NA HORA EM QUE TANTOS SE APROPRIAM DE IDEIAS ALHEIAS ...
Alegria café quentinho!
Nesta próxima sexta-feira, 21 de maio,
estarei a festejar o quadragésimo sexto aniversário de minha chegada à Bahia. Se
afirmar ser mais baiano que aqueles que nasceram depois de minha chegada,
espero que o leitor concorde. Desde minha residência no então muito mal afamado
centro histórico, não demorei em apresentar um projeto ao prefeito da época.
Dizem que ele gostou. Colocou numa gaveta e não se falou mais no assunto.
Nem por isso desanimei. Não cabe aqui
listar exaustivamente as empreitadas. Sim, levei o Zambiapunga de Nilo Peçanha ao
Festival dos Ritmos do Mundo em Rabat, a arte brasileira em Paