quarta-feira, 30 de outubro de 2024
domingo, 27 de outubro de 2024
O ESCÂNDALO DO PALÁCIO MONROE
A história e a controvérsia da demolição do Palácio Monroe, ícone arquitetônico do Rio de Janeiro
O icônico edifício foi derrubado em 1976, sob polêmicas e interesses
políticos, após campanhas e decisões do governo militar
-Em uma manhã de 5 de janeiro de 1976, quinze operários da Aghil Comércio de Ferro Ltda chegaram ao centro do Rio de Janeiro para iniciar a demolição do Palácio Monroe, uma das construções mais emblemáticas da cidade. A empresa, sob a propriedade de Antônio Gonçalves da Silva, havia vencido a licitação para desmontar o edifício. Munidos de marretas e britadeiras, os trabalhadores aguardaram a licença oficial da prefeitura, mas começaram a remover objetos de valor, como vitrais e estátuas, entre elas os icônicos leões de mármore esculpidos pelo artista italiano Vaccari Sonino. Hoje, dois desses leões adornam a entrada da Fazenda São Geraldo, em Uberaba, Minas Gerais, enquanto os outros dois estão expostos no Instituto Ricardo Brennand em Recife. As informações são da BBC/Brasil.
Raízes históricas e
simbolismo do Monroe
O Palácio Monroe teve sua
história iniciada em 1903, quando o engenheiro Francisco Marcellino de Souza
Aguiar recebeu do presidente Rodrigues Alves a missão de projetar um pavilhão que representasse o
Brasil na Exposição Universal de Saint
Louis de 1904. Concluído em sete meses, o pavilhão
recebeu elogios da imprensa americana e conquistou a medalha de ouro em
arquitetura na exposição. Após o evento, foi reconstruído na então Avenida
Central (atual Avenida Rio Branco) e inaugurado em 1906, como um símbolo da
modernização do Brasil.
Renomeado em homenagem ao presidente americano James
Monroe por sugestão do diplomata Joaquim
Nabuco, o Palácio foi a sede de grandes eventos, como a 3ª
Conferência Pan-Americana. Em sua longa trajetória, abrigou o Senado
Federal e foi palco de avanços como a aprovação do voto
feminino e as primeiras
Controvérsia e o destino do Monroe
Na década de 1960, o Palácio Monroe começou a sofrer ataques da
imprensa brasileira. Enquanto o jornal O Globo o chamou
de “monstrengo” em 1961, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (IPHAN) argumentou a favor da demolição, alegando que a edificação
“perdeu significação” e “enfeiava o Rio”. A pressão culminou na ordem de
demolição em 1975, pelo então presidente Ernesto Geisel. Um
documento enviado por Golbery do Couto e Silva,
chefe da Casa Civil, comunicou ao ministro da Fazenda, Mário
Henrique Simonsen, a decisão de Geisel, que foi celebrada por O
Globo. “Por decisão do Presidente da
República, o Patrimônio da União já está autorizado a providenciar a demolição
do Palácio Monroe,” noticiou o jornal em tom de comemoração.
Conflitos entre preservação e modernidade
A demolição do Monroe
dividiu opiniões. De um llado, Lúcio Costa, um dos arquitetos modernistas mais respeitados do Brasil,
apoiou a decisão, declarando que a demolição beneficiaria o “desafogo urbano”.
Do outro, o Clube de Engenharia, apoiado por personalidades como Roberto Burle Marx, lançou o Manifesto pela Preservação do Palácio Monroe, com adesão de 162 arquitetos e urbanistas. O engenheiro Durval Lobo, que liderou o movimento, enfatizou que o edifício não
apresentava problemas estruturais e que sua destruição não beneficiaria o
tráfego local. “Nos anos 1970, o Brasil
vivia os horrores do golpe de 1964. O manifesto, mesmo sem conseguir manter o
prédio de pé, foi um ato de coragem,” destaca o historiador Daniel Levy de Alvarenga.
Hipóteses e motivações para a demolição
A pergunta “Quem demoliu o Monroe?” tem gerado discussões por
décadas. Algumas teorias sugerem que a decisão foi motivada por ressentimento
pessoal do presidente Geisel, que teria sido preterido para um cargo de
confiança durante o governo de Juscelino Kubitschek.
Entretanto, Alvarenga considera essa hipótese improvável. “A
versão mais aceita atribui a demolição à percepção de que o estilo eclético do
palácio e as transformações feitas no projeto original justificavam sua
destruição,” afirma.
