios e beneficiar o meio ambiente. Esse movimento, embora complexo e caro, traz enormes benefícios ecológicos, ajudando a reverter décadas de danos aos ecossistemas fluviais. A remoção de barragens simboliza um compromisso com a sustentabilidade e a preservação da natureza para as futuras gerações.

🚨 Como (e porquê) a Europa está removendo as suas barragens?


sábado, 29 de junho de 2024

DOIS MITOS

 



Julian ASSANGE y Noam CHOMSKY

A VERGONHA DO ESTADO DA BAHIA

 

Prédio do Arquivo Público vai a leilão pela quarta vez neste ano

Valor inicial para arrematar o imóvel é 40% em relação ao último leilão, com lance inicial de R$ 7,4 milhões

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  • Larissa Almeida









  • Sede do Arquivo Público Crédito: Marina Silva/Arquivo CORREIO 

    Um novo capítulo de incertezas sobre o futuro do vasto acervo existente no Arquivo Público do Estado da Bahia (Apeb) está sendo escrito até o dia 4 de julho, data em que o prédio que abriga a entidade arquivística centenária será leiloado pela quarta vez somente neste ano. Depois de três tentativas sem obtenção de propostas, o imóvel poderá ser arrematado em uma casa de leilões pelo lance inicial de R$ 7.423.518,00, acrescido de no mínimo R$ 50 mil. O valor é 40% menor em relação ao último leilão, realizado no dia 21 de junho, que teve lance inicial de R$12.448.851,34.

    Localizado na Baixa de Quintas, o prédio Solar da Quinta do Tanque – também conhecido como Quinta do Tanque ou Quinta dos Padres – é a casa do Arquivo Público desde 1980. Antes disso, o local foi casa de repouso dos jesuítas e leprosário e, em 1949, declarado patrimônio pelo Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

    Toda a instabilidade existente em torno do prédio teve início em 1990, quando o Solar da Quinta foi envolvido em uma briga judicial, movida por um escritório de arquitetura de Salvador, que acusou o Estado de não pagar dívidas. Em 2005, a ação contra o governo foi executada e a Bahiatursa – órgão extinto transformado na Superintendência de Fomento ao Turismo da Bahia, em 2014 – ofereceu a atual casa do Apeb para penhora. Nada aconteceu por 16 anos, até que, no dia 7 de novembro de 2021, o anúncio de que o prédio iria a leilão para pagar a dívida veio à tona.

    Mesmo sob inicial intervenção do Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA), que se manifestou contrário à venda e conseguiu a suspensão do primeiro leilão por 60 dias, o Solar da Quinta do Tanque foi leiloado em mais de uma oportunidade, a partir de 2022. Somente neste ano, três tentativas foram feitas no dia 25 de março, 8 de abril e 21 de junho, através do site Cravo Leilões.

    Viriato Domingues Cravo, leiloeiro responsável pela Cravo Leilões, acredita que o principal empecilho para a venda do imóvel é o tombamento. “É um imóvel interessantíssimo da cidade de Salvador, mas o tombamento deixa o investidor com certos receios, porque ele tem que seguir uma série de regras do Iphan em termos de preservação das construções”, afirma.

    Interesse  federal

    Em 2022, a propriedade chegou a ser arrematada por R$ 13,8 milhões, oferecido por uma empresa pernambucana, que depois desistiu da aquisição. Desde então, não houve novos arremates, mas o Governo Federal, por meio da Superintendência do Patrimônio da União na Bahia (SPU-BA), demonstrou interesse no imóvel no dia 1º de dezembro de 2023.

    Em ofício enviado à Advocacia da União e à Procuradoria-Regional da União da 1ª Região e, posteriormente à casa de leilões, a SPU-BA manifestou intenção de adquirir o Solar da Quinta do Tanque por R$ 12.448.851,34. No entanto, de acordo com a Cravo Leilões, o depósito do pagamento nunca aconteceu.

    Ainda que a transação não tenha sido concluída, a SPU-BA segue em vantagem. Isso acontece porque, embora um prédio tombado pelo Iphan possa ser levado a leilão, a União, os Estados e municípios têm preferência para comprar o bem, conforme prevê o Art. 892, § 3º. "No caso de leilão de bem tombado, a União, os Estados e os Municípios terão, nessa ordem, o direito de preferência na arrematação, em igualdade de oferta”.

    O interesse do governo federal na propriedade tombada não foi esclarecido. No entanto, nos últimos anos, o Estado realizou diversos investimentos no local. Em 2019, o Ministério da Cultura junto a Fundação Pedro Calmon (FPC) obteve investimentos de R$ 3 milhões para serviços de reforma no Solar da Quinta do Tanque.

