domingo, 27 de outubro de 2024

O ESCÂNDALO DO PALÁCIO MONROE

 A história e a controvérsia da demolição do Palácio Monroe, ícone arquitetônico do Rio de Janeiro

O icônico edifício foi derrubado em 1976, sob polêmicas e interesses políticos, após campanhas e decisões do governo militar

Por Quintino Gomes Freire

 -Em uma manhã de 5 de janeiro de 1976, quinze operários da Aghil Comércio de Ferro Ltda chegaram ao centro do Rio de Janeiro para iniciar a demolição do Palácio Monroe, uma das construções mais emblemáticas da cidade. A empresa, sob a propriedade de Antônio Gonçalves da Silva, havia vencido a licitação para desmontar o edifício. Munidos de marretas e britadeiras, os trabalhadores aguardaram a licença oficial da prefeitura, mas começaram a remover objetos de valor, como vitrais e estátuas, entre elas os icônicos leões de mármore esculpidos pelo artista italiano Vaccari Sonino. Hoje, dois desses leões adornam a entrada da Fazenda São Geraldo, em Uberaba, Minas Gerais, enquanto os outros dois estão expostos no Instituto Ricardo Brennand em Recife. As informações são da BBC/Brasil.

 


Raízes históricas e simbolismo do Monroe

O Palácio Monroe teve sua história iniciada em 1903, quando o engenheiro Francisco Marcellino de Souza Aguiar recebeu do presidente Rodrigues Alves a missão de projetar um pavilhão que representasse o Brasil na Exposição Universal de Saint Louis de 1904. Concluído em sete meses, o pavilhão recebeu elogios da imprensa americana e conquistou a medalha de ouro em arquitetura na exposição. Após o evento, foi reconstruído na então Avenida Central (atual Avenida Rio Branco) e inaugurado em 1906, como um símbolo da modernização do Brasil.

Renomeado em homenagem ao presidente americano James Monroe por sugestão do diplomata Joaquim Nabuco, o Palácio foi a sede de grandes eventos, como a 3ª Conferência Pan-Americana. Em sua longa trajetória, abrigou o Senado Federal e foi palco de avanços como a aprovação do voto feminino e as primeiras

Controvérsia e o destino do Monroe 


Na década de 1960, o Palácio Monroe começou a sofrer ataques da imprensa brasileira. Enquanto o jornal O Globo o chamou de “monstrengo” em 1961, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) argumentou a favor da demolição, alegando que a edificação “perdeu significação” e “enfeiava o Rio”. A pressão culminou na ordem de demolição em 1975, pelo então presidente Ernesto Geisel. Um documento enviado por Golbery do Couto e Silva, chefe da Casa Civil, comunicou ao ministro da Fazenda, Mário Henrique Simonsen, a decisão de Geisel, que foi celebrada por O Globo“Por decisão do Presidente da República, o Patrimônio da União já está autorizado a providenciar a demolição do Palácio Monroe,” noticiou o jornal em tom de comemoração.

Conflitos entre preservação e modernidade

A demolição do Monroe dividiu opiniões. De um llado, Lúcio Costa, um dos arquitetos modernistas mais respeitados do Brasil, apoiou a decisão, declarando que a demolição beneficiaria o “desafogo urbano”. Do outro, o Clube de Engenharia, apoiado por personalidades como Roberto Burle Marx, lançou o Manifesto pela Preservação do Palácio Monroe, com adesão de 162 arquitetos e urbanistas. O engenheiro Durval Lobo, que liderou o movimento, enfatizou que o edifício não apresentava problemas estruturais e que sua destruição não beneficiaria o tráfego local. “Nos anos 1970, o Brasil vivia os horrores do golpe de 1964. O manifesto, mesmo sem conseguir manter o prédio de pé, foi um ato de coragem,” destaca o historiador Daniel Levy de Alvarenga.

 

Hipóteses e motivações para a demolição

 

 


A pergunta “Quem demoliu o Monroe?” tem gerado discussões por décadas. Algumas teorias sugerem que a decisão foi motivada por ressentimento pessoal do presidente Geisel, que teria sido preterido para um cargo de confiança durante o governo de Juscelino Kubitschek. Entretanto, Alvarenga considera essa hipótese improvável. “A versão mais aceita atribui a demolição à percepção de que o estilo eclético do palácio e as transformações feitas no projeto original justificavam sua destruição,” afirma.

Outra teoria, a de que o Monroe teria sido derrubado para dar lugar à estação de metrô da Cinelândia, é contestada pelo cineasta Ades Eduardo Ades“O metrô não foi a causa da demolição do Monroe. Sua rota desvia do palácio,” revela Ades, diretor do documentário Crônica da Demolição.

