quarta-feira, 31 de julho de 2019

QUE BUNDA!

A imagem pode conter: árvore, ar livre e natureza

EMMA VALLE



Antes de falar desta artista, devemos nos lembrar de outro artista, o argentino Reinaldo Eckenberger que chegou a Bahia em 1965 para estudar canto lírico na então famosa escola de Música da Ufba e, depois de alguns meses no hotel Colonial – hoje Aliança Francesa – foi morar na pensão o “Cartola Internacional” da ladeira de Santa Tereza.  Em espaço limitado por algumas folhas de compensado, o jovem Reinaldo, descobrindo que desafinava, abandou sem demora os estudos musicais. Começou a brincar com diversos materiais, criando peças pouco académicas que muito intrigaram a dona da pensão. Estamos falando de Emma Valle. Assim, de uma coabitação eventual, dois artistas iniciaram um voo tão esplêndido quanto solitário.




O mundo de Emma Valle começa e termina em Salvador, ou melhor dito, no reduzidíssimo espaço do Cartola Internacional, a poucos metros do Museu de Arte Sacra. São orixás, navegadores, casebres e velhas igrejas, baianas de acarajé, ônibus, barcos, fiação elétrica, negros, brancos, mestiços e rastafáris. Tudo devidamente identificado nas costas da obra, assinado e datado mais de uma vez.




“Todo meu trabalho tem uma história. Um deles, por exemplo, conta a história d um burguês que vai pescar num fim-de-semana. Ele pega um peixe muito grande e quase cai na água. Consegue controla-lo e leva para a esposa. ”




Os suportes? Vários e quaisquer. Prato de porcelana quebrado e mal colado, azulejos, tacos, pé de mesa, telas, papelão, tampa de fogão, figurinhas de gesso...



Numa entrevista para o Shopping News em 1976, ela declara: 

“(...) não me considero uma artista cara. Vendo barato, Só não vendo fiado ou a prazo. O preço que cobro condiz com a qualidade do trabalho. 

Eu só trabalho com material bom e por isso meus quadros duram séculos, como os de Miguel Ângelo, Leonardo da Vinci...”

Naïf, Emma? Nada disso. A ambição dos ingénuos é igualar os académicos e seu charme é de não conseguir. Dona Emma pertence a um núcleo mais profundo, mais atormentado. O mundo dos que vivem um delírio pessoal e trabalham a margem das convenções. 

Aquilo que o pintor francês Jean Dubuffet denominou de “Art brut” em 1945. Aquilo que a psiquiatra Nise da Silveira chamava de Arte do Inconsciente. Aquilo que os anglo-saxónicos definem como “Outsiders”.

Emma Valle talvez seja a maior artista da Bahia.


Dimitri Ganzelevitch
Salvador 30 de julho de 2019.

TWO IDIOTS

GROSSERIA

Imprensa francesa repercute "bolo" dado por Bolsonaro em ministro

Publicações destacam que Bolsonaro cancelou encontro com ministro das Relações Exteriores da França para cortar o cabelo, classificando atitude do presidente brasileiro de "gesto teatral" e tentativa de "humilhação".A imprensa francesa destacou negativamente a atitude do presidente Jair Bolsonaro de cancelar em cima da hora um encontro previamente marcado com o ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian.

Bolsonaro entrou em atrito com a França nos últimos meses devido a questões ambientais
Bolsonaro entrou em atrito com a França nos últimos meses devido a questões ambientais

Na última segunda-feira (29/07), minutos antes de uma reunião prevista em Brasília, o francês foi avisado de que Bolsonaro estava com problemas de agenda e não poderia comparecer ao encontro, que havia sido anunciando oficialmente na agenda do Planalto. No entanto, minutos depois do horário original da reunião, Bolsonaro apareceu em uma live nas redes sociais cortando o cabelo.
Le Drian foi primeiro membro do alto escalão do governo do presidente Emmanuel Macron a visitar o Brasil desde a posse de Bolsonaro.
"Jair Bolsonaro cancela um encontro com Jean-Yves Le Drian por causa de um corte de cabelo", noticiou o jornal Le Monde.
"Na diplomacia, Bolsonaro prefere a provocação, mas, em um confronto, o chefe de Estado brasileiro privilegia a humilhação do adversário", disse o jornal, que lembrou que o governo Macron vem pressionando o Brasil em questões de preservação do meio ambiente, ainda mais depois da assinatura do acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a União Europeia.
Essa pressão vem irritando Bolsonaro, que já declarou aos europeus que não pretende aceitar "lições" de países europeus em matéria de preservação do meio ambiente.
"Ao aparecer publicamente no cabeleireiro em vez de ao lado de um dos pesos-pesados do governo francês, Jair Bolsonaro reafirma seu soberanismo tanto quanto seu desprezo pelo discurso moralizador de Paris em relação ao meio ambiente", escreveu o Le Monde.
Já o jornal de economia Les Echos abordou o gesto do presidente brasileiro em uma reportagem com o título "Bolsonaro despreza Le Drian em Brasília". Segundo o diário, a comunidade empresarial francesa com negócios no Brasil vinha pedindo que Paris enviasse algum ministro de destaque para visitar o país sul-americano após a posse de Bolsonaro.
O jornal destacou ainda que mil grandes empresas francesas têm sede no Brasil e entrevistou Fréderic Junck, presidente do Conselho de Comércio Exterior da França (CCEF) no Brasil, que disse que o "encontro perdido não agregou valor para nossas relações".
O cancelamento do encontro em cima da hora, seguido pelo gesto de aparecer cortando cabelo na internet, também repercutiu negativamente em reportagem do site da revista ultraconservadora Valeurs Actuelles, que ideologicamente compartilha várias das ideias do círculo de Bolsonaro.
A revista costuma publicar reportagens sobre supostas conspirações do bilionário George Soros (um alvo corriqueiro da extrema direita mundial) e textos criticando ativistas ambientais.
"Algo jamais visto! Em matéria de diplomacia impulsiva, o presidente Jair Bolsonaro deve ultrapassar Donald Trump", publicou a revista, que classificou a coisa toda como um "escândalo diplomático em Brasília".
"O encontro foi cancelado pelo próprio Bolsonaro no último momento. Motivo: 'um problema de agenda'. Mas isso não impediu que o presidente brasileiro aparecesse no Facebook cortando o cabelo..."
"'Romper com os códigos da diplomacia do jeito que Trump faz com a Coreia do Norte é uma coisa. Já a falta de educação e de cortesia em relação a uma grande nação como a França nos deixa mortificados', disse um diplomata brasileiro", destacou a revista
"O gesto teatral brasileiro teve ainda um prelúdio inacreditável quando Bolsonaro abandonou qualquer discrição e declarou que Le Drian não ousaria lhe falar grosseiramente sobre questões ambientais", destacou a revista.
Por fim, a publicação francesa lembrou que mais cedo no mesmo dia Bolsonaro havia citado incorretamente o cargo do ministro do Exterior francês: "Contra todas as probabilidades, ele nomeou (Le Drian) como primeiro-ministro francês (sic)."