Outra
teoria, a de que o Monroe teria sido derrubado para dar lugar à estação de
metrô da Cinelândia, é contestada pelo cineasta Ades. Eduardo Ades. “O
metrô não foi a causa da demolição do Monroe. Sua rota desvia do palácio,” revela
Ades, diretor do documentário Crônica da Demolição.
Um símbolo perdido e a
visão de um futuro alternativo
A trajetória do Monroe representa as transformações culturais e
políticas do Brasil, desde sua construção como símbolo da nova república até a
sua demolição sob a égide do regime militar. Para muitos, sua destruição é
vista como um símbolo de perda de memória e de valor histórico, uma lembrança
de que a preservação cultural nem sempre foi priorizada no país.
Enquanto
permanece a discussão sobre o futuro que o Monroe poderia ter tido, sua
ausência é sentida tanto por historiadores quanto pela população, que perdeu
não só um edifício monumental, mas também um ponto de encontro e um espaço de
representação política e cultural. O Palácio Monroe, para seus defensores, foi
mais que uma construção; foi uma peça fundamental na identidade histórica e
cultural do Rio de Janeiro e do Brasil.
MONARQUIA ABSOLUTA
Vivemos uma curiosa época. A divulgação é mais importante que o fato. Exemplo. Uma “famosa” troca de parceiro, o que, a rigor, não tem a mínima importância para você e ainda menos para mim . As redes sociais conseguem que tão insignificante notícia seja veiculada e lida por centenas de milhares de seguidores (sic). O informador virou peça fundamental do quotidiano. Quando se trata da televisão, o patamar chega a nível quase divino.
Anos atrás,
minha casa acabava de ser contemplada com o título de Casa-Museu pelo
Ministério da Cultura. Uma falsa loura que animava um programa de decoração de
interiores me telefona.
“Dimitri!
Vi sua casa na Casa Vogue! É linda! Maravilhosa! Vamos fazer um programa
especial? ” Disfarçando minha ironia, respondi: ”Sim! Claro, querida! Mas me
diga: quanto vão me pagar para filmar minha casa? ”... Silêncio... “Mas pagar?
Como assim? ” conseguiu articular a moça. “Mas evidente. Afinal esta casa é
fruto de anos de trabalho meu. Quanto
vocês ganham com os intervalos comerciais? Nada é de graça nos canais
comerciais. Então, é normal que eu também receba parte da grana”. A falsa loira
desligou quase chorando.
Outra vez,
outra voz, outro canal. Outra falsa loira. “Oi!... Dimitri? Daqui é Fulana. Com
certeza deve assistir a meu programa. Soube de seu concurso de cafezinhos. Você
faz um trabalho fantástico com estes maravilhosos carrinhos! Que fantástico!
Puxa! Que iniciativa legal, genial! Venha cá... Daria para você reunir uns
vinte vendedores, com os carros mais bonitos, claro, na Praça da Piedade, na
próxima quinta-feira ás 13h00? ” Já estou sentindo se aproximar a curtição de
debochar da famosa. ”Sim, claro que posso. Mas vai ter um custo, porque terei
que fazer uma seleção, correr à procura dos escolhidos. Vai ser trabalho para
mim. Para eles, trabalho de graça, mas para seu canal, claro que não. Eles vão
ter que deixar de vender os cafezinhos, portanto também terão que receber um
pró-labore.”. A famosa se engasgando, lá em São Paulo. “Mas não temos verba
para isso! ”. Tive que repetir o mesmo discurso que para o programa de
decoração. Para televisões comerciais, não trabalho de graça, de jeito nenhum.
Aquela
jornalista era morena, jovem e bonita, mas, a serviço da Globo, “se achando”.
No meio do concurso de carros de cafezinhos, nas traseiras do Mercado Modelo,
se permitiu obrigar um concorrente a sair da fila para entrevistà-lo, sem pedir
licença aos organizadores.
Sou de pavio
curto. Rodei a baiana, perguntando com que direito interferia no meu trabalho,
lembrando que o fato é sempre mais importante que sua divulgação. A moça
espumava de raiva, representando naquele momento, só faltando a tiara, a
Monarquia Absoluta New Age.
E como sou
democrata de raiz...
sexta-feira, 25 de outubro de 2024
UMA CLARINETA PARA MOZART
quinta-feira, 24 de outubro de 2024
SBAT EMITE CARTA MANIFESTO
Sociedade Brasileira de Autores Teatrais emite Carta Manifesto
Carta Manifesto da SBAT e
Seus Autores Contra o Uso Indevido de Obras Intelectuais por Plataformas de
Inteligências Artificiais
À
comunidade artística, às autoridades governamentais e à sociedade civil
A Sociedade Brasileira de Autores Teatrais (SBAT)
e seus associados vêm, por meio desta carta, manifestar profunda preocupação e
indignação com o uso crescente e indiscriminado de obras intelectuais por
grandes plataformas tecnológicas, as chamadas Big Techs, para o treinamento de
modelos de Inteligência Artificial (IA). Esta prática desrespeita os direitos
fundamentais de autores e demais criadores, afetando diretamente a integridade
de suas criações e a proteção legal de suas obras.
