sábado, 31 de agosto de 2024
DO CAMPO DE OURIQUE A CASA DOS BICOS
Tinha
prometido a Cecília, companheira desta viagem, leva-la até a casa onde Fernando
Pessoa morou pelos seus últimos quinze anos, no bairro de Campo de Ourique.
O famoso
bonde 28 – a esta hora sem pick-pocket - nos deixou no jardim de Estrela, frente a Real
Basílica. Ainda tivemos que enfrentar uma longa ladeira até chegar a sossegada,
quase adormecida rua Coelho da Rocha. A fachada do 28 pouco se diferencia dos
outros imóveis do final do século XIX que nunca ultrapassam quatro ou cinco
andares. Não reparei se ainda existe “a
Tabacaria do outro lado da rua.”
Além da
fachada, da escada e de dois quartos, pouco quedou da arquitetura original.
Museologia certeira, mas fria. Nenhuma tentativa de recriar algo do ambiente
original. A máquina de escrever exposta
dentro de um caixão de acrílico pousado numa tábua no meio da parede. A cama,
colocada num estrado que lhe tira toda intimidade. “Conquistamos todo o mundo
antes de levantar da cama / Mas acordamos e ele é opaco”. Os 1300 livros, que,
dizem, foram fartamente anotados, bem arrumados em estante distante do
visitante. Existiria poeta sem emoção? Mais humana, uma longa mesa com muitas
edições espalhadas da obra do Fernando Pessoa em várias línguas.
Como
museólogos bem-intencionados podem desalmar até um poeta, e que poeta! Nem o
café adjunto estava aberta, o que nos levou de volta a Baixa Pombalina e, mais
além, até a renascentista Casa dos Bicos, cuja história cobre séculos de
glórias e decadências que hoje abriga a prestigiosa Fundação José Saramago.
Agora sim, a adaptação museológica convence o visitante mais exigente. Mas
também é verdade que o ilustre português nunca aqui viveu. Nos três andares,
vida e obra do famoso ribatejano são cuidadosamente arquivados.
Farta
bibliografia, ampla documentação iconográfica, espaço para reuniões e
conferências e uma boutique irresistível. Por estreita fresta, nos sentimos
como indiscretos voyeurs ao observar uma reconstituição, talvez imaginária, do
ambiente de trabalho do escritor em Lanzarote.
Aproveitei
para comprar “Viagem a Portugal” onde o Prêmio Nobel começa por estradas
vicinais, vilas e morros de Trás-os-Montes, ancestral província que fotografei
detalhadamente nos anos 50 para um filme que nunca se realizou. E todos as
fotos me foram roubadas. A viagem e seu relato terminarão neste mágico Algarve
onde passei os melhores verões de minha juventude. Mergulharei na escrita de
vocabulário rico, de frases poéticas, num português algo arcaico e sempre
elegante.
Tínhamos
notado uma oliveira centenária na pracinha da fundação. Cecília descobriu uma
placa informando que debaixo desta árvore, trazida propositalmente de Azinhaga,
terra natal do escritor, estavam enterradas suas cinzas.
quarta-feira, 21 de agosto de 2024
FRANK SINATRA
Nat King Cole ganhava 4.500 dólares por semana em Las Vegas em 1956 (o que mesmo hoje seria considerável). Era cabeça de cartaz no Thunderbird Hotel, só para brancos, onde não lhe era permitido aventurar-se para além da sala de espectáculos e da zona de descanso do cozinheiro, atrás da cozinha. O road manager de Cole teve direito a um quarto no hotel por ser branco, mas a atração altamente remunerada teve de encontrar outras acomodações. Ficava regularmente numa casa modesta no West Side.
UM DESASTRE HUMANITÁRIO
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, afirmou que a Venezuela não é de esquerda ou de direita, mas “um desastre humanitário”.
A declaração foi concedida ao jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles.
Barroso lança nesta terça-feira 20 o livro Inteligência Artificial, Plataformas Digitais e Democracia — Direito e Tecnologia no Mundo Atual, pela Editora Fórum.
Ele diz descrever na obra o papel das Supremas Cortes em diferentes países e menciona a Venezuela, onde, segundo o ministro, houve uma “captura total” desde o governo de Hugo Chávez.
“Até me surpreendo quando as pessoas discutem se a Venezuela é de direita ou de esquerda. Venezuela não é uma coisa nem outra, é só um desastre humanitário“, afirmou. “Nunca entendi bem por que a esquerda brasileira se amarrou no mastro desse naufrágio que é a Venezuela. A vida, na minha visão, gravita também em função de certo e errado, e não de alinhamentos ideológicos apenas.”