ASSIM SE TRATAM OS PRESOS

Prisões do futuro chegam a Portugal: mais humanas, confortáveis e silenciosas 



As prisões do futuro são comparadas a hotéis: as celas têm janelas largas e luz natural, os reclusos vivem em pequenas comunidades e há menos barulho. A primeira em Portugal será no Montijo.

Não fosse o muro alto e espesso em redor, aquele edifício podia ser qualquer coisa. Halden é, no entanto, uma das prisões de alta segurança da Noruega. E é, ao mesmo tempo, o sítio do mundo que, provavelmente, muitos escolheriam para estar presos. Lá não se ouvem barulhos estridentes de portas a abrir e a fechar. Ferro e alumínio são substituídos por madeira e cortiça, para abafar o som. O vidro deixa entrar o sol e reconhecer a passagem das horas e dos dias. Lá dentro existe um ginásio, uma biblioteca e uma sala para compor música. As celas não parecem celas. Têm televisão e casa de banho com chuveiro.


Construída em 2010 no sul da Noruega, junto da fronteira com a Suécia, Halden herdou o nome da cidade que a alberga e arrecadou o prémio Arnstein Arneberg de arquitetura. Mas Halden é conhecida sobretudo por ser a prisão mais humanizada do mundo. Há mesmo quem a compare a um hotel — de mais de duas estrelas. E não há ninguém que a compare ao que se passa em Portugal.
Será assim, pelo menos, até à construção das duas novas prisões portuguesas, anunciada pelo Expresso. Montijo e Ponta Delgada têm planos arquitetónicos para ver nascer as primeiras prisões de “estilo nórdico” construídas no país, sob a alçada do arquiteto Jorge Mealha. Com o design e a arquitetura procura-se melhorar a qualidade de vida dos reclusos, reduzindo o stress e a agressividade. Nestas cadeias, as celas, quase todas individuais, passarão a ter cerca de dez metros quadrados e vão chamar-se “quartos”. Haverá um investimento nos espaços verdes e as únicas grades serão as das janelas. Pretende-se que, mais do que castigar, a cadeia sirva para reabilitar.

A pena deve ser apenas a privação da liberdade — e não as más condições da prisão

“Terá uma prisão de se parecer com uma prisão?”. A interrogação surge numa nova teoria social sobre como as prisões devem ser desenhadas e arquitetadas. Surge, também, na introdução de um livro — que é uma espécie de manual de instruções resultante de uma coletânea de estudos e opiniões reunida por Richard Wener e Elizabeth Chesla — publicado em maio de 2018 pelo Comité da Cruz Vermelha para explicar esta teoria: “Quando a detenção é necessária, o ambiente não deve acrescentar sofrimento à dor inerente da privação de liberdade”. Parafraseando, o fim da liberdade deve ser a pena em si mesma — e não as condições em que se está detido.
A arquiteta Beatriz Ferreira nunca tinha esboçado a ideia de como a arte podia influenciar o bem-estar dos reclusos e ajudar na reintegração após a pena, até ter sido obrigada a pensar num tema para tese de mestrado. Hoje tem delineado um plano de ação para “uma reclusão melhor” nas prisões portuguesas, mesmo sem as reconstruir de raiz. A inspiração de um novo modelo serve-se fria, preparada nos países nórdicos. “As principais diferenças têm a ver com o modo de vida; isto, debruçando-nos sobre a arquitetura, é o espaço onde os presos passam o dia”.
O que os nórdicos tentam fazer é ter pequenos núcleos — umas pequenas casinhas —, onde vivem, por exemplo, 12 reclusos e onde passam a maior parte do dia. É lá que cozinham e trabalham, “contactando sempre com as mesmas pessoas, o que faz com que se sintam em comunidade e não percam tanto a noção de família”, explica a especialista, deixando à vista as brechas de uma reinserção social cega. “Cometeram um crime, é bom que estejam lá. O problema é que eles vão sair da prisão e convém que saiam melhor do que entraram.”
Também as novas prisões portuguesas estão desenhadas assim. Haverá núcleos habitacionais para “famílias” de reclusos, com espaços comuns, materiais de construção que deixam passar a luz natural e até bares geridos por reclusos, para os incentivar a trabalhar. A primeira — construída em três anos, segundo as previsões, e com um custo estimado de 70 milhões de euros — será a do Montijo. Vai substituir o Estabelecimento Prisional de Lisboa (EPL) e terá uma capacidade para receber entre 640 e 769 reclusos. A de Ponta Delgada tem um custo estimado de 50 milhões de euros e poderá receber até 472 reclusos.
"Imagine que há um espaço de espetáculos desenhado para 100 pessoas, mas põem-se lá 200. Ninguém vê o espetáculo, ninguém percebe nada, começa-se à cotovelada... Agora imagine isso dentro de uma prisão."
João de Sousa, ex-recluso