As
postagens de conteúdos originais dos autores nas redes sociais não podem e não
devem pressupor concessão automática ao uso e/ou aperfeiçoamento de
inteligências artificiais. Tendo em vista os termos de serviço apresentados por
diversas plataformas digitais, que obrigam os criadores a cederem seus direitos
autorais de forma automática ao utilizarem essas plataformas, a SBAT e seus
associados protestam veementemente contra essa prática. Manifestamos nossa
indignação diante desse abuso que impõe aos criadores a renúncia forçada de
seus direitos, desrespeitando sua autonomia sobre o uso e a gestão de suas
obras intelectuais.
O avanço
da inteligência artificial e das tecnologias de processamento de dados tem trazido
mudanças profundas no cenário artístico e cultural. No entanto, essas inovações
tecnológicas não podem servir de justificativa para o descaso com os direitos
de quem cria, inova e contribui para o patrimônio cultural e intelectual do
país. A utilização de obras protegidas por direitos autorais para alimentar
sistemas de IA, sem a devida autorização e remuneração dos titulares de
direitos, representa uma afronta à Lei
de Direitos Autorais brasileira (Lei nº 9.610/98), que
assegura o direito exclusivo dos autores e demais criadores de permitir ou não
o uso de suas criações, além de garantir o pagamento de retribuições justas
pelo uso dessas obras.
Nosso
direito à proteção intelectual é um direito fundamental, garantido pela
Constituição Federal, que reconhece o papel dos autores e demais criadores como
pilares do desenvolvimento cultural e científico. Quando plataformas de alcance
global utilizam, sem consentimento, textos teatrais, roteiros, diálogos,
personagens e outros elementos da obra dramática para treinar suas
inteligências artificiais, estamos diante de uma grave violação de direitos. A
Lei de Direitos Autorais, em seu artigo
68, é clara ao exigir autorização prévia para qualquer utilização pública das
obras, inclusive em plataformas digitais.
As Big
Techs, ao não respeitarem essa legislação, criam um ambiente de desvalorização
do trabalho criativo, enfraquecendo a posição dos autores e enfraquecendo o
próprio ecossistema cultural. Essas empresas, ao usarem criações artísticas
para alimentar suas tecnologias de IA, retiram dos autores e demais criadores a
possibilidade de participar das decisões sobre o uso de suas obras, além de
negar-lhes a justa remuneração pelo uso econômico dessas criações. Trata-se de
um novo capítulo de marginalização e precarização do trabalho artístico, agora
no ambiente digital.
A decisão
do Despacho Decisório
n° 33/2024/PR/ANPD, que impôs medida preventiva à Meta
Platforms (Facebook, Instagram e WhatsApp), INC sobre o uso de dados pessoais
para treinamento de IA, revela o risco de diversas violações à Lei de Direitos
Autorais brasileira. Entre elas, destacam-se a utilização de conteúdos
protegidos sem autorização prévia, a violação da independência de modalidades
de uso autorizadas, e a criação de obras derivadas sem consentimento dos
autores. Além de fragilizar os direitos garantidos aos titulares, essas
práticas podem incorrer em ilícitos civis e penais, conforme os artigos 102 e
104 da LDA. A SBAT, portanto, reforça a necessidade de revisão dessa decisão
para garantir a proteção dos direitos autorais frente ao avanço das tecnologias
de IA.
A SBAT,
enquanto entidade histórica na defesa dos direitos dos autores teatrais,
reforça a necessidade de um debate urgente sobre o impacto da inteligência
artificial nas artes e na propriedade intelectual. É fundamental que o Brasil,
por meio da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), Ministério da
Cultura e demais órgãos competentes, atue para garantir que a aplicação de
novas tecnologias não resulte em um desrespeito à legislação nacional e
internacional sobre direitos autorais.
Exigimos
que as plataformas digitais respeitem os direitos dos criadores e que se
estabeleçam mecanismos claros de autorização e remuneração para o uso de obras
intelectuais. A transparência e o consentimento dos titulares devem ser
centrais no desenvolvimento dessas tecnologias.
A cultura
e a arte não são meros insumos para o desenvolvimento de sistemas tecnológicos.