De acordo com o presidente do STF, é legítimo ter “alinhamentos ideológicos”, mas seria necessário respeitar premissas anteriores como “integridade, seriedade, o certo e o errado”.
ABUSADORES DO BRASIL
Pedro Cardoso critica homenagens a Silvio Santos: 'Abusadores do Brasil'
Pedro Cardoso expôs incômodo com a situação pós-morte de Silvio Santos
Pedro Cardoso utilizou as redes sociais para criticar as recentes homenagens feitas a Silvio Santos, falecido no último sábado (17) aos 93 anos. O ator afirmou que o apresentador foi colaborador da ditadura militar no Brasil, e que sua fortuna não foi fruto de mérito, mas de "fraquezas éticas".
Em sua publicação, o ator, conhecido pelo papel de Agostinho Carrara na série A Grande Família, da Globo, iniciou dizendo: "Serviu à ditadura militar torturadora de 61, 64, 68. A ditadura que assassinou pessoas que a ela se opunham, como todas as ditaduras o fazem", destacou.
Apesar das críticas, Pedro Cardoso fez questão de separar sua opinião da dor dos familiares dos homenageados. "Mas quando a morte parece redimir automaticamente abusadores do Brasil, sinto-me ofendido", afirmou.
O ator argumentou que tanto Silvio Santos quanto Delfim Netto enriqueceram graças ao apoio que deram ao regime militar, e não por suas qualidades intelectuais. "Silvio e Delfim foram empregados da ditadura militar. Enriqueceram porque serviram a ela", criticou.
segunda-feira, 19 de agosto de 2024
sábado, 17 de agosto de 2024
PALESTINE, L´HORREUR
Palestine, ne jamais cesser de dénoncer l’horreur
Des corps calcinés, déchiquetés. Des familles qui pleurent, hurlent la perte de leurs proches. Des enfants qui errent, des milliers d’orphelins livrés à leur propre sort. Depuis neuf mois, les images en provenance de la bande de Gaza sont les mêmes. Elles défilent sous nos yeux, sans aucun filtre. Malgré les centaines de journalistes assassinés par Israël pour tenter de cacher aux yeux du monde le génocide en cours à Gaza, personne ne peut ignorer ce qui se passe aujourd’hui.
Et malgré ça nous assistons toujours au même scénario, inlassablement : d’abord les images sur les réseaux sociaux. La dépêche AFP qui arrive. Le récit froid d’un massacre. Les « explications » de l’armée israélienne. Parfois les condamnations de la France et d’autres. La promesse de sanctions. Et puis plus rien jusqu’au nouveau massacre. Jusqu’à quand ? Jusqu’à quand la France va-t-elle pouvoir se regarder dans une glace alors qu’elle livre des armes à un gouvernement génocidaire ? Jusqu’à quand l’Union Européenne va-t-elle pouvoir être crédible en sanctionnant les crimes russes tout en protégeant ceux commis par Israël ? Jusqu’à quand la communauté internationale va-t-elle être en mesure d’être prise au sérieux alors qu’elle continue de livrer des armes à Israël qui vont servir à assassiner des enfants ?
Deux sentiments guettent les défenseurs de la paix. D’abord le
désespoir. Il ne faut pas le nier. À chaque fois notre certitude « cette fois
les image sont terribles, c’est un tournant, les gens vont réagir, ce n’est pas
possible autrement » vient se fracasser sur la réalité d’une communauté
internationale qui feint l’émotion pour mieux regarder ailleurs. Ensuite la
colère. Comment des gens peuvent-ils encore rester silencieux, voire pire
soutenir ce qui se passe à Gaza ? De retour de la polio à l’utilisation de la
famine comme arme de guerre en passant par usage de la torture, l’assassinat de
soignants, les tirs de snipers sur les enfants ou encore la destruction
méthodique de l’accès à l’eau, tout est documenté et sourcé. Personne ne peut
dire, ou ne pourra dire, « je ne savais pas ». Il y a ceux qui savent et qui
cautionnent, mais pour moi les plus lâches sont ceux qui préfèrent faire comme
si cela n’existait pas. L’histoire ne les oubliera pas.