A 26 de março de 2014, João começou a percorrer, pela primeira vez, os corredores do estabelecimento prisional de Évora, depois da sentença do caso em que foram as pistas a seguir o inspetor. Os crimes de corrupção passiva e de violação de segredo de funcionário conduziram o ex-agente da Polícia Judiciária a uma pena de cinco anos e meio de prisão e valeram-lhe uma experiência que destoa da teoria expressa nas 361 páginas de papel escritas por Beatriz. “Somos latinos, judaico-cristãos e vemos com muita dificuldade as pessoas que cometeram um crime não terem um castigo sofrido”, diz o antigo recluso.
Formado em Psicologia, está agora a escrever uma tese de doutoramento na Universidade de Estremadura, Espanha, baseada num estudo demográfico das prisões portuguesas. “Ainda não somos maduros o suficiente para perceber que um indivíduo que está fechado 25 anos, independentemente do crime que cometeu, quando vier cá para fora, se não tiver um tratamento prisional devido, vem pior”, garante João de Sousa, uma vez que “já perdeu laços familiares, biologicamente também está muito mal, porque a saúde nas prisões é terrível, e psicologicamente é um indivíduo cerceado em tudo”.
Para João, as prisões existentes em Portugal falham em vários pontos. Desde logo, na falta de espaço. “Imagine que há um espaço de espetáculos desenhado para 100 pessoas, mas põem-se lá 200. Ninguém vê o espetáculo, ninguém percebe nada, começa-se à cotovelada… Agora imagine isso dentro de uma prisão”, explica.
Mas é, sobretudo, a falta de liberdade que leva a que se cometam ilegalidades nas prisões, dificilmente controladas pelo corpo de guardas prisionais, diz João de Sousa. Sobre os casos recentes de entrada ilícita de telemóveis nas cadeias, o ex-recluso admite que a solução deveria passar por “colocar mais telefones nas prisões” e permitir chamadas mais duradouras, já que “os presos têm apenas cinco minutos para falarem com a família e com os advogados. Nos países nórdicos as pessoas têm contacto constante com a família”, aponta.
Vítor Ilharco, da Associação Portuguesa de Apoio ao Recluso (APAR), corrobora e vai mais longe: “As cadeias são um negócio para muita gente. Os telemóveis são um negócio. Alguns guardas compram um telefone por 50 euros e vendem-no lá dentro por 400 euros. Os presos dão-lhes 100 euros para carregarem o telefone e eles carregam com 50. Depois, se o preso está muito tempo sem carregar, fazem uma rusga, apreendem o telemóvel e vendem-no a outro preso”.

“O problema não é falta de guardas, é excesso de cadeias”

Em Portugal, a pena máxima de prisão é de 25 anos. Na Noruega, de 21. Em nenhum dos países existe prisão perpétua, o que aguça a necessidade de investir no bem-estar e na reintegração dos reclusos. Em Portugal, há 12.867 reclusos. Na Noruega, que tem metade da população portuguesa, há 4.127. O reduzido número de presos permite à Noruega gastar, em média, 283,50 euros com cada recluso por dia — a contrastar com 41,90 euros gastos em Portugal. Os dados são fornecidos pelo último relatório do Conselho da Europa, que alerta que o nosso país está em 6o.º lugar na lista negra das nações com maior sobrelotação nas prisões, ainda que com um bom rácio de reclusos por guarda: dois.
MAIS:ASS

GLADIADORES DO FUNDAMENTALISMO

Os Gladiadores do Altar (Igreja Universal): soldadinhos de chumbo da extrema direita

A evangélica "Igreja Universal" (que desempenhou um papel central no triunfo de Bolsonaro) vem, há anos, formando bandos de adolescentes homens que pretendem "fazer a obra de Deus e desfazer as obras do mal".





Um vídeo que foi viralizado neste momento pelas redes sociais mostra imagens da formação do exército dos "Gladiadores do Altar", um bando militar de jovens imbuídos de certo misticismo guerreiro.
Sem dúvida, a formação dessas "milícias" e a viralização dessas imagens na Argentina não faria parte da agenda pública desse país se não fosse a ascensão e o triunfo eleitoral de Jair Bolsonaro no Brasil, berço da Igreja Universal do Reino de Deus.
Como é do conhecimento público, essa seita cristã fundamentalista acabou sendo um fator importante da eleição do novo presidente brasileiro.
Mas os Gladiadores do Altar estão se formando há anos nos templos que a "A Universal" possui no Brasil, Argentina, Colômbia, Peru e outros países da América Latina.

Guerra santa

No vídeo recentemente viralizado (que na verdade é de 2015), uma locutora é ouvida dizendo que os jovens Gladiadores do Altar são homens que "renunciarão a muitas coisas para serem preparados por Deus. Nós formaremos uma nova geração de pastores guerreiros, determinados a fazer a obra de Deus e desfazer as obras do mal. Eles farão o inferno tremer. Gladiadores, aqueles cuja força está em seu espírito ... "
Atenção Gladiadores! - Bispos dizem em plena cerimônia
Altar, altar, altar! - respondem em tom uníssono dezenas de meninos vestidos em calças de gabardina, camisas de algodão estampada com escudos "exército" e mocassins que, marchando em passo militar, geram um barulho estrondoso no templo.
Vocês são jovens que atenderam ao chamado do nosso supremo General, o Senhor Jesus Cristo. Jovens que dizem "se Deus me usa para o seu trabalho", quero levar a palavra do meu Deus - os bispos discutem.
Na Argentina o lançamento de "Projeto Gladiadores do Altar" começou há mais de três anos, no âmbito da "Vigília dos Fortes". E foi concomitante com o lançamento no resto dos países.
Embora as transmissões da Igreja Universal não se espalhem muito e seja difícil obter informações sobre o atual andamento da construção da "milícia" na Argentina, a verdade é que o projeto militarista para a "guerra santa" não é apenas baseado na difusão ofensivamente a "palavra" ditada pelos bispos portuñoles. É também o caminho para transformar esses jovens em uma força de choque treinada para contribuir com o que, segundo eles, “Deus precisa para o seu plano”.
Em meio a um aprofundamento da crise econômica e a emergência em vários países de líderes políticos burgueses que fazem o estilo messianismo e violento contra a classe trabalhadora e as minorias sociais, esses embriões fundamentalistas não devem ser deixadas sem atenção
Seitas que magicamente prometem magicamente o fim das privações econômicas e sociais (se você junta-se a eles, "Você para de sofrer") crescem muito mais quando há um terreno fértil, onde a pobreza em massa e discriminação social fazem parte dos "modelos” político-econômicos hegemônicos.
Claro, essas seitas praticam assistencialismo e contêm os pobres. Mas aqueles que as administram são bilionários.