São expressões da identidade humana, fruto do trabalho, da paixão e do talento
de incontáveis autores que, ao longo da história, contribuíram para a formação
do patrimônio cultural da humanidade. Exigimos respeito à nossa contribuição e
à preservação de nossos direitos.
Assim,
conclamamos não apenas nossos autores e autoridades, mas também toda a
sociedade, a se unirem em defesa de uma cultura justa, que respeite a criação e
os direitos daqueles que dedicam suas vidas à produção de arte e conhecimento.
A proteção dos direitos autorais é um compromisso de todos nós, que valorizamos
a diversidade cultural e o desenvolvimento intelectual do país. Somente com o
apoio coletivo conseguiremos garantir que as vozes dos criadores não sejam
silenciadas ou exploradas injustamente pelas grandes corporações tecnológicas.
Sociedade
Brasileira de Autores Teatrais (SBAT)
Assinada pelos Autores
membros da SBAT
Sobre a
SBAT
A
Sociedade Brasileira de Autores Teatrais foi fundada a 27 de setembro de 1917,
no Rio de Janeiro (RJ), por um grupo de escritores e intelectuais liderados
pela maestrina Chiquinha Gonzaga. Entre seus associados estão milhares de
autores de teatro, além de tradutores, roteiristas de audiovisual, autores de
literatura em geral, encenadores, atores, cenógrafos, diretores musicais,
coreógrafos e outros criadores das artes cênicas e dramáticas de todo o país. A
SBAT possui atualmente 10.730 associados.
Stevan Lekitsch - Ass. de Imprensa (MTB 36.017/SP)
Assessor de Imprensa
MERECE A BIENAL DE SÃO PAULO
Jovem transforma mercadinho da Bahia em galeria de arte com obras criativas
Um mercadinho de Luís Eduardo Magalhães, no
interior da Bahia, tem se tornado sensação por causa do repositor de estoque Warlen
Junior, de 26 anos. O jovem vem chamando a atenção dos
clientes ao transformar as gôndolas de frutas e verduras em verdadeiras obras
de arte.
Com desenhos inspirados no universo da
cultura pop, Warlen tem se destacado e inspirado colegas de todo o Brasil com
sua criatividade. “O pessoal gosta. É um trabalho diferenciado, uma técnica
para chamar mais a atenção do cliente”, disse ele, em entrevista ao portal Uol.
O rapaz, que costuma compartilhar suas
criações na página do Facebook que administra, chamada ‘Repositores da Depressão’,
conta que a ideia surgiu quando a gerente do mercado pediu que ele organizasse
alguns pacotes de biscoitos.
“Eu não tinha pensado em nada ainda, mas aí
comecei a colocar em uma forma espiral. Ela gostou, me deu espaço no mercado e
me incentivou bastante”, afirmou o repositor, que é natural do Paraná, mas foi
morar em Luís Eduardo Magalhão após conhecer a esposa baiana.
Movido por desafios, Warlen afirma ainda
que não impõe limites à sua criatividade, criando desenhos com os mais variados
produtos, desde pasta de dente até caixas de cerveja. No entanto, recentemente
ele teve que ‘economizar’ na imaginação após não conseguir realizar um desejo.
“Queria fazer um carro de Fórmula 1 com
caixas de cerveja, mas infelizmente o espaço do mercado onde trabalho atualmente
não é muito grande. Às vezes, tenho o trabalho pronto na mente, mas
infelizmente não consigofazer por causa do
espaço”, conta o rapaz, que antes de colocar a ideia em prática, precisa se
preparar três dias antes com um esboço no papel.
segunda-feira, 21 de outubro de 2024
sexta-feira, 18 de outubro de 2024
terça-feira, 15 de outubro de 2024
EM DEFESA DAS CRIANÇAS
Bets: entidades de Frei David e Padre Julio vão à Justiça contra propaganda e acesso de crianças
Ações propõem pagamento de R$ 500 milhões em danos morais coletivos, destinados a um fundo gerido por entes públicos
1.0x
As entidades
Educafro Brasil e o Centro de Defesa de Direitos Humanos “Padre Ezequiel
Ramin”, lideradas por Frei David Santos e Padre Júlio Lancellotti, ajuizaram as
três primeiras de uma série de ações civis públicas contra as empresas NSX
Enterprise N.V. (plataformas Bet Nacional, Mr. Jack Bet, PagBet), PIXBET
Soluções Tecnológicas LTDA (plataformas PixBet, FlaBet, Bet da Sorte), e
Superbet Brasil LTDA (plataformas SuperBet, MagicJackpot, LuckyDays).