La violence contre les Palestiniens se poursuit
au-delà de la bande de Gaza. Les attaques de colons
Israéliens sur le village de Jit en Cisjordanie mettent une fois de plus en
lumière ce qui se joue devant nous. Ce n’est pas une guerre, encore moins une
opération de légitime défense. C’est l’exécution d’un projet politique mûri
depuis des décennies. Contrairement aux propos du président Isaac Herzog et de
son gouvernement il ne s’agit pas « d’acte isolé » mais bien de la «
conséquence directe de la politique d'Israël de colonisation en Cisjordanie »
pour reprendre les mots de la porte-parole du Haut-Commissariat de l'ONU aux
droits de l'homme, Ravina Shamdasan. Ne reculant devant aucune ignominie,
Israël Herzog a affirmé sur X que cette attaque nuisait « à la communauté
des colons respectueux de la loi et à la colonie dans son ensemble ». Comme
s’il y avait des colonies respectueuses et d’autres violentes ! Dans un rapport
qui court sur la période de novembre 2022 à fin octobre 2023, soit avant le
déclenchement du conflit actuel à Gaza l’ONU avait indiqué que l'établissement
et l'expansion continue des colonies « équivalent au transfert par Israël de sa
propre population civile vers les territoires qu'il occupe » et « de tels
transferts constituent un crime de guerre ». Israël mène un projet
colonial constitutif de crimes de guerre et de crimes contre l’humanité,
incompatible avec la paix.
Alors que nous avons franchi le seuil de 40.000 morts, nous savons que
le bilan est largement supérieur. L’ensemble des experts militaires, qu’on ne
saurait accuser d’être des insoumis, s’accorde sur cette réalité. Un bilan qui
ne doit rien au hasard. Un bilan assumé au plus haut niveau de l’État
israélien.
Face à cela nous devons continuer à agir. Utiliser tous les leviers à notre disposition pour faire cesser ce
massacre. La première négation de ce que vivent les Palestiniens tient dans la
tentative des relais du gouvernement israélien en France d’interdire l’usage du
mot génocide. Il faut utiliser ce mot, pas simplement car il permet d’éveiller les
consciences du monde sur ce que commet Israël mais parce qu’il repose sur des
éléments concrets, documentés, factuels qui permettent de qualifier
juridiquement la situation de génocide.
Ne jamais cesser de parler de la Palestine. La plus grande victoire des criminels de guerre israéliens serait de
réussir à invisibiliser aux yeux du monde la souffrance du peuple palestinien.
Ce qui se joue en Palestine va dessiner l’avenir du monde. Deux chemins peuvent
s’ouvrir : celui, enfin, où la communauté internationale décide d’agir
pour faire cesser un génocide, envoyant un message d’espoir et d’humanité au
peuple du monde entier ; l’autre, qui peut faire basculer le monde dans la
guerre généralisée, celui où la loi du plus fort dessine les frontières et l’avenir
des peuples, peu importe que le sang de milliers d’innocents coule.
L’Histoire n’oubliera pas ceux qui se rendent aujourd’hui complices de
ce génocide. L’Histoire n’oubliera jamais ces femmes et ces hommes qui viennent
sur les plateaux télés, sourire aux lèvres, expliquer que l’armée israélienne
est la plus morale du monde, qu’elle protège les Palestiniens du mieux qu’elle
peut. Ces gens finiront dans les poubelles de l’histoire, aux côtés des pires
régimes que l’humanité a vu naître. Je ne serai jamais du côté des lâches, ceux
qui ferment les yeux et se bouchent les oreilles pour ne pas avoir à prendre
position. Pour ma part, je les mets au même niveau le gouvernement d’extrême
droite israélien tant leur complicité silencieuse permet aujourd’hui à ce dernier
d’agir dans l’impunité la plus totale. Je ne serai jamais du côté des
génocidaires mais toujours du côté de la paix et du droit à l’autodétermination
des peuples. Vive la Palestine et les peuples du monde.
Député de Seine-Saint-Denis et Président de l'observatoire national de l'extrême droite.
sexta-feira, 16 de agosto de 2024
A ÚNICA SOLUÇÃO...
... É COBRIR A ABOMINAVEL OBRA COM UM JARDIM VERTICAL
Edifício-garagem é finalizado após atraso e revela descaracterização de cartão postal de Salvador
Quase dois anos depois do início das obras, o edifício-garagem ainda não foi oficialmente inaugurado, mas já tem incomodado a população
quinta-feira, 15 de agosto de 2024
A NARCO-EVANGELIZAÇÃO CHEGANDO!
Pouco depois de minha chegada a Salvador, talvez em novembro de 1975, conheci Miguel Huertas, um uruguaio irrequieto e culto que viera à Bahia por causa da então muito famosa Escola de Música da Ufba.