Farsa televisiva ambiciosa (e perigosa)

O primeiro templo da Igreja Universal do Reino de Deus na Argentina foi construído em 1990 numa rua de Lavalle na cidade de Buenos Aires. Hoje eles têm dezenas de templos em toda a capital, grande Buenos Aires e as cidades mais importantes de todas as províncias argentinas.
Como eles se definem, esta seita é atualmente "a maior responsável pelo crescimento evangélico no mundo". Na Argentina já tem milhares de fiéis.
A faceta mais visível e talvez a mais bizarra da Universal é a sua presença pública (a custo milhares de milhões de pesos) em longas emissões de rádio e TV durante o início da manhã.
No entanto, essa agressiva campanha de comunicação é uma de suas estratégias mais planejadas e na qual eles investem grandes recursos, levando massivamente o sinal de suas próprias mídias ou espaços alugados em mídias ainda mais massivas.
Os Estados Unidos, o Canal 9 e outros canais, longe de negar o fundamentalismo da Universal, recebem somas exorbitantes de dinheiro para que seus sinais sejam controlados durante a madrugada pelo bolsonarismo evangélico.
É claro que os bispos proíbem qualquer tipo de filme em suas cerimônias, a não ser as imagens que a própria Igreja registra e divulga. E embora o jornalismo seja formalmente solicitado, eles não dão nem permitem que alguém dê entrevistas em nome da seita.
Os mandarins da Igreja recolhem de forma frenética, permanente e sistemática grande parte das economias, convencendo os fiéis de que "toda a riqueza deste mundo é de Deus” e, portanto, tem que-se dar sem cerimônia todos os seus recursos a seus representantes no a terra. Ou seja, para eles.
Então, eles pedem para ficar com heranças, fortunas familiares e poupança pessoal de almas perdidas que, em troca (não verificáveis) curas físicas e calmas de alguns males do mundo, deixam tudo para a promessa de salvação eterna.
Mas ainda entregando tudo, os fiéis devem pagar preços nada baratos a pequenas cruzes de madeira berreta "carregada" do perdão divino e água derramado em garrafas de plástico, que supostamente, foi reunida em um rio no Oriente Médio.
Segundo várias pesquisas dos últimos anos, os expoentes da Universal confessaram que a estrutura de arrecadação deles é semelhante à de qualquer empresa multinacional, com metas específicas por templo, por cidade e por país. Os gerentes dos bispos são responsáveis por cumpri-los a ponto de, se não o fizerem, sofrer até o exílio.
Cabe dizer que muitos dos fiéis evangélicos fanáticos são apenas ex-crentes católicos apostólicos e romanos ou filhos de famílias católicas desencantados. Portanto, enquanto encobre seus próprios escândalos de abuso sexual maciço e várias corrupções, a instituição comandada por Francisco enfrenta sua própria "luta" contra a seita evangélica.
À luz do sucesso econômico fenomenal da Universal, é claro que o ódio da Igreja Católica para este outro culto cristão não deve apenas a disputa para capturar “almas perdidas”.

terça-feira, 30 de julho de 2019

SEM PALÁCIO NEM IMUNIDADE

Sem palácio nem imunidade: Novo presidente do México mostra outro caminho na política

por: Joao Rabay
MAIS:

A COMISSÃO DA VERDADE

[Metro 1]

'Você acredita em Comissão da Verdade?', diz Bolsonaro sobre morte de pai do presidente da OAB

Presidente pôs em dúvida a integridade do colegiado e disse que não há “nada escrito” capaz de comprovar a versão que ele apresentou sobre o caso

['Você acredita em Comissão da Verdade?', diz Bolsonaro sobre morte de pai do presidente da OAB]

O presidente Jair Bolsonaro questionou, hoje (30), a veracidade das informações apuradas e reunidas pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), que apurou crimes cometidos na ditadura (1964-1985). Ele ainda disse que não há “nada escrito” capaz de comprovar a versão que ele apresentou sobre a morte do opositor do regime militar Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira, pai do atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz.
Ontem (29), Bolsonaro disse que Fernando foi morto pelo "grupo terrorista" Ação Popular do Rio de Janeiro, e não pelos militares. A Comissão da Verdade, instalada no governo de Dilma Rousseff, diz que Santa Cruz foi morto por agentes da ditadura.
“Você acredita em Comissão da Verdade? Qual foi a composição da Comissão da Verdade? Foram sete pessoas indicadas por quem? Pela Dilma [Rousseff, ex-presidente]”, disse o presidente.