As ações foram
ajuizadas no Tribunal de Justiça de São Paulo.
As ações requerem
que as empresas adotem, de forma urgente, tecnologias de biometria e
reconhecimento facial para impedir o acesso de crianças e adolescentes às
plataformas de apostas. A urgência se justifica porque o problema não pode mais
esperar e, há muito tempo, crianças e jovens já vêm sofrendo abalos pela
ausência dessas medidas. Além disso, pedem a proibição do uso de
influenciadores e celebridades na promoção dos jogos, devido ao grande apelo
que exercem sobre o público jovem.
As entidades
demandam que cada empresa pague R$ 500 milhões em danos morais coletivos,
destinados a um fundo de promoção de direitos difusos e coletivos, gerido por
entes públicos. Também é solicitado o pagamento de danos materiais e morais a
cada adolescente que comprove, acompanhado por seus pais ou responsável, ter
sofrido abalos decorrentes do acesso às plataformas.
“As instituições da sociedade
brasileira precisam assumir mais o trabalho de enfrentamento juridico a tudo o
que de mal têm feito contra o povo os deputados e senadores”, declarou Frei
David ao ICL Notícias. ” Este monstro chamado de bets tem pai (deputados e
senadores) e dia de seu nascimento. Enfrentamos a cria, essas bets, mas
precisamos também enfrentar os criadores destes desastres, os parlamentares. A
omissão ofende o coração de Deus”.
Bets sem proteção a crianças e
adolescentes
As ações destacam a
vulnerabilidade especial de crianças e adolescentes negros ao vício em jogos, e
são as primeiras de muitas que buscarão responsabilizar empresas que não adotem
medidas de proteção adequadas.
segunda-feira, 14 de outubro de 2024
AVE MARIA
Jean Mouton (1459 - 30 de octubre de 1522) fue un
compositor francés del renacimiento. Fue famoso por sus motetes, que se encuentran
entre los más refinados de la época, y por ser el maestro de Adrian Willaert, uno de los fundadores de la escuela veneciana.
sábado, 12 de outubro de 2024
QUALIDADE OU QUANTIDADE?
É atribuída
a um secretário de turismo baiano tido como gênio nos anos 90, a declaração:
“Não quero qualidade. Quero quantidade”. Declaração esta que me levaria a
encerrar minha galeria de arte no Mercado Modelo após 16 anos, já que
realmente, a qualidade do turismo foi dramaticamente nivelada por baixo. Se, em
1980 vendia mil, em 1996, dificilmente ultrapassava cem.
O que faz de
Paris, Roma, Londres e Nova-Iorque receberem muitos milhões de visitantes por
ano senão a excelência de seus produtos, seja alta costura, teatros,
gastronomia, museus ou monumentos?
A Bahia investe
pouco e mal em turismo. Praias não são devidamente equipadas e muitas impróprias
para banho. Os transportes públicos, as rodovias, a segurança, as cidades do
Recôncavo e até o próprio centro histórico de Salvador estão a léguas de
satisfatórios. Os monumentos – entre muitos outros - Museu do Cacau, Solar Boa
Vista, Cine-teatro Jandaia, capela de Nossa-Senhora da Penha, Museu de Arte
Sacra, Teatro Castro Alves, Acervo Frans Krajsberg, Igreja de Nossa-Senhora do
Vencimento, Museu do Recôncavo, Museu dos Humildes, etc. – desprezados.
Em Salvador,
não existe política séria e contínua de preservação de bairros como a Saúde,
Soledade e Comércio. O que está se fazendo a volta do Elevador Lacerda é
simplesmente vergonhoso. Pinta-se as fachadas ao Deus dará, sem qualquer
pesquisa, enquanto as estruturas dos edifícios estão desmoronando. Assim
fizeram os ministros bajuladores russos no século XVIII quando a tzarina
Catarina a Grande resolveu passear pelo seu reino. Pintaram as fachadas dos
casebres e colocaram os miseráveis para dançar. Tudo parecendo felicidade.
Não se trata
de investir em produção para turista se iludir e tomar selfies. O essencial é
investir no cidadão, aquele que paga impostos e dinamiza, aquele que é a
própria identidade de sua terra.
Ultimamente,
as redes de comunicação têm divulgado a profunda insatisfação e até
agressividade dos moradores de Veneza, Atenas, Barcelona e Lisboa com o excesso
de turismo predador que passa poucas horas, contenta-se com três selfies, um
taxi e volta para o navio cuja poluição ambiental ultrapassa os parcos
benefícios obtidos pelas lojas de souvenirs
O turismo de
massa é uma gangrena que tudo corrói, fazendo de qualquer ponta do globo se
parecer a mil outros.