Um símbolo perdido e a visão de um futuro alternativo



A trajetória do Monroe representa as transformações culturais e políticas do Brasil, desde sua construção como símbolo da nova república até a sua demolição sob a égide do regime militar. Para muitos, sua destruição é vista como um símbolo de perda de memória e de valor histórico, uma lembrança de que a preservação cultural nem sempre foi priorizada no país.

Enquanto permanece a discussão sobre o futuro que o Monroe poderia ter tido, sua ausência é sentida tanto por historiadores quanto pela população, que perdeu não só um edifício monumental, mas também um ponto de encontro e um espaço de representação política e cultural. O Palácio Monroe, para seus defensores, foi mais que uma construção; foi uma peça fundamental na identidade histórica e cultural do Rio de Janeiro e do Brasil.

 

 

 

 

MONARQUIA ABSOLUTA

 

 
        Vivemos uma curiosa época. A divulgação é mais importante que o fato. Exemplo. Uma “famosa” troca de parceiro, o que, a rigor, não tem a mínima importância para você e ainda menos para mim  . As redes sociais conseguem que tão insignificante notícia seja veiculada e lida por centenas de milhares de seguidores (sic). O informador virou peça fundamental do quotidiano. Quando se trata da televisão, o patamar chega a nível quase divino.

Anos atrás, minha casa acabava de ser contemplada com o título de Casa-Museu pelo Ministério da Cultura. Uma falsa loura que animava um programa de decoração de interiores me telefona.

“Dimitri! Vi sua casa na Casa Vogue! É linda! Maravilhosa! Vamos fazer um programa especial? ” Disfarçando minha ironia, respondi: ”Sim! Claro, querida! Mas me diga: quanto vão me pagar para filmar minha casa? ”... Silêncio... “Mas pagar? Como assim? ” conseguiu articular a moça. “Mas evidente. Afinal esta casa é fruto de anos de trabalho meu.  Quanto vocês ganham com os intervalos comerciais? Nada é de graça nos canais comerciais. Então, é normal que eu também receba parte da grana”. A falsa loira desligou quase chorando.

Outra vez, outra voz, outro canal. Outra falsa loira. “Oi!... Dimitri? Daqui é Fulana. Com certeza deve assistir a meu programa. Soube de seu concurso de cafezinhos. Você faz um trabalho fantástico com estes maravilhosos carrinhos! Que fantástico! Puxa! Que iniciativa legal, genial! Venha cá... Daria para você reunir uns vinte vendedores, com os carros mais bonitos, claro, na Praça da Piedade, na próxima quinta-feira ás 13h00? ” Já estou sentindo se aproximar a curtição de debochar da famosa. ”Sim, claro que posso. Mas vai ter um custo, porque terei que fazer uma seleção, correr à procura dos escolhidos. Vai ser trabalho para mim. Para eles, trabalho de graça, mas para seu canal, claro que não. Eles vão ter que deixar de vender os cafezinhos, portanto também terão que receber um pró-labore.”. A famosa se engasgando, lá em São Paulo. “Mas não temos verba para isso! ”. Tive que repetir o mesmo discurso que para o programa de decoração. Para televisões comerciais, não trabalho de graça, de jeito nenhum.

Aquela jornalista era morena, jovem e bonita, mas, a serviço da Globo, “se achando”. No meio do concurso de carros de cafezinhos, nas traseiras do Mercado Modelo, se permitiu obrigar um concorrente a sair da fila para entrevistà-lo, sem pedir licença aos organizadores.

Sou de pavio curto. Rodei a baiana, perguntando com que direito interferia no meu trabalho, lembrando que o fato é sempre mais importante que sua divulgação. A moça espumava de raiva, representando naquele momento, só faltando a tiara, a Monarquia Absoluta New Age.

E como sou democrata de raiz...

 Dimitri Ganzelevitch

A Tarde, 26 de outubro 2024

 

sexta-feira, 25 de outubro de 2024

UMA CLARINETA PARA MOZART



Praised for his “magnetic playing” (Cristian Macelaru), Carlos Ferreira is hailed as one of the most proclaimed clarinetists of our time. Prize winner at the ARD International Competition in Munich, the Geneva International Competition and of the WEMAG Soloist Prize at the Festspiele Mecklenburg-Vorpommern, Carlos Ferreira captivates audiences with his artistry, refined sound and stage presence. 

Carlos has been selected as a European Concert Hall Organisation (ECHO) Rising Star for the 2024/25 season. As such, he will will perform in some of Europe’s most prestigious concert halls. In 2020, Carlos Ferreira joined the Orchestre National de France as Principal Clarinet. Previously he held the same position with the Philharmonia Orchestra in London and the Orchestre National de Lille. 

In addition to his engagements with the Orchestre National de France, Carlos enjoys an extensive international career as soloist and chamber musician, performing at the at the world’s major festivals and venues. As soloist, Carlos appeared with the Orchestre National de France, the the Münchener Rundfunkorchester, the Orquestra Filarmónica Portuguesa, the “Transylvania” State Philharmonic Orchestra, the Münchener Kammerorchester, the Orchestre de Chambre de Genève and the Collegium Musicum Basel, always delivering deeply moving performances. 