UM EXEMPLO PARA O BRASIL

Etiópia planta 350 milhões de árvores em apenas 12 horas

A iniciativa nacional chamada "GreenLegacy" tem a meta de plantar 4 bilhões de árvores no país.
No dia 29 de julho cerca de 350 milhões de árvores foram plantadas em um período de 12 horas na Etiópia. O plantio faz parte de uma iniciativa nacional chamada #GreenLegacy, que pretende cultivar 4 bilhões de árvores no país Africano, encorajando cada cidadão a plantar ao menos 40 mudas.
O projeto visa combater os efeitos da crise climática devido ao desmatamento no país, que já sofre bastante por sua aridez. Segundo dados da ONU, a cobertura florestal da Etiópia declinou de 35% no século passado, para 4% nos anos 2000.
Abiy Ahmed, primeiro-ministro da Etiópia, participou ativamente da campanha do plantio, que foi desenvolvida pelo próprio governo. Vídeos promocionais foram veiculados na mídia estatal pedindo ao público para plantar e cuidar de árvores e também convidando toda a população para o evento. O governo também fechou alguns de seus escritórios para que os funcionários públicos pudessem estar presentes e para fazer a contagem oficial das árvores.
Abiy Ahmed, primeiro-ministro do país, plantantou diversas árvores | Fotos: Divulgação Governo da Etiópia
Segundo dados divulgados pelo governo, foram plantadas exatamente 353.633.660 de mudas em 1.000 locais pré-determinados espalhados por todo o país. As mudas escolhidas são nativas da região subsaariana, portanto, já são adaptadas ao clima árido. A escolha beneficia também todo o ecossistema da região.

O mapa mostra quantas árvores foram plantadas em 12 horas em 29 de julho de 2019.
Quem possuía o recorde mundial de árvores plantadas em um só dia era a Índia, com 66 milhões de árvores em 2017.

Melhor forma de resfriar a Terra

Um estudo recente publicado pela Science, afirma que a melhor solução para combater o aquecimento global, além de preservar as florestas que já existem, é plantando novas árvores.
O estudo do ecologista Thomas Crowther, da universidade suíça ETH Zurich, aponta que há espaço suficiente em parques nacionais, florestas e terras abandonadas existentes no mundo para plantar 1,2 trilhão de árvores extras. Juntas, estas árvores seriam capazes de armazenar CO2 equivalente a uma década de emissões de dióxido de carbono.
Segundo o ecologista, se tal meta fosse alcançada, superaria qualquer outro método para combater a mudança climática, mesmo considerando investimentos em energia renovável e dietas vegetarianas.
“É uma coisa linda porque todos podem se envolver. As árvores literalmente apenas tornam as pessoas mais felizes em ambientes urbanos, elas melhoram a qualidade do ar, a qualidade da água, a qualidade dos alimentos, o serviço ecossistêmico, é uma coisa tão fácil e tangível,” disse o ecologista.

A SALA SÃO PAULO

Sala São Paulo é uma sala de concertos onde ocorrem apresentações sinfônicas e de câmara. Faz parte do Centro Cultural Júlio Prestes, na antiga Estação Júlio Prestes, uma histórica estação ferroviária. Fica localizada na Praça Júlio Prestes, no bairro de Campos Elísios, no centro da cidade de São Paulo.
Inaugurada no dia 9 de julho de 1999, ao som da Sinfonia n°2 de Gustav MahlerRessurreição, foi a primeira sala de concertos do Brasil, considerada uma das melhores do mundo desde a sua concepção. A estação foi completamente restaurada e remodelada pelo Governo do Estado como parte do projeto de revitalização do centro da cidade. Ao lado dela encontra-se a Estação Pinacoteca, que abriga exposições de arte.

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Antes...
A sala tem capacidade para 1 498 espectadores e 22 camarotes. É a sede da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo e do Coro da Osesp. Foi concebida de acordo com os mais atualizados padrões internacionais e muitos especialistas consideram-na uma das salas de concerto com melhor acústica no mundo. É comparada a muitas salas dos Estados Unidos ou da Europa mundialmente conhecidas, como a Symphony Hall de Boston, a Musikverein de Viena e a Concertgebouw em Amsterdã.

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...Depois

A renovação começou em novembro de 1997, mas os primeiros passos foram dados em 1995, sob a supervisão do arquiteto Nelson Dupré. O governador Mário Covas visualizava a Estação Júlio Prestes como um espaço ideal para apresentações sinfônicas, uma vez que faltava ao Brasil lugares adequados para este tipo de apresentação e principalmente porque a OSESP não possuía um centro permanente. Em 2015, o jornal britânico The Guardian classificou a Sala São Paulo como uma das dez melhores casas de concerto do mundo. Em 1999, a Sala São Paulo foi tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT).

E VEREADOR DO DEM PODE?

[Metro 1]

Bar de vereador, no estilo ‘cacete armado’, tem autorização para funcionar na Ribeira 

O estabelecimento, batizado de “Praia do Malassombrado”, funciona em área onde, em toda história da Ribeira, nunca nenhum outro estabelecimento esteve


[Bar de vereador, no estilo ‘cacete armado’, tem autorização para funcionar na Ribeira ]

O bar do vereador Vado Malassombrado (DEM), instalado em área pública ,na Praça Dodô e Osmar, na Ribeira, tem autorização da prefeitura para existir, segundo o secretário de Desenvolvimento e Urbanismo da capital, Sérgio Guanabara. Em entrevista ao Metro1, Guanabara afirma que a autorização foi expedida pela Secretaria da Fazenda (Sefaz). 
“O bar está licenciado pela Sefaz. Teve alvará de funcionamento, alvará de uso. Não tinha permissão para ter uma estrutura, prolongamento para o mar. Era uma bagunça que não posso nem dizer se era dele ou não”, afirmou Guanabara.
O estabelecimento, batizado de “Praia do Malassombrado”, funciona em área onde, em toda história da Ribeira, nunca nenhum outro estabelecimento esteve. Apesar do “ineditismo”, garante Guanabara, a autorização está regular. “Ele tem direito de exploração em área pública”. 
Com relação às queixas de poluição sonora, Guanabara disse que o problema tem que ser avaliado pela Secretaria de Ordem Pública.  

O ÁRABE NA LÍNGUA PORTUGUESA

AS INFLUÊNCIAS DO ÁRABE NA LÍNGUA PORTUGUESA E LOCAIS PORTUGUESES COM NOMES ÁRABES

Estiveram alguns séculos em Portugal e deixaram inúmeros heranças e costumes. Descubra as influências da língua árabe na língua portuguesa e na toponímia.