Ninguém
pense que, à casa retornando, o turista terá enriquecido sua cultura e a compreensão
de outros povos.
Certa vez,
no Club Med de Itaparica, na hora do almoço, sentei ao lado de um francês rico
e grosso. Perguntei se iria conhecer Salvador. Me respondeu: ”Para quê? Para
ser tema de conversa durante dois jantares? Não vale a pena. Prefiro a piscina
e o buffet do Club.”
Este é o
tipo indesejável de turista.
sexta-feira, 11 de outubro de 2024
quinta-feira, 10 de outubro de 2024
O MASSACRE DOS JORNALISTAS
Órgãos de imprensa
de todo o mundo exigem de Israel a suspensão das restrições impostas à entrada
de jornalistas estrangeiros em Gaza
Por César Fraga / Publicado em 19 de julho de 2024
Foto: ANP/Divulgação
Em
carta aberta, mais de 60 veículos de imprensa internacional, incluindo
BBC, CNN, AFP e o NYTimes, exigem de Israel que “respeite os seus compromissos
com a liberdade de imprensa, proporcionando aos meios de comunicação social
acesso imediato e independente a Gaza“. A imprensa reivindica cobrir o
conflito, “o melhor possível, aliviando colegas jornalistas palestinos que
cobrem a guerra desde o início pagando caro com as suas vidas”. Não há veículos
brasileiros entre os signatários.
Os
veículos de comunicação exigem às autoridades israelenses suspender restrições
impostas à entrada de meios de comunicação estrangeiros em Gaza e conceder
acesso independente às organizações de imprensa internacionais que pretendam
visitar o território.
Em
nove meses de guerra, “os jornalistas internacionais ainda não têm acesso a
Gaza, com exceção de raras viagens sob escolta do exército israelense”,
denunciam o jornal Guardian e a CNN e a Associação CAPJPO – Europalestina,
entre outros.
Conforme
o Comitê para a Proteção dos Jornalistas, uma associação com sede em Nova York
que coordenou a elaboração do documento, mais de 100 jornalistas foram mortos
desde o início da guerra, tornando o conflito um dos mais mortais para a
categoria. Os que restam trabalham em condições de “extrema privação”.
No
início de 2024, mais de 30 meios de comunicação social internacionais tinham
apelado à proteção dos jornalistas palestinos que permanecem em Gaza.
O
que torna a situação mais dramática é que cada vez que um jornalista é morto em
Gaza, o mundo perde mais do que uma voz, mas um dos poucos testemunhos que
podem transmitir com credibilidade as realidades brutais da guerra, do cerco e
dos possíveis crimes de guerra que os civis de Gaza estão sofrendo.
A
ofensiva israelense em Gaza provocou uma catástrofe humanitária e causou até
agora 38.345 mortos, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do
governo de Gaza, território palestino gerido pelo Hamas e sob bloqueio
israelense desde 2007.
Apesar
das restrições impostas à cobertura jornalística independente na zona de
conflito o embaixador palestino na ONU, Riyad Mansour, disse ao Conselho de
Segurança da ONU: “Gaza é o genocídio mais documentado da história”. Para ele,
a inação do mundo deixou os soldados da ocupação israelense encorajados e eles
estão filmando “seus próprios ataques no enclave, não deixando dúvidas de que
civis inocentes estão sendo alvos”, acrescentou na última quinta, 18.
O
conflito começou a partir de um ataque sem precedentes do Hamas em Israel, no
dia 7 de outubro de 2024, que provocou a morte de 1.195 pessoas, a maioria
civis, de acordo com contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses.
Em
novembro passado, em uma entrevista com a canal Al
Jazeera, um jornalista palestino arrancou seu equipamento de
proteção identificado como “imprensa” durante uma reportagem ao vivo, dizendo:
“não há proteção internacional alguma e nenhuma imunidade. Esses escudos e
capacetes não nos protegem. Eles são apenas slogans que usamos, e eles não
protegem nenhum jornalista. Aqui somos vítimas, perdendo vidas uma após a
outra. Estamos todos esperando nossa vez.”
Lula
condena ataques
O
presidente Lula nas redes sociais pontuou: “é estarrecedor que continuem
punindo coletivamente o povo palestino. Já são dezenas de milhares de mortos em
seguidos ataques desde o ano passado, muitos deles em zonas humanitárias
delimitadas que deveriam ser protegidas. Nós, líderes políticos do mundo
democrático, não podemos nos calar diante desse massacre interminável”.
OMS
e ONU se tornaram fontes de informação
No
último dia 13, a Organização Mundial da Saúde (OMS) noticiou que a
organização e seus parceiros estão ajudando a tratar feridos após ataques
aéreos realizados no último sábado pelas forças israelenses na área de Al
Mawasi, em Gaza. Os bombardeiros teriam deixado pelo menos 90 mortos e cerca de
300 feridos, de acordo com dados do Ministério da Saúde local.
O
secretário-geral da ONU, António Guterres, disse por meio de seu
porta-voz que estava “chocado e triste com a perda de vidas”. Autoridades
israelenses disseram que este foi um ataque de “precisão” que teve como
alvo o comandante militar do Hamas. O ataque ocorreu perto da cidade de Khan
Younis, em uma área designada pelos militares israelenses como uma zona segura
para civis.
Não há lugar seguro em Gaza
O
porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, disse que os relatórios indicavam que o
ataque atingiu uma área densamente povoada e tida como zona humanitária, que
abriga pessoas deslocadas. Em nota, ele adiciona que o chefe das Nações Unidas
condena o assassinato de civis, inclusive mulheres e crianças.
António
Guterres ainda enfatiza que deve haver um cessar-fogo humanitário imediato, com
todos os reféns libertados “imediata e incondicionalmente”.
Em
sua rede social, o chefe da OMS, Tedros Ghebreyesus, disse que 134 “pessoas
gravemente feridas” foram admitidas no Complexo Médico Nasser, nas proximidades,
“que está extremamente sobrecarregado pelo influxo”.
Vários hospitais estão tratando os feridos
Segundo
ele, funcionários da agência de saúde da ONU estão no hospital junto com duas
equipes médicas de emergência ajudando a tratar os feridos. A OMS enviou camas
dobráveis e macas para aumentar a capacidade do hospital. Além disso,
medicamentos pré-posicionados e suprimentos de trauma estão sendo utilizados.
Alguns
dos feridos também foram levados para um hospital de campanha administrado pelo
International Medical Corps em Deir Al Balah, onde foram fornecidos suprimentos
da OMS para atender às necessidades urgentes de cerca de 120 pessoas.
Outros
hospitais de campanha de ONGs também receberam pacientes que precisavam de
tratamento urgente.
A
oficial sênior de comunicações da agência de refugiados da ONU para refugiados
palestinos, Unrwa, Louise Wateridge, publicou um vídeo do hospital Al Nasser na
tarde de sábado, onde os trabalhadores estavam “limpando poças de sangue apenas
com água”. Ela descreveu crianças deitadas em colchões manchados de sangue
traumatizadas por terem perdido familiares. Algumas perderam membros e muitas
tiveram ferimentos graves.
Massacre sem sentido
A
especialista independente da ONU que monitora os direitos humanos nos
Territórios Palestinos Ocupados, Francesca Albanese, afirmou que está
“horrorizada” com as mortes e os ferimentos sofridos durante os ataques ao que
uma autoridade militar israelense disse ser um complexo operacional do Hamas,
em uma “área aberta”.
O
Hamas disse que era “falso” que Israel tivesse como alvo seus dois principais
comandantes militares. Sobre o ataque israelense que, segundo ela, foi “mais um
massacre sem sentido” de civis.
Em
sua rede social, a relatora especial afirmou que “a justificativa é sempre a
mesma: ‘alvejar militantes palestinos’.”
Autoridades
de defesa civil de Gaza também relataram que pelo menos 20 palestinos foram
mortos em um ataque israelense a um centro de oração dentro do campo de Shati
para os deslocados, a oeste da Cidade de Gaza, no sábado.
Leia a carta completa dos
veículos de imprensa:
Nós, abaixo assinados,
solicitamos que as autoridades israelenses acabem imediatamente com as
restrições à entrada da mídia estrangeira em Gaza e concedam acesso
independente às organizações de notícias internacionais que buscam acessar o
território.
Nove meses após o início da
guerra, repórteres internacionais ainda estão sendo impedidos de acessar Gaza,
exceto para viagens raras e escoltadas organizadas pelo exército israelense.
Essa proibição efetiva de reportagens estrangeiras colocou um fardo impossível
e irracional sobre repórteres locais para documentar uma guerra pela qual estão
passando. Mais de 100 jornalistas foram mortos desde o início da
guerra e aqueles que permaneceram estão trabalhando em condições de extrema
privação. O resultado é que as informações de Gaza estão se tornando cada
vez mais difíceis de obter e que as reportagens que chegam estão sujeitas
a repetidos questionamentos sobre sua veracidade.