As a chamber musician, he has worked with world-renowned musicians such as Hilary Hahn, Alice Sara Ott, Emmanuel Pahud, Eric le Sage, Paul Meyer, Lise Berthaud, Pierre Fouchenneret, Sarah Nemtanu, Quatuor Hermès, Timothy Ridout, Frank Duprée, Nika Goric, Karen Gomyo, Julia Hagen and Sao Soulez-Larivière. 

Member of the Academy of the Royal Concertgebouw Orchestra in 2016, Carlos Ferreira pursued his orchestral career at first with the Orchestre Philharmonique de Monte-Carlo as Principal E-flat Clarinet. Born in Paredes, Portugal, he received a scholarship from the Calouste Gulbenkian Foundation while studying at the Reina Sofía School of Music in Madrid, in the class of professors Michel Arrignon and Enrique Pérez Piquer. 

He later joined the Conservatorium van Amsterdam in the class of Arno Piters, and the HEMU of Lausanne in the class of Florent Héau. In Portugal, he was a student of José Ricardo Freitas at the José Atalaya Music Academy and ARTAVE, having completed his degree with Nuno Pinto at the Porto Superior School of Music and Performing Arts (ESMAE). 

His first joint album with the pianist and composer Pedro Emanuel Pereira titled “XX-XXI” was released in November 2022. Carlos Ferreira is a Buffet Crampon Artist.

LIBERTÉ

quinta-feira, 24 de outubro de 2024

SBAT EMITE CARTA MANIFESTO

  Sociedade Brasileira de Autores Teatrais emite Carta Manifesto

Carta Manifesto da SBAT e Seus Autores Contra o Uso Indevido de Obras Intelectuais por Plataformas de Inteligências Artificiais

À comunidade artística, às autoridades governamentais e à sociedade civil

Sociedade Brasileira de Autores Teatrais (SBAT) e seus associados vêm, por meio desta carta, manifestar profunda preocupação e indignação com o uso crescente e indiscriminado de obras intelectuais por grandes plataformas tecnológicas, as chamadas Big Techs, para o treinamento de modelos de Inteligência Artificial (IA). Esta prática desrespeita os direitos fundamentais de autores e demais criadores, afetando diretamente a integridade de suas criações e a proteção legal de suas obras.

As postagens de conteúdos originais dos autores nas redes sociais não podem e não devem pressupor concessão automática ao uso e/ou aperfeiçoamento de inteligências artificiais. Tendo em vista os termos de serviço apresentados por diversas plataformas digitais, que obrigam os criadores a cederem seus direitos autorais de forma automática ao utilizarem essas plataformas, a SBAT e seus associados protestam veementemente contra essa prática. Manifestamos nossa indignação diante desse abuso que impõe aos criadores a renúncia forçada de seus direitos, desrespeitando sua autonomia sobre o uso e a gestão de suas obras intelectuais.

O avanço da inteligência artificial e das tecnologias de processamento de dados tem trazido mudanças profundas no cenário artístico e cultural. No entanto, essas inovações tecnológicas não podem servir de justificativa para o descaso com os direitos de quem cria, inova e contribui para o patrimônio cultural e intelectual do país. A utilização de obras protegidas por direitos autorais para alimentar sistemas de IA, sem a devida autorização e remuneração dos titulares de direitos, representa uma afronta à Lei de Direitos Autorais brasileira (Lei nº 9.610/98), que assegura o direito exclusivo dos autores e demais criadores de permitir ou não o uso de suas criações, além de garantir o pagamento de retribuições justas pelo uso dessas obras.

Nosso direito à proteção intelectual é um direito fundamental, garantido pela Constituição Federal, que reconhece o papel dos autores e demais criadores como pilares do desenvolvimento cultural e científico. Quando plataformas de alcance global utilizam, sem consentimento, textos teatrais, roteiros, diálogos, personagens e outros elementos da obra dramática para treinar suas inteligências artificiais, estamos diante de uma grave violação de direitos. A Lei de Direitos Autorais, em seu artigo 68, é clara ao exigir autorização prévia para qualquer utilização pública das obras, inclusive em plataformas digitais.

As Big Techs, ao não respeitarem essa legislação, criam um ambiente de desvalorização do trabalho criativo, enfraquecendo a posição dos autores e enfraquecendo o próprio ecossistema cultural. Essas empresas, ao usarem criações artísticas para alimentar suas tecnologias de IA, retiram dos autores e demais criadores a possibilidade de participar das decisões sobre o uso de suas obras, além de negar-lhes a justa remuneração pelo uso econômico dessas criações. Trata-se de um novo capítulo de marginalização e precarização do trabalho artístico, agora no ambiente digital.