Árabe


Português é uma língua derivada dos dialectos latinos, românicos peninsulares ou simplesmente romance, que resultaram da mistura do “latim vulgar”, falado pelos soldados 
O Português, primitivamente Galaico-português, forma-se directamente a partir do Leonês ou Asturo-Leonês, e tem como substrato a língua nativa dos Galaicos, Lusitanos, Célticos e Cónios.
A Língua Portuguesa sofre inevitavelmente a influência da Língua Árabe, influência que ultrapassa em muito a extensão que a maioria dos autores refere, não só em termos de “marca” no seu léxico, como da própria forma como se opera
Adalberto Alves, no seu “Dicionário de Arabismos na Língua Portuguesa”, esclarece que a influência da língua Árabe, para além dos seus aspectos evidentes ou visíveis, ou seja, do léxico Árabe directamente transposto para o português, deve considerar todos aqueles que chegam ao português de forma “encapotada”, através da tradução de textos Árabes por religiosos cristãos, cuja origem,“por preconceito religioso (…) a hierarquia da Igreja queria apagar” (ALVES, 2013, pág. 17).
Assim, a extensão da influência do Árabe no Português, que a maioria dos autores resumem a cerca de 1.000 substantivos, deve ser consideravelmente alargada, não só no seu número, que segundo Adalberto Alves é de 18.073 termos, como ao nível gramatical, já que inclui não só substantivos, como adjectivos, verbos, pronomes, artigos e interjeições. (ALVES, 2013, pág. 23)
A influência do Árabe no Português é bastante mais marcada do que no Castelhano ou no Catalão, línguas que, localizando-se geograficamente mais próximas de França recebem a sua influência directa e têm um efeito de tampão no Português. A título de exemplo refira-se que aos 18.073 termos que o Português recebeu correspondem cerca de 4.000 termos recebidos pelo Castelhano.
Convém também esclarecer que a arabização da Península não impôs nem a religião Muçulmana nem a língua Árabe como únicas, mantendo-se “activos” durante o período do Al-Andalus os dialectos moçárabes e o Hebreu, que aportaram termos próprios ao Português.

A conversão dos mouriscos – retábulo da Capela Real de Granada
Até 1496, data do decreto de expulsão das minorias muçulmana que não aceitassem a conversão forçada ao cristianismo, o processo de influência do Árabe no Português persiste, não só nas chamadas “ilhas muçulmanas em território português”, as mourarias, como através da influência sofrida em Marrocos pelos portugueses via “Mouros de Pazes”.
Com a instituição do terror da Inquisição em 1552, o Árabe é proibido, reduzindo-se à sua expressão mínima e clandestina, a escrita “aljamiada”. Inicia-se então um período de expurgação de tudo o que é ou soa a Árabe.
Apesar dos mais de 500 anos que durou a presença Árabe em Portugal essa influência refere-se essencialmente ao léxico, pelo que não podemos falar de uma influência estrutural. Um aspecto extremamente relevante é o da adopção de muitos termos Árabes na formação do calão português, a chamada “gíria dos rufiões“, que no período da inquisição terá tido grande incremento através da utilização de expressões e termos encapotados pelos mouriscos e cripto-muçulmanos.
De seguida procura-se dar, apenas a título de exemplo, uma visão geral relativa aos aspectos mais evidentes desta influência.
Antes de mais uma referência a quatro exemplos paradigmáticos e que fazem supor que algumas expressões de caracter religioso perduraram pelo engenho popular:
Oxalá (law xá Allah ou incha Allah, se Deus quiser).
Olá (wa Allah, Deus, saudação).
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Olé (wa Allah, Deus, interjeição utilizada como aplauso ou incentivo).
Olarilolé (la illaha ila Allah, não há divindade senão Deus, profissão de fé muçulmana).
Casa do Alentejo
A grande maioria dos substantivos começa com o artigo definido Al (o ou a), muitas vezes com o assimilado à consoante inicial do substantivo, concretamente quando esta é uma consoante solar. No alfabeto Árabe não existem vogais, mas apenas consoantes, e as consoantes dividem-se em consoantes lunares e consoantes solares.
As consoantes lunares não têm influência na pronúncia do l do artigo Al, quando constituem a letra inicial da palavra, como por exemplo em Alferes (o cavaleiro), Almeida (a mesa) ou Alcântara (a ponte). Mas as consoante solares quando colocadas na mesma posição assimilam o l do artigo Al, duplicando o seu valor.
Por exemplo Azeite escreve-se Alzeite em Árabe, mas pronuncia-se Azzeite pelo facto de o z ser uma consoante solar. Daí a origem de termos como AzulejoAçorda ou Atalaia.
Casa do Alentejo
Casa do Alentejo
Outras formas comuns de início de termos de origem Árabe são as palavras que começam por (XadrezXarope ou Xerife) ou por enx (EnxaquecaEnxoval ou Enxofre).
Outras palavras são caracterizadas pela terminação, como as que terminam em (JavaliMufti ou Sufi), em il (CordovilMandil ou Anil), em im (AlecrimCarmesim ou Cetim) e as terminadas em afe ou aque (AlcadafeAlmanaque ou Atabeque).
Algumas consoantes Árabes não entram nos vocábulos portugueses por uma questão de não se adaptarem à forma de pronunciar do português, como o h que geralmente se transforma em f, como em Alfama (do Árabe Alhammam), Alfazema (do Árabe Alhuzaima) ou Alface (do Árabe Alhassa).
“Volta do Mercado Saloio” de Roque Gameiro
Saloio é a designação dos muçulmanos expulsos de Lisboa após a sua conquista pelos portugueses, que se instalaram na área rural situada a Norte e Poente da cidade; a origem do termo não reúne consenso, sendo a explicação mais plausível a que defende que deriva da palavra صلاة“salat” ou “oração”, já que designava aqueles que rezavam 5 vezes por dia “fazendo o çala”, e que eram chamados na época “çaloyos”; esta seria também a origem de “çalayo”, nome do imposto pago sobre o pão na região de Lisboa; outra explicação é a origem do termo na palavra ساحلي “saheli”, que significa “habitante do litoral”; outra ainda é a origem em سلاوي “salaui” ou habitante da cidade marroquina de Salé, designação local para a população rural.
Os substantivos podem ser agrupados em várias categorias, maioritariamente relativas a inovações ou contributos que os Árabes introduziram na nossa sociedade, e a topónimos, que se observam de Norte a Sul do País e que muitas vezes aportam informações sobre o passado das próprias localidades.
No primeiro caso refiram-se as designações de cargos públicos (AlcaideAlmoxarife ou Alferes), termos de tipologias de edificações (AlcácerAlcáçova ou Aljube), de construção (AlvenariaAzulejo ou Açoteia), de instituições administrativas (AldeiaArrabalde ou Alfândega), de plantas