    Em novembro de 2021, a proposta ‘Acervos Memoriais APEB/FPC: Preservação e Difusão’, apresentada pela FPC foi contemplada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e recebeu investimento de R$ 13.855.876,50 concentrados nas ações de: capacitação para aperfeiçoar e dar continuidade às intervenções de restauro (R$ 25.000,00), catalogação, higienização (R$ 528.934,50), restauração (R$ 4.276.755,00), acondicionamento (R$ 158.550,00), armazenamento (R$ 1.800.000,00), controle ambiental (R$ 4.013.707,00), sistema de segurança (R$ 2.259.230,00) e conceber e implantar projeto expográfico (R$ 793.700,00).

    A reportagem procurou a SPU para se posicionar sobre o interesse manifestado pelo prédio que abriga o Apeb e informar se há intenção de concretização da oferta, mas não houve resposta.

    Entidades se manifestam contra o leilão

    Após o anúncio de mais leilão, entidades arquivísticas e históricas baianas se posicionaram contra o certame do dia 4 de julho. Em nota, a Fundação Pedro Calmon reiterou que não aprova o leilão e defendeu que o imóvel Quinta do Tanque é parte da memória, identidade e do patrimônio cultural e histórico do estado.

    “Seguimos junto à Procuradoria Geral do Estado, monitorando os resultados da ação judicial que não tem tido êxito nas suas diversas tentativas anteriores. Garantimos que, independentemente do resultado do leilão, a sede do Arquivo Público da Bahia seguirá funcionando e desempenhando sua nobre missão, acessível a toda comunidade acadêmica, pesquisadores e ao público em geral”, disse em nota.

    A Associação dos Arquivistas da Bahia (Aaba) voltou a afirmar que entende que a concretização do leilão teria como consequência a retirada do acervo do imóvel. “Isso continua sendo a nossa maior preocupação. No entanto, estamos aguardando que as ações e estratégias adotadas pelo Estado sejam efetivadas e que o acervo permaneça no prédio da Quinta do Tanque”, ressaltou.

    Por sua vez, a Associação Nacional de História (Anpuh) emitiu nota de repúdio ao certame. “É inaceitável novamente termos que enfrentar a iminência de perder um espaço de valor histórico e cultural inestimável para o estado da Bahia. Esperávamos que esse leilão fosse anulado, especialmente após as afirmações do ex-diretor da Fundação Pedro Calmon, Zulu Araújo, durante o I Encontro de Arquivistas da Bahia, realizado em 2022. [...] O APEB é um bem público e não está à venda”, finalizou.

    *Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro

     








sexta-feira, 28 de junho de 2024

LAUDATE DOMINUM

GUIA DE ARBORIZAÇÃO URBANA

 FAVOR REPASSAR PARA 

O PREFEITO DE SALVADOR


Com conteúdo gratuito disponível on-line, 'Guia de Arborização Urbana' orienta sobre o plantio de árvores em Presidente Prudente

Documento também norteia sobre podas e lista espécies recomendadas ao espaço urbano.

Por g1 Presidente Prudente


A Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semea) produziu um "Guia de Arborização Urbana", composto por 37 páginas, com objetivo de melhorar a arborização, além de nortear e orientar a prática do plantio em Presidente Prudente (SP). O conteúdo gratuito está disponível na internet.

Entre os objetivos elencados no guia, estão o estabelecimento de parâmetros técnicos para o plantio de árvores no contexto urbano da cidade:

  • a arborização urbana visando à melhoria da qualidade de vida e ao equilíbrio ambiental;

  • o envolvimento da população, visando à manutenção e à preservação da arborização urbana do município;

  • a melhoria na distribuição das árvores urbanas nas diversas regiões da cidade;

  • o desenvolvimento e o aprimoramento dos procedimentos e instrumentos legais para o incentivo do plantio de árvores para obtenção do “Habite-se”; e

  • o aumento e melhoria da cobertura arbórea da cidade de forma planejada, com base em procedimentos técnicos e o uso de espécies adequadas.

    Ainda conforme o documento, há orientações para o plantio de árvores, como um distanciamento para o plantio em passeios públicos, com distância mínima em relação a postes, semáforos e placas de sinalização, entre outros.

    O guia também norteia sobre podas, tipos de podas, autorização para retirada de árvores e crimes ambientais.

    Há ainda uma lista com as espécies recomendadas para o espaço urbano de Presidente Prudente e quais são inadequadas para a arborização.

    De acordo com a Semea, o documento foi elaborado pela equipe técnica da pasta, composta por engenheiros, biólogos, técnicos e tecnólogos ambientais, que se dedicaram ao projeto.