A decisão do Despacho Decisório n° 33/2024/PR/ANPD, que impôs medida preventiva à Meta Platforms (Facebook, Instagram e WhatsApp), INC sobre o uso de dados pessoais para treinamento de IA, revela o risco de diversas violações à Lei de Direitos Autorais brasileira. Entre elas, destacam-se a utilização de conteúdos protegidos sem autorização prévia, a violação da independência de modalidades de uso autorizadas, e a criação de obras derivadas sem consentimento dos autores. Além de fragilizar os direitos garantidos aos titulares, essas práticas podem incorrer em ilícitos civis e penais, conforme os artigos 102 e 104 da LDA. A SBAT, portanto, reforça a necessidade de revisão dessa decisão para garantir a proteção dos direitos autorais frente ao avanço das tecnologias de IA.

A SBAT, enquanto entidade histórica na defesa dos direitos dos autores teatrais, reforça a necessidade de um debate urgente sobre o impacto da inteligência artificial nas artes e na propriedade intelectual. É fundamental que o Brasil, por meio da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), Ministério da Cultura e demais órgãos competentes, atue para garantir que a aplicação de novas tecnologias não resulte em um desrespeito à legislação nacional e internacional sobre direitos autorais.

Exigimos que as plataformas digitais respeitem os direitos dos criadores e que se estabeleçam mecanismos claros de autorização e remuneração para o uso de obras intelectuais. A transparência e o consentimento dos titulares devem ser centrais no desenvolvimento dessas tecnologias.

A cultura e a arte não são meros insumos para o desenvolvimento de sistemas tecnológicos. São expressões da identidade humana, fruto do trabalho, da paixão e do talento de incontáveis autores que, ao longo da história, contribuíram para a formação do patrimônio cultural da humanidade. Exigimos respeito à nossa contribuição e à preservação de nossos direitos.

Assim, conclamamos não apenas nossos autores e autoridades, mas também toda a sociedade, a se unirem em defesa de uma cultura justa, que respeite a criação e os direitos daqueles que dedicam suas vidas à produção de arte e conhecimento. A proteção dos direitos autorais é um compromisso de todos nós, que valorizamos a diversidade cultural e o desenvolvimento intelectual do país. Somente com o apoio coletivo conseguiremos garantir que as vozes dos criadores não sejam silenciadas ou exploradas injustamente pelas grandes corporações tecnológicas.

Sociedade Brasileira de Autores Teatrais (SBAT)
Assinada pelos Autores membros da SBAT

Sobre a SBAT

A Sociedade Brasileira de Autores Teatrais foi fundada a 27 de setembro de 1917, no Rio de Janeiro (RJ), por um grupo de escritores e intelectuais liderados pela maestrina Chiquinha Gonzaga. Entre seus associados estão milhares de autores de teatro, além de tradutores, roteiristas de audiovisual, autores de literatura em geral, encenadores, atores, cenógrafos, diretores musicais, coreógrafos e outros criadores das artes cênicas e dramáticas de todo o país. A SBAT possui atualmente 10.730 associados.


Stevan Lekitsch - Ass. de Imprensa (MTB 36.017/SP)
Assessor de Imprensa

 

MERECE A BIENAL DE SÃO PAULO

 Jovem transforma mercadinho da Bahia em galeria de arte com obras criativas


Um mercadinho de Luís Eduardo Magalhães, no interior da Bahia, tem se tornado sensação por causa do repositor de estoque Warlen Junior, de 26 anos. O jovem vem chamando a atenção dos clientes ao transformar as gôndolas de frutas e verduras em verdadeiras obras de arte.

Com desenhos inspirados no universo da cultura pop, Warlen tem se destacado e inspirado colegas de todo o Brasil com sua criatividade. “O pessoal gosta. É um trabalho diferenciado, uma técnica para chamar mais a atenção do cliente”, disse ele, em entrevista ao portal Uol.

O rapaz, que costuma compartilhar suas criações na página do Facebook que administra, chamada ‘Repositores da Depressão’, conta que a ideia surgiu quando a gerente do mercado pediu que ele organizasse alguns pacotes de biscoitos.




“Eu não tinha pensado em nada ainda, mas aí comecei a colocar em uma forma espiral. Ela gostou, me deu espaço no mercado e me incentivou bastante”, afirmou o repositor, que é natural do Paraná, mas foi morar em Luís Eduardo Magalhão após conhecer a esposa baiana.

Movido por desafios, Warlen afirma ainda que não impõe limites à sua criatividade, criando desenhos com os mais variados produtos, desde pasta de dente até caixas de cerveja. No entanto, recentemente ele teve que ‘economizar’ na imaginação após não conseguir realizar um desejo.