(ArrozAlfazema ou Alfarroba), de frutos (TâmaraRomã ou Ameixa), de profissões (AlfaiateAlmocreve ou Alfaqueque), de termos relacionados com a agricultura (EnxadaAlcatruz ou Azenha), com a actividade militar (AdagaArsenal ou Arrebate), de termos médicos (XaropeEnxaqueca ou Alcalino), de termos geográficos (AzinhagaLezíria ou Albufeira), de unidades de medida (AlqueireArroba ou Arrátel), de animais (AlcatrazLacrau ou Javali), de adereços (AlfineteAlmofada ou Alcatifa), de instrumentos musicais (AdufeAlaúde ou Rabeca), de produtos agrícolas e industriais (AzeiteÁlcool ou Alcatrão), das ciências exactas (ÁlgebraAlgarismo ou Cifra).
Alguns nomes próprios e apelidos têm também a sua origem em nomes Árabes, como por exemplo Leonor (em Árabe Li an-Nur, ou que vem da luz), Abel (Abu l-, pai de), Fátima (nome de uma das filhas do Profeta Maomé), Albuquerque (Abu-l-qurq, ou o do sobreiro), Bordalo (Badala, abundante) ou Almeida (Al maida, a mesa).
Muitos termos do calão português, do mais brejeiro ao mais indecente, têm origem no Árabe. Por exemplo Marafada (Mraa Khaina, ou mulher que engana), Mânfio (Manfidesterrado ou proscrito) ou ainda Marado (Marid, ou doente).
No caso dos topónimos, para além da grande maioria de termos iniciados pelo artigo Al ou pela sua forma com o l assimilado, existem outros com origem comum, que podemos agrupar.
Por exemplo, os topónimos iniciados por Ode (do Árabe Ued ou Rio), como OdemiraOdeceixe ou Odeleite.
Os iniciados por Ben (em Árabe Ben ou Ibn significa Filho, mas em toponímia tem o significado de Lugar), como BensafrimBenfarras ou Benamor.