Acabava de chegar de Nova Iorque onde conhecera um antiquário que lhe
passou uma estranha informação. A CIA estaria fomentando uma invasão de New
Born Christians na América Latina. Parecia argumento medíocre para
filme de terror. O que os Estados Unidos ganhariam com este projeto?
Nos anos 80, a imprensa começou a noticiar que pastores entravam nas
penitenciárias e em pouco tempo conseguiam converter perigosos marginais. Estes,
inesperada expressão angelical no semblante, passariam doravante a andar com a
Bíblia debaixo do braço.
Em meio
século, estão por toda parte. De costureira a cantora sertaneja, de vereador a
desembargador, de fuzileiro naval a brigadeiro.
Vez ou outra, algum “religioso” é encarcerado por tráfico de divisas.
Ninguém esqueceu o casal preso ao desembarcar em Miami com uma bíblia recheada
com dólares. Estelionato e violência doméstica fazem parte. Pedofilia e
assassinato também. Ou você não se lembra de Lucas Terra? Enriquecem com o
dízimo suado de semi analfabetos. Compram mansões no Morumbi e resorts em ilhas
paradisíacas, andam calçados de Louis Vuitton, ostentam Rolex de ouro e se
deslocam de avião particular e carro blindado. No Youtube, dão métodos
infalíveis para extorquir bolsas, contas correntes e poupanças dos que se
aventuram nos templos. Geralmente antigos supermercados ou cinemas.
E o
governo, sempre à cata de votos, fica omisso, conivente com tão pouca vergonha.
Pior: nossos edis não hesitam em comparecer a eventos “De Jesus” onde
terão a certeza de boa visibilidade para futuras eleições.
Acordos são estabelecidos entre evangélicos e narcotraficantes. Do Rio de Janeiro a Maragogipe, de Manaus a Curitiba e Salvador, bairros inteiros são administrados não mais pelas prefeituras, mas pela bandidagem que anda pelas ruas ostentando pesadas correntes de ouro e armamentos mais pesados ainda.
Em grande
parte do Rio de Janeiro, no Complexo Israel (140 mil habitantes), por exemplo,
os traficantes evangelistas, sob a suspeita bandeira sionista, destroem os
terreiros de ritos africanos, perseguindo quem se veste de branco. As igrejas
católicas são impedidas de celebrar missa e até mesmo de abrir as portas.
Com um
histórico de prefeitos incompetentes e corruptos, a Cidade Maravilhosa prepara
um belo tapete vermelho para uma teocracia que, longe dos talibãs e aiatolás,
servira de trampolim para a internacionalização do Crime Organizado De Jesus
sob o olhar complacente de Brasília.
Claro que
existem responsáveis evangélicos honestos e piedosos. Mas onde estão?
A Tarde, sábado 17 de agosto 2924
O SILÊNCIO DOS INTELECTUAIS
O SILÊNCIO DOS INTELECTUAIS BAIANOS DIANTE DE FECHAMENTO DO ARTE SACRA
quarta-feira, 14 de agosto de 2024
ESTAVÃO MORRENDO DE FOME
TJ dobra valor e vai pagar auxílio alimentação de até R$ 3,9 mil para juízes e desembargadores
By Edivaldo Bitencourt13/08/20242 Mins Read
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Desembargadores
aprovaram aumento e vão receber R$ 3.971 de auxílio alimentação (Foto: Arquivo)
O
Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul promoveu reajuste de 100% no valor do
auxílio alimentação pago aos 216 magistrados estaduais – 37 desembargadores e
179 juízes. A partir deste mês, o valor pago vai variar de R$ 3.064 a R$ 3.971
– mais que o dobro do salário mínimo de R$ 1.420.
O
aumento do penduricalho foi determinado pelo presidente do TJMS, desembargador
Sérgio Fernandes Martins, conforme a Resolução 323, aprovada na sessão do Órgão
Especial do dia 7 deste mês e publicada nesta segunda-feira (12).
O
valor do auxílio alimentação equivalia a 5% do subsídio pago ao magistrado
sul-mato-grossense. A partir da publicação da nova resolução, o percentual
dobrou e chegou a 10%. Como o juiz substituto recebe subsídio de R$ 30.647,65 –
o valor do benefício salta de R$ 1.532 para R$ 3.064. Para o desembargador, com
subsídio de R$ 39.717,68, o auxílio passa de R$ 1.985 para R$ 3.971.