“Queria fazer um carro de Fórmula 1 com caixas de cerveja, mas infelizmente o espaço do mercado onde trabalho atualmente não é muito grande. Às vezes, tenho o trabalho pronto na mente, mas infelizmente não consigofazer por causa do espaço”, conta o rapaz, que antes de colocar a ideia em prática, precisa se preparar três dias antes com um esboço no papel.



 

terça-feira, 15 de outubro de 2024

VOCÊ NÃO PRECISA DE RELIGIÃO

 


EM DEFESA DAS CRIANÇAS

 Bets: entidades de Frei David e Padre Julio vão à Justiça contra propaganda e acesso de crianças

Ações propõem pagamento de R$ 500 milhões em danos morais coletivos, destinados a um fundo gerido por entes públicos

1.0x

As entidades Educafro Brasil e o Centro de Defesa de Direitos Humanos “Padre Ezequiel Ramin”, lideradas por Frei David Santos e Padre Júlio Lancellotti, ajuizaram as três primeiras de uma série de ações civis públicas contra as empresas NSX Enterprise N.V. (plataformas Bet Nacional, Mr. Jack Bet, PagBet), PIXBET Soluções Tecnológicas LTDA (plataformas PixBet, FlaBet, Bet da Sorte), e Superbet Brasil LTDA (plataformas SuperBet, MagicJackpot, LuckyDays).

As ações foram ajuizadas no Tribunal de Justiça de São Paulo.

As ações requerem que as empresas adotem, de forma urgente, tecnologias de biometria e reconhecimento facial para impedir o acesso de crianças e adolescentes às plataformas de apostas. A urgência se justifica porque o problema não pode mais esperar e, há muito tempo, crianças e jovens já vêm sofrendo abalos pela ausência dessas medidas. Além disso, pedem a proibição do uso de influenciadores e celebridades na promoção dos jogos, devido ao grande apelo que exercem sobre o público jovem.

As entidades demandam que cada empresa pague R$ 500 milhões em danos morais coletivos, destinados a um fundo de promoção de direitos difusos e coletivos, gerido por entes públicos. Também é solicitado o pagamento de danos materiais e morais a cada adolescente que comprove, acompanhado por seus pais ou responsável, ter sofrido abalos decorrentes do acesso às plataformas.

“As instituições da sociedade brasileira precisam assumir mais o trabalho de enfrentamento juridico a tudo o que de mal têm feito contra o povo os deputados e senadores”, declarou Frei David ao ICL Notícias. ” Este monstro chamado de bets tem pai (deputados e senadores) e dia de seu nascimento. Enfrentamos a cria, essas bets, mas precisamos também enfrentar os criadores destes desastres, os parlamentares. A omissão ofende o coração de Deus”.

Bets sem proteção a crianças e adolescentes

As ações destacam a vulnerabilidade especial de crianças e adolescentes negros ao vício em jogos, e são as primeiras de muitas que buscarão responsabilizar empresas que não adotem medidas de proteção adequadas.

segunda-feira, 14 de outubro de 2024

AVE MARIA


Jean Mouton (1459 - 30 de octubre de 1522) fue un compositor francés del renacimiento. Fue famoso por sus motetes, que se encuentran entre los más refinados de la época, y por ser el maestro de Adrian Willaert, uno de los fundadores de la escuela veneciana.

sábado, 12 de outubro de 2024

QUALIDADE OU QUANTIDADE?



É atribuída a um secretário de turismo baiano tido como gênio nos anos 90, a declaração: “Não quero qualidade. Quero quantidade”. Declaração esta que me levaria a encerrar minha galeria de arte no Mercado Modelo após 16 anos, já que realmente, a qualidade do turismo foi dramaticamente nivelada por baixo. Se, em 1980 vendia mil, em 1996, dificilmente ultrapassava cem.

O que faz de Paris, Roma, Londres e Nova-Iorque receberem muitos milhões de visitantes por ano senão a excelência de seus produtos, seja alta costura, teatros, gastronomia, museus ou monumentos?

A Bahia investe pouco e mal em turismo. Praias não são devidamente equipadas e muitas impróprias para banho. Os transportes públicos, as rodovias, a segurança, as cidades do Recôncavo e até o próprio centro histórico de Salvador estão a léguas de satisfatórios. Os monumentos – entre muitos outros - Museu do Cacau, Solar Boa Vista, Cine-teatro Jandaia, capela de Nossa-Senhora da Penha, Museu de Arte Sacra, Teatro Castro Alves, Acervo Frans Krajsberg, Igreja de Nossa-Senhora do Vencimento, Museu do Recôncavo, Museu dos Humildes, etc. – desprezados.

Em Salvador, não existe política séria e contínua de preservação de bairros como a Saúde, Soledade e Comércio. O que está se fazendo a volta do Elevador Lacerda é simplesmente vergonhoso. Pinta-se as fachadas ao Deus dará, sem qualquer pesquisa, enquanto as estruturas dos edifícios estão desmoronando. Assim fizeram os ministros bajuladores russos no século XVIII quando a tzarina Catarina a Grande resolveu passear pelo seu reino. Pintaram as fachadas dos casebres e colocaram os miseráveis para dançar. Tudo parecendo felicidade.

