A Igreja de São Roque é uma igreja católica em Lisboa, dedicada a São Roque e mandada edificar no final do século XVI, com colaboração de Afonso Álvares e Bartolomeu Álvares. Pertenceu à Companhia de Jesus, sendo a sua primeira igreja em Portugal, e uma das primeiras igrejas jesuítas em todo o mundo. Foi a igreja principal da Companhia em Portugal durante mais de 200 anos, antes de os Jesuítas terem sido expulsos do país no século XVIII. A igreja de São Roque foi um dos raros edifícios em Lisboa a sobreviver ao Terramoto de 1755 relativamente incólume. Tanto a igreja como a residência auxiliar foram cedidas à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, para substituir os seus edifícios e igreja destruídos no sismo. Continua a fazer parte da Santa Casa hoje em dia.
Aquando da sua construção no século XVI, foi a primeira igreja jesuíta a ser desenhada no estilo "igreja-auditório", especificamente para pregação. Tem diversas capelas, sobretudo no estilo barroco do século XVII inicial, sendo a mais notável a de São João Baptista, do século XVIII, projecto inicial de Nicola Salvi e Luigi Vanvitelli, depois alterado com a intervenção do arquitecto-mor João Frederico Ludovice, como se pode verificar pela correspondência entre Ludovice e Vanvitelli, publicada por Sousa Viterbo e R. Vicente de Almeida em 1900. Ludovice enviou uma série de desenhos para Itália com as alterações impostas, uma vez que Vanvitelli se recusara a alterar o projecto inicial. Foi encomendada em Itália por D. João V em 1742. Chegou a Lisboa em 1747 e só ficou assente em 1749. É uma obra-prima da arte italiana, única no mundo, constituída por quadros de mosaico executados por Mattia Moretti, sobre cartões de Masucci, representando o Batismo de Cristo, o Pentecostes e a Anunciação. Suspenso da abóbada, de caixotões de jaspe moldurados de bronze, é de admirar um lampadário de excelente execução da ourivesaria italiana, enquadrado por um admirável conjunto de estátuas de mármore. Supõe-se que à época tenha sido a mais cara capela da Europa.
A fachada, simples e austera, segue os cânones impostos então pela igreja reformada. Em contraste, o interior é enriquecido por talha dourada, pinturas e azulejos e constituiu um importante museu de artes decorativas maneiristas e barrocas. Tem azulejos dos séculos XVI e XVII, assinados por Francisco de Matos.
Capela de São João Baptista
Esta capela, foi encomendada por D. João V aos arquitetos romanos Luigi Vanvitelli e Nicola Salvi, em 1740, e construída entre 1742 e 1747. A 15 de Dezembro de 1744, era sagrada pelo Papa Bento XIV, em Roma, tendo sido, posteriormente, armada para o sumo pontífice nela celebrar missa a 6 de Maio de 1747. Em Setembro desse mesmo ano, foi desmontada e transportada para Lisboa, em três naus, e assente posteriormente na Igreja de São Roque, no espaço da antiga Capela do Espírito Santo. A Capela de São João Baptista é uma obra de arte única no seu estilo, sem paralelo nem na própria Itália, pois engloba um conjunto de peças de culto de excecional qualidade artística, nomeadamente as coleções de ourivesaria e paramentaria, que se encontram parcialmente em exposição no Museu de São Roque. No seu revestimento, encontramos diversos tipos de mármores: lápis-lazúli, ágata, verde antigo, alabastro, mármore de Carrara, ametista, pórfido roxo, branco-negro de França, brecha antigo, diásporo, jalde e outros. Além do mármore foram utilizados o mosaico e o bronze dourado. O quadro central e os dois laterais, bem como o pavimento, são em mosaico, trabalho artístico de grande perfeição. O quadro central representa o "Baptismo de Cristo", e os laterais, o "Pentecostes" (do lado esquerdo) e a "Anunciação" (do lado direito). As pinturas modelo dos três quadros são da autoria de Agostino Massucci, e a execução dos mesmos, em mosaico, foi trabalho de Mattia Moretti. Enrico Enuo foi o autor do mosaico do pavimento. O arco exterior da capela é encimado pelas Armas Reais Portuguesas. As cancelas e as portas laterais, em bronze dourado, ostentam ao centro o monograma de D. João V. O assentamento da capela foi da responsabilidade de Francesco Feliziani e Paolo Riccoli, tendo sido executada a montagem final dos mosaicos "Baptismo de Cristo" e "Pentecostes", em Agosto de 1752, após a morte de D. João V, ocorrida em 31 de Julho de 1750.
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