Castelo dos Mouros
Castelo dos Mouros
A título de curiosidade refiram-se alguns topónimos de origem Árabe com indicação do seu significado:
Albarraque (Albarrak, o brilhante), 
Albufeira (Albuhaira, a pequena barragem),
Alcabideche (Alqabidaq, a “mãe de água”),
Alcácer (Alqassr, o castelo),
Alcáçovas (Alqassba, a cidadela fortificada),
Alcalar (Alqalaa’, o forte),
Alcaidaria (chefia),
Alcaide (o chefe),
Alcains (Alkanissa, a igreja),
Alcanena (Alqanina, a cabaça),
Alcântara (a ponte),
Alcantarilha (diminutivo de Alcântara),
Alcaria (a aldeia),
Alcobaça (Alkubasha, os carneiros),
Alcochete (Alqucha, o forno),
Alcoentre (Alqunaitara, a ponte pequena),
Alcoitão (Alqaiatun, a tenda),
Alcongosta (Alkunasa, o areal),
Alcoutim (Alkutami, o falcão),
Alfama (Alhamma, a fonte),
Alfambras (Alhamra, a vermelha),
Alfarelos (Alfahar, a louça),
Alfeizerão (Alhaizaran, o canavial),
Alfarim (Alfaramin, os decretos),
Alfarrobeira (Alharruba, o mesmo que em português),
Alferce (Alfarzo que separa, entre duas colinas),
Algarve (Algharb, o Ocidente),
Algeruz (o canal),
Algés (Aljaich, o exército),
Algueirão (Aljairan, as grutas),
Alhandra (Alandar, a debulha),
Alijó (Alaja, telhado plano),
Aljezur (Aljuzur, as ilhas),
Almacave (Almaqabara, os cemitérios),
Almada e Almádena (Almadana, a mina),
Almansil (a estalagem),
Almargem (Almarj, o prado),
Almarjão(Almarjun, o pedregal),
Almedina (a cidade),
Almeida (a mesa),
Almeirim (Almirin, o limite),
Almoçageme (a água que corre),
Almodôvar (Almuduar, o meandro),
Almoster (Almustar, lugar de aprovisionamento),
Alpedrinha (Albadri, luarento),
Alpiarça (Albiraz, o duelo),
Alqueidão (Alhaima, a tenda),
Alte (Altaf, elegante),
Alvaiázere (Albaiaz, o falcoeiro),
Alvalade (Albalad, o campo),
Alverca (Albirka, o pântano),
Alvor (Albur, a charneca),
Alvorge (Alburj, a torre),
Anadia (delicada),
Arouca (Aruqa, a bela),
Arrábida (edifício religioso fortificado),
Arrifana (Arihana, a murta),
Arronches (Arauxan, as penhoras),
Arruda (Aruta, planta silvestre),
Asseca (o caminho recto e plano),
Atalaia (lugar alto de onde se exerce vigilância),
Aveiro (Aluarai, retirado, resguardado),
Azambuja (o zambujeiro),
Azeitão (Azeitun, a oliveira),
Azóia (Azauia, a ermida),
_
Belamandil (Banu Mandilnome de tribo), 
Bela Salema (Banu Salam, filhos da paznome de tribo), 
Belixe (garça), 
Benaciate (Ben sayyad, lugar ou filho do caçador),
Benaçoitão (Ben As-Sultan, filho do poder),
Benafin (Ben ‘Affan, filho do puro),
Benagil (Ben Ajawid, filho do generoso),
Benamor (Ben ‘Ammar, filho do devoto),
Benavente (Ben ‘Abbad, lugar do devoto),
Bencatel (Ben Qatil, filho da vítima),
Benevides (Ben ‘Abid, lugar do adorador),
Benfarras (Ben Farraj, filho da consolação),
Benfica (Ben Fiqa, filho da calmeirona ou da mulher alta),
Bensafrim (Ben Saharin, lugar dos feiticeiros),
Beringel (beringela),
Birre (Bir, poço),
Bobadela (Bu abdallah, pai do escravo de Deus),
Boliqueime (Bu Alhakim, nome próprio),
Borba (Birba, labirinto),
Bucelas (Basala, cebola),
Budens (Bu Danis, nome de tribo que governou Alcácer do Sal),
Burgau (Burqa, zona com o solo pedregoso),
Cacela (Qassila, seara), 
Cacém (Qassim, nome próprio, que significa aquele que testemunha),
Cacilhas (Hasila, lixeira),
Caneças (Kanissaigreja),
Cartaxo (Qar at-Taj, residente do Tejo),
Caxias (Kashih, inimigos),
Charneca (Xarnaqa, terreno inculto),
Chelas (Xila, arco),
Colares (Kula, pequeno lago),
Coruche (Quraichi, nome de tribo),
Cuba (cúpula),
Elvas (Ilbax, risonha),
Estoi (Ustul, esquadra), 
Estômbar (Ustuwanat, arcos),
Falacho (solo gretado),
Faro (Harun, nome próprio),
Fatela (Fath Allah, vitória de Deus),
Fátima (nome da filha do Profeta Muhammad),
Golegã (Ghalghal, entrar ou penetrar), 
Leça (Laza, ferrolho),
Loulé (Al’ulia, a elevada),
Loures (Lawr, lira),
Lousã (Lawha, ardósia),
Luz (amêndoa),
Mafamede (Muhammad, muçulmano),
Mafamude (Mahmmud, louvável),
Mafra (Mahfracova),
Magoito (Maqhut, árido),
Malhada (lugar de travessia de um rio),
Marateca (Mar’a at-Taqia, mulher devota),
Marvão (Marwan, nome próprio),
Massamá (Maa as-Sama’, água do céu),
Mesquita (Massjid, o mesmo que em português),
Messejana (prisão), 
Messines (elogioso), 
Mora (Murah, pastagem),
Moscavide (Maskbat, sementeira),
Mucifal (Mussafa, vale inundável),
Muge (Muhja, alma),
Murça (Mussa, nome do conquistador Árabe do Gharb Al-Andalus),
Nexe (Naxa, juventude),
Niza (disputa),
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Odeceixe (Ued Sayh, rio da torrente),
Odeleite (Ued Layt, rio do eloquente),
Odelouca (Ued Luqat, rio das sobras),
Odemira (Ued Amira, ou rio da princesa),
Odiáxere (Ued Arx, rio da punição),
Odivelas (Ued Ballas, rio da terracota),
Oeiras (Urwah, moitas),
Olhão (‘Ullyah,elevado),
Oura (Awra, esconderijo),
Ourén (Wahran, nome de cidade na Argélia),
Ourique (Wariq, verdejante),
Ovar (‘Ubr, curso de água),
Palmela (Bismillah, ou em nome de Deus),
Parchal (Barjal, circuito),
Penela (Ben Allah, filho de Deus),
Peniche (Ben ‘Aixa, filho de Aixa),
Quelfes (Kallaf, moço de estrebaria),
Queluz (vale da amendoeira),
Retaxo (Ritaj, entrada),
Sacavém (Xaqaban, próximo),
Safara (Saharadeserta),
Salema (Salamapaz),
Sameiro (Samar, junco),
Samouco (Samuq, alto),
Sargaçal (Xarqwasi, arbusto),
Serpa (Xarba, poção),
Sertã (Saratan, caranguejo),
Setil (Sabtil, de Ceuta),
Sever (Sabir, colina),
Sines (Sin, fortaleza),
Sor (Sur, cerca),
Tarouca (Turuq, caminhos),
Tavira (Tabira, ruína),
Tercena (Dar as-Sina, casa da industria), 
Trofa (Taraf, extremidade),
Valada (Balat, planície),
Vau (Wad, rio),
Vieira (Bayara, concha), 
Xabregas (desfazer),
Zambujal (de Zabbuj, oliveira brava),
Zavial (Zauia, azóia),
Zêzere (Za’za’a, agitação).
(ArrozAlfazema ou Alfarroba), de frutos (TâmaraRomã ou Ameixa), de profissões (AlfaiateAlmocreve ou Alfaqueque), de termos relacionados com a agricultura (EnxadaAlcatruz ou Azenha), com a actividade militar (AdagaArsenal ou Arrebate), de termos médicos (XaropeEnxaqueca ou Alcalino), de termos geográficos (AzinhagaLezíria ou Albufeira), de unidades de medida (AlqueireArroba ou Arrátel), de animais (AlcatrazLacrau ou Javali), de adereços (AlfineteAlmofada ou Alcatifa), de instrumentos musicais (AdufeAlaúde ou Rabeca), de produtos agrícolas e industriais (AzeiteÁlcool ou Alcatrão), das ciências exactas (ÁlgebraAlgarismo ou Cifra).