Não se trata de investir em produção para turista se iludir e tomar selfies. O essencial é investir no cidadão, aquele que paga impostos e dinamiza, aquele que é a própria identidade de sua terra.

Ultimamente, as redes de comunicação têm divulgado a profunda insatisfação e até agressividade dos moradores de Veneza, Atenas, Barcelona e Lisboa com o excesso de turismo predador que passa poucas horas, contenta-se com três selfies, um taxi e volta para o navio cuja poluição ambiental ultrapassa os parcos benefícios obtidos pelas lojas de souvenirs

O turismo de massa é uma gangrena que tudo corrói, fazendo de qualquer ponta do globo se parecer a mil outros.

Ninguém pense que, à casa retornando, o turista terá enriquecido sua cultura e a compreensão de outros povos.

Certa vez, no Club Med de Itaparica, na hora do almoço, sentei ao lado de um francês rico e grosso. Perguntei se iria conhecer Salvador. Me respondeu: ”Para quê? Para ser tema de conversa durante dois jantares? Não vale a pena. Prefiro a piscina e o buffet do Club.”

Este é o tipo indesejável de turista.

 

Dimitri Ganzelevitch

A Tarde, sábado 12 de outobro 2024

 

 

quinta-feira, 10 de outubro de 2024

O MASSACRE DOS JORNALISTAS


Imprensa internacional exige de Israel acesso de jornalistas a Gaza 

Órgãos de imprensa de todo o mundo exigem de Israel a suspensão das restrições impostas à entrada de jornalistas estrangeiros em Gaza

Por César Fraga / Publicado em 19 de julho de 2024


 

Mais de 100 jornalistas foram mortos desde o início da guerra, tornando o conflito um dos mais mortais para a categoria

Foto: ANP/Divulgação

Em carta aberta, mais de 60 veículos de imprensa internacional, incluindo BBC, CNN, AFP e o NYTimes, exigem de Israel que “respeite os seus compromissos com a liberdade de imprensa, proporcionando aos meios de comunicação social acesso imediato e independente a Gaza“. A imprensa reivindica cobrir o conflito, “o melhor possível, aliviando colegas jornalistas palestinos que cobrem a guerra desde o início pagando caro com as suas vidas”. Não há veículos brasileiros entre os signatários.

Os veículos de comunicação exigem às autoridades israelenses suspender restrições impostas à entrada de meios de comunicação estrangeiros em Gaza e conceder acesso independente às organizações de imprensa internacionais que pretendam visitar o território.

Em nove meses de guerra, “os jornalistas internacionais ainda não têm acesso a Gaza, com exceção de raras viagens sob escolta do exército israelense”, denunciam o jornal Guardian e a CNN e a Associação CAPJPO – Europalestina, entre outros.

Conforme  o Comitê para a Proteção dos Jornalistas, uma associação com sede em Nova York que coordenou a elaboração do documento, mais de 100 jornalistas foram mortos desde o início da guerra, tornando o conflito um dos mais mortais para a categoria. Os que restam trabalham em condições de “extrema privação”.

No início de 2024, mais de 30 meios de comunicação social internacionais tinham apelado à proteção dos jornalistas palestinos que permanecem em Gaza.

O que torna a situação mais dramática é que cada vez que um jornalista é morto em Gaza, o mundo perde mais do que uma voz, mas um dos poucos testemunhos que podem transmitir com credibilidade as realidades brutais da guerra, do cerco e dos possíveis crimes de guerra que os civis de Gaza estão sofrendo.

A ofensiva israelense em Gaza provocou uma catástrofe humanitária e causou até agora 38.345 mortos, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do governo de Gaza, território palestino gerido pelo Hamas e sob bloqueio israelense desde 2007.

Apesar das restrições impostas à cobertura jornalística independente na zona de conflito o embaixador palestino na ONU, Riyad Mansour, disse ao Conselho de Segurança da ONU: “Gaza é o genocídio mais documentado da história”. Para ele, a inação do mundo deixou os soldados da ocupação israelense encorajados e eles estão filmando “seus próprios ataques no enclave, não deixando dúvidas de que civis inocentes estão sendo alvos”, acrescentou na última quinta, 18.

O conflito começou a partir de um ataque sem precedentes do Hamas em Israel, no dia 7 de outubro de 2024, que provocou a morte de 1.195 pessoas, a maioria civis, de acordo com contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses.

Em novembro passado, em uma entrevista  com a canal Al Jazeera, um jornalista palestino arrancou seu equipamento de proteção identificado como “imprensa” durante uma reportagem ao vivo, dizendo: “não há proteção internacional alguma e nenhuma imunidade. Esses escudos e capacetes não nos protegem. Eles são apenas slogans que usamos, e eles não protegem nenhum jornalista. Aqui somos vítimas, perdendo vidas uma após a outra. Estamos todos esperando nossa vez.”

Lula condena ataques

O presidente Lula nas redes sociais pontuou: “é estarrecedor que continuem punindo coletivamente o povo palestino. Já são dezenas de milhares de mortos em seguidos ataques desde o ano passado, muitos deles em zonas humanitárias delimitadas que deveriam ser protegidas. Nós, líderes políticos do mundo democrático, não podemos nos calar diante desse massacre interminável”.

OMS e ONU se tornaram fontes de informação

No último dia 13, a Organização Mundial da Saúde (OMS)  noticiou que a organização e seus parceiros estão ajudando a tratar feridos após ataques aéreos realizados no último sábado pelas forças israelenses na área de Al Mawasi, em Gaza. Os bombardeiros teriam deixado pelo menos 90 mortos e cerca de 300 feridos, de acordo com dados do Ministério da Saúde local.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse por meio de seu porta-voz  que estava “chocado e triste com a perda de vidas”. Autoridades israelenses disseram que este  foi um ataque de “precisão” que teve como alvo o comandante militar do Hamas. O ataque ocorreu perto da cidade de Khan Younis, em uma área designada pelos militares israelenses como uma zona segura para civis.

Não há lugar seguro em Gaza

O porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, disse que os relatórios indicavam que o ataque atingiu uma área densamente povoada e tida como zona humanitária, que abriga pessoas deslocadas. Em nota, ele adiciona que o chefe das Nações Unidas condena o assassinato de civis, inclusive mulheres e crianças.

António Guterres ainda enfatiza que deve haver um cessar-fogo humanitário imediato, com todos os reféns libertados “imediata e incondicionalmente”.

Em sua rede social, o chefe da OMS, Tedros Ghebreyesus, disse que 134 “pessoas gravemente feridas” foram admitidas no Complexo Médico Nasser, nas proximidades, “que está extremamente sobrecarregado pelo influxo”.

Vários hospitais estão tratando os feridos

Segundo ele, funcionários da agência de saúde da ONU estão no hospital junto com duas equipes médicas de emergência ajudando a tratar os feridos. A OMS enviou camas dobráveis e macas para aumentar a capacidade do hospital. Além disso, medicamentos pré-posicionados e suprimentos de trauma estão sendo utilizados.

Alguns dos feridos também foram levados para um hospital de campanha administrado pelo International Medical Corps em Deir Al Balah, onde foram fornecidos suprimentos da OMS para atender às necessidades urgentes de cerca de 120 pessoas.

Outros hospitais de campanha de ONGs também receberam pacientes que precisavam de tratamento urgente.

A oficial sênior de comunicações da agência de refugiados da ONU para refugiados palestinos, Unrwa, Louise Wateridge, publicou um vídeo do hospital Al Nasser na tarde de sábado, onde os trabalhadores estavam “limpando poças de sangue apenas com água”. Ela descreveu crianças deitadas em colchões manchados de sangue traumatizadas por terem perdido familiares. Algumas perderam membros e muitas tiveram ferimentos graves.

Massacre sem sentido

A especialista independente da ONU que monitora os direitos humanos nos Territórios Palestinos Ocupados, Francesca Albanese, afirmou que está “horrorizada” com as mortes e os ferimentos sofridos durante os ataques ao que uma autoridade militar israelense disse ser um complexo operacional do Hamas, em uma “área aberta”.

O Hamas disse que era “falso” que Israel tivesse como alvo seus dois principais comandantes militares. Sobre o ataque israelense que, segundo ela, foi “mais um massacre sem sentido” de civis.

Em sua rede social, a relatora especial afirmou que “a justificativa é sempre a mesma: ‘alvejar militantes palestinos’.”

Autoridades de defesa civil de Gaza também relataram que pelo menos 20 palestinos foram mortos em um ataque israelense a um centro de oração dentro do campo de Shati para os deslocados, a oeste da Cidade de Gaza, no sábado.

Leia a carta completa dos veículos de imprensa:

Nós, abaixo assinados, solicitamos que as autoridades israelenses acabem imediatamente com as restrições à entrada da mídia estrangeira em Gaza e concedam acesso independente às organizações de notícias internacionais que buscam acessar o território.

Nove meses após o início da guerra, repórteres internacionais ainda estão sendo impedidos de acessar Gaza, exceto para viagens raras e escoltadas organizadas pelo exército israelense. Essa proibição efetiva de reportagens estrangeiras colocou um fardo impossível e irracional sobre repórteres locais para documentar uma guerra pela qual estão passando. Mais de 100 jornalistas foram mortos desde o início da guerra e aqueles que permaneceram estão trabalhando em condições de extrema privação. O resultado é que as informações de Gaza estão se tornando cada vez mais difíceis de obter e que as reportagens que chegam estão sujeitas a repetidos questionamentos sobre sua veracidade.

Entendemos completamente os riscos inerentes em reportar de zonas de guerra. Esses são riscos que muitas de nossas organizações assumiram ao longo de décadas para investigar, documentar desenvolvimentos conforme ocorrem e entender os impactos das guerras no mundo todo. 

Uma imprensa livre e independente é a pedra angular da democracia. Pedimos que Israel cumpra seus compromissos com a liberdade de imprensa, fornecendo à mídia estrangeira acesso imediato e independente a Gaza, e que Israel cumpra suas obrigações internacionais de proteger jornalistas como civis. 

Veja a lista veículos e entidades que subscrevem

1.    ABC News, Estados Unidos

2.    Agence France-Presse, França

3.    Alternative Press Syndicate, Líbano

4.    Repórteres Árabes para Jornalismo Investigativo

5.    Associação de Jornalistas Asiático-Americanos, Estados Unidos

6.    Associated Press, Estados Unidos

7.    Associação para Radiodifusão Internacional, Reino Unido

8.    Associação de Correspondentes de Imprensa Estrangeira, Estados Unidos

9.    Jornalistas de Bangladesh na mídia internacional, Bangladesh

10.                   BBC News, Reino Unido

11.                   Bianet, Turquia

12.                   Bloomberg News, Estados Unidos

13.                   CBS News, Estados Unidos

14.                   CNN Worldwide, Estados Unidos

15.                   CONECTA

16.                   Fórum de Mídia Comunitária Europa, Bélgica

17.                   CTV News, Canadá

18.                   Daily Maverick, África do Sul

19.                   Daraj, Líbano

20.                   Referendo de Denik, República Checa

21.                   União Europeia de Radiodifusão, Suíça

22.                   Federação Europeia de Jornalistas

23.                   Financial Times, Reino Unido

24.                   Histórias Proibidas, França

25.                   fotosintesi.info, Itália

26.                   Free Press Unlimited, Holanda

27.                   Rede Global de Jornalismo Investigativo

28.                   Global Reporting Centre, Canadá

29.                   Associação Internacional de Mulheres na Rádio e na Televisão

30.                   Centro Internacional para Jornalistas, Estados Unidos

31.                   Fundo Internacional para a Mídia de Interesse Público

32.                   Suporte de mídia internacional, Dinamarca

33.                   Instituto Internacional de Segurança de Notícias, Reino Unido

34.                   Fundação Internacional de Mídia Feminina, Estados Unidos

35.                   ITN, Reino Unido

36.                   Le Mauricien, Maurício

37.                   McLatchy, Estados Unidos

38.                   Centro de Desenvolvimento de Mídia, Tunísia

39.                   Media Diversity Institute, Reino Unido

40.                   Olho do Oriente Médio

41.                   Associação Nacional de Jornalistas Hispânicos, Estados Unidos

42.                   National Press Club, Estados Unidos

43.                   Sindicato Nacional de Jornalistas das Filipinas, Filipinas

44.                   NBC News, Estados Unidos

45.                   Fundação Nieman para Jornalismo, Universidade de Harvard, Estados Unidos

46.                   NPR, Estados Unidos

47.                   Projeto de Denúncia de Crime Organizado e Corrupção

48.                   Premium Times, Nigéria

49.                   Revista Prospect, Reino Unido

50.                   Aliança de Mídia Pública

51.                   Pulitzer Center on Crisis Reporting, Estados Unidos

52.                   Rory Peck Trust, Reino Unido

53.                   RTÉ Notícias e atualidades, Irlanda

54.                   Rede de mídia rural, Paquistão

55.                   Sky News, Reino Unido

56.                   SMN24Media, Sri Lanka

57.                   Associação de Mulheres da Mídia Somali, Somália

58.                   Rádio Sveriges, Suécia

59.                   Bureau of Investigative Journalism, Reino Unido

60.                   Associação de Imprensa Estrangeira, Israel e os Territórios Palestinos

61.                   The Guardian, Reino Unido

62.                   The Irish Times, Irlanda

63.                   The New York Times, Estados Unidos

64.                   The Washington Post, Estados Unidos

65.                   Twala, Argélia

66.                   Vocento, Espanha

67.                   Notícias VRT, Bélgica

68.                   Wattan Media Network, Palestina

69.                   Associação Mundial para a Comunicação Cristã

70.                   Associação Mundial de Editores de Notícias (WAN-IFRA), Alemanha

71.                   Yle News and Current Affairs, Finlândia

Com informações da Agência Lusa, OMS, ONU e Agência Brasil.



 À Gaza, en Cisjordanie et au Liban, Israël traque les journalistes

Intimidations, arrestations arbitraires, torture et frappes délibérées sont les armes d’Israël contre celles et ceux qui, sur place, sont déterminés à informer