De
acordo com a resolução de Martins, o valor será pago junto com a folha mensal
do Poder Judiciário. Na prática, o benefício vai incrementar o salário pago aos
juízes estaduais.
No
ano passado, de acordo com o levantamento “Justiças em Números 2024”, divulgado
pelo Conselho Nacional de Justiça, o salário pago aos juízes estaduais foi de
R$ 120.354, em média, por mês – o maior valor pago no País e o dobro da média
nacional de R$ 68.057.
Pela
Constituição, o maior teto do funcionalismo não deveria superar R$ 44.008,52,
valor do subsídio pago a um ministro do Supremo Tribunal Federal. No entanto,
os penduricalhos, como auxílio alimentação, auxílio saúde, gratificação e
outras indenizações, não são contabilizados e o valor chega a ser três vezes ao
teto.
segunda-feira, 12 de agosto de 2024
domingo, 11 de agosto de 2024
MESAS DE PARIS
Vamos começar pelo negativo. A multinacional McDonald´s está encantada com a receptividade do público francês e fatura um dos mais altos benefícios desta firma na Europa. E em várias “brasseries” tidas como tradicionais, talvez lhe sirvam pratos congelados esquentados na hora no micro-ondas. Moral da história: o francês também é capaz de aceitar o pior quando senta á mesa.
Mas existem os que recusam o duvidoso e conhecem os bons endereços da cidade. Então, acompanhe-me. Vou lhe levar a alguns endereços famosos, outros mais secretos.
Se você for político e quiser encontrar colegas do Senado ou até simples prefeitos do Acre ou do Amapá o endereço certo é o luxuoso restaurante do chefe Jean Imbert no suntuoso hotel Plazza-Athénée, avenue Montaigne, a dois passos de Dior, Chanel etc. Até há pouco tempo, também poderia dar um alô ao Cavendish, dono da empreiteira Delta, mas dizem que, ultimamente, anda sumido. O Paulo Maluf, também era freguês assíduo. Sugiro, para não ter surpresa, pegar o menu. Para 250,00 euros (ou mais), sem contar as bebidas, você terá a certeza de provar uma das melhores cozinhas da capital.
Achou, talvez, a conta um pouco salgada? Então vamos atravessar o rio Sena em direção aos Invalides. Por perto está o Petrossian que tem, como todos sabem, os melhores caviares importados da Rússia e do Irã. Aqui o menu está muito mais em conta: somente 45 euros. Atenção: sem caviar nem vodca!
Voltemos ao lado direito do Sena. Num dos cenários mais românticos de Paris, o Palais-Royal - onde também se hospedam os teatros da Comédie-Française e do Palais Royal, lá na ponta – empurre a porta do Grand Véfour. A decoração é simplesmente deslumbrante. Não mudou desde o século XVIII. Menu muito amigo: 57 euros. Sem bebidas. bien sûr! Com um pouco de sorte, você poderá sentar na “banquette” onde uma etiqueta lhe informa que era o lugar preferido de Napoleão, Maria Callas ou Victor Hugo. E o foie-gras, para os conhecedores, é o melhor de Paris. Faça sua reserva antecipada para o almoço. Assim poderá aproveitar a vista sobre o jardim,
É primavera, o dia está de cartão postal e você não pretende ficar fechado. Então proponho uma excursão até o Bois de Boulogne para descobrir um dos endereços que só os parisienses conhecem: o Jardin de Bagatelle e suas famosas roseiras. Melhor chegar cedo para ter tempo de passear, admirar e fotografar estas maravilhas da natureza. Depois é só sentar no “terrasse” do restaurante. Para 60 euros (sem bebidas) terá direito a um menu de qualidade ouvido o canto dos pássaros.
Mas seu orçamento tem limites
severos e você não pretende ultrapassá-los. Então vamos descendo no orçamento
sem, porém, perder o charme. Vou lhe levar até a Bastille. Podemos pegar o
metro. Aproveite para ver o belo trabalho de azulejaria antes de subir a
superfície onde dará de caras para a moderníssima Opera-Bastille. No número 5 da
pequena Rue de
Por falar em brasserie, sugiro também outra, da mesma época, suntuosa decoração Art Nouveau incluindo um belíssimo vitral no teto, um pouco como a pastelaria Colombo, no Rio de Janeiro. O Bouillon Chartier Montparnasse, frente a ferroviária do mesmo nome, propõe um cardápio a preços bem populares. Único inconveniente: terá que entrar na fila de espera. Quando estudante. costumava freqüentar este estabelecimento – nos dias de bonança - me deliciando com uma mousse de chocolate caseira. Ficava imaginando o público do princípio do século...