Entendemos completamente os
riscos inerentes em reportar de zonas de guerra. Esses são riscos que muitas de
nossas organizações assumiram ao longo de décadas para investigar, documentar
desenvolvimentos conforme ocorrem e entender os impactos das guerras no mundo
todo.
Uma imprensa livre e independente
é a pedra angular da democracia. Pedimos que Israel cumpra seus compromissos
com a liberdade de imprensa, fornecendo à mídia estrangeira acesso imediato e
independente a Gaza, e que Israel cumpra suas obrigações internacionais de
proteger jornalistas como civis.
Veja a lista veículos e entidades
que subscrevem
1.
ABC News, Estados Unidos
2.
Agence France-Presse, França
3.
Alternative Press Syndicate, Líbano
4.
Repórteres Árabes para Jornalismo Investigativo
5.
Associação de Jornalistas Asiático-Americanos, Estados Unidos
6.
Associated Press, Estados Unidos
7.
Associação para Radiodifusão Internacional, Reino Unido
8.
Associação de Correspondentes de Imprensa Estrangeira, Estados
Unidos
9.
Jornalistas de Bangladesh na mídia internacional, Bangladesh
10.
BBC News, Reino Unido
11.
Bianet, Turquia
12.
Bloomberg News, Estados Unidos
13.
CBS News, Estados Unidos
14.
CNN Worldwide, Estados Unidos
15.
CONECTA
16.
Fórum de Mídia Comunitária Europa, Bélgica
17.
CTV News, Canadá
18.
Daily Maverick, África do Sul
19.
Daraj, Líbano
20.
Referendo de Denik, República Checa
21.
União Europeia de Radiodifusão, Suíça
22.
Federação Europeia de Jornalistas
23.
Financial Times, Reino Unido
24.
Histórias Proibidas, França
25.
fotosintesi.info, Itália
26.
Free Press Unlimited, Holanda
27.
Rede Global de Jornalismo Investigativo
28.
Global Reporting Centre, Canadá
29.
Associação Internacional de Mulheres na Rádio e na Televisão
30.
Centro Internacional para Jornalistas, Estados Unidos
31.
Fundo Internacional para a Mídia de Interesse Público
32.
Suporte de mídia internacional, Dinamarca
33.
Instituto Internacional de Segurança de Notícias, Reino Unido
34.
Fundação Internacional de Mídia Feminina, Estados Unidos
35.
ITN, Reino Unido
36.
Le Mauricien, Maurício
37.
McLatchy, Estados Unidos
38.
Centro de Desenvolvimento de Mídia, Tunísia
39.
Media Diversity Institute, Reino Unido
40.
Olho do Oriente Médio
41.
Associação Nacional de Jornalistas Hispânicos, Estados Unidos
42.
National Press Club, Estados Unidos
43.
Sindicato Nacional de Jornalistas das Filipinas, Filipinas
44.
NBC News, Estados Unidos
45.
Fundação Nieman para Jornalismo, Universidade de Harvard,
Estados Unidos
46.
NPR, Estados Unidos
47.
Projeto de Denúncia de Crime Organizado e Corrupção
48.
Premium Times, Nigéria
49.
Revista Prospect, Reino Unido
50.
Aliança de Mídia Pública
51.
Pulitzer Center on Crisis Reporting, Estados Unidos
52.
Rory Peck Trust, Reino Unido
53.
RTÉ Notícias e atualidades, Irlanda
54.
Rede de mídia rural, Paquistão
55.
Sky News, Reino Unido
56.
SMN24Media, Sri Lanka
57.
Associação de Mulheres da Mídia Somali, Somália
58.
Rádio Sveriges, Suécia
59.
Bureau of Investigative Journalism, Reino Unido
60.
Associação de Imprensa Estrangeira, Israel e os Territórios Palestinos
61.
The Guardian, Reino Unido
62.
The Irish Times, Irlanda
63.
The New York Times, Estados Unidos
64.
The Washington Post, Estados Unidos
65.
Twala, Argélia
66.
Vocento, Espanha
67.
Notícias VRT, Bélgica
68.
Wattan Media Network, Palestina
69.
Associação Mundial para a Comunicação Cristã
70.
Associação Mundial de Editores de Notícias (WAN-IFRA), Alemanha
71.
Yle News and Current Affairs, Finlândia
Com informações da Agência Lusa,
OMS, ONU e Agência Brasil.
À Gaza, en Cisjordanie et au Liban, Israël traque les journalistes
Intimidations,
arrestations arbitraires, torture et frappes délibérées sont les armes d’Israël
contre celles et ceux qui, sur place, sont déterminés à informer