Mas, naquela época meus endereços habituais eram mais modestos, sem porem, abdicar do charme. Um deles ainda existe: o Petit Saint Benoit, na rua do mesmo nome, por trás do famoso café Les Deux Magots. Aberto em 1901, trata-se de um autêntico bistrô. Mesas minúsculas, muita gente com pressa, agitado, serviço sem tempo para perder, comida correta, sem grandes requintes e preços de fácil digestão.
Outro Bouillon Chartier, a pouca distancia das Galeries Lafayette, serviu, desde 1896, mais de cinqüenta milhões de refeições. A imensa sala é tombada como patrimônio nacional. Aqui não tem menu. O prato mais servido é a “Andouillette grillée” com batatas fritas e a sobremesa, muito gostosa, é o “baba au rhum” acompanhado de chantilly.
Agora, se realmente você prefere investir em compras em vez de comida – o que eu lamentaria profundamente – compre um sanduíche na padaria na esquina e coma num banco de jardim público. Não fique acanhado, têm muita gente fazendo a mesma coisa. Mas para não perder a classe, compre uma garrafa da deliciosa água mineral de Chateldon. Era a água servida na mesa do rei Luis XIV em Versalhes.
NOSSA LÍNGUA PORTUGUESA
VOCÊS SABEM O QUE É UM PALÍNDROMO?
Um palíndromo, como deve saber, é uma palavra
ou um número que se
Exemplos: OVO, OSSO, RADAR. O mesmo se aplica às frases, embora a
coincidência seja tanto mais difícil de conseguir quanto maior a frase; é o
caso do conhecido: SOCORRAM-ME, SUBI NO
ONIBUS EM MARROCOS.
Diante do interesse pelo assunto (confesse, você leu a frase
de trás p'ra frente), tomámos a
liberdade de seleccionar alguns dos melhores palíndromos DA língua de Camões... Se você souber de algum, acrescente
e passe adiante.
ANOTARAM A
DATA DA MARATONA
ASSIM A AIA
IA A MISSA
A DIVA
A DROGA DA
GORDA
A MALA NADA
NA LAMA
A TORRE DA
DERROTA
LUZA
ROCELINA, A NAMORADA DO MANUEL, LEU NA MODA DA ROMANA: ANIL É COR AZUL
O CÉU SUECO
O GALO AMA O
LAGO
O LOBO AMA O
BOLO
O ROMANO
ACATA AMORES A DAMAS AMADAS E ROMA ATACA O NAMORO
RIR, O BREVE
VERBO RIR
A CARA RAJADA
DA JARARACA
SAIRAM O TIO
E OITO MARIAS
ZÉ DE LIMA
RUA LAURA MIL E DEZ
PROFUUUUUUNDO! ISSO É
QUE É CULTURA!!!!
Você sabe o que é
tautologia? É o termo usado para definir um dos vícios de linguagem. Consiste
na repetição de uma idéia, de maneira viciada, com palavras diferentes, mas com
o mesmo sentido.
O exemplo clássico é o famoso 'subir para cima' ou o 'descer
para baixo'. Mas há outros, como você pode ver na lista a seguir:
- elo de ligação
- acabamento final
- certeza absoluta
- quantia exacta
- nos dias 8, 9 e 10, inclusive
- juntamente com
- expressamente proibido
- em duas metades iguais
- sintomas indicativos
- há anos atrás
- vereador DA cidade
- outra alternativa
- detalhes minuciosos
- a razão é porque
- anexo junto à Carta
- de sua livre escolha
- superávit positivo
- todos foram unânimes
- conviver junto
- facto real
- encarar de frente
- multidão de pessoas
- amanhecer o dia
- criação nova
- retornar de novo
- empréstimo temporário
- surpresa inesperada
- escolha opcional
- planear antecipadamente
- abertura inaugural
- continua a permanecer
- a última versão definitiva
- possivelmente poderá ocorrer
- comparecer em pessoa
- gritar bem alto
- propriedade característica
- demasiadamente excessivo
- a seu critério pessoal
- exceder em muito .
Note que todas essas repetições são dispensáveis.
Por exemplo, 'surpresa inesperada'. Existe alguma surpresa
esperada? É óbvio que não.
Devemos evitar o uso das repetições desnecessárias. Fique
atento às expressões que utiliza no seu dia-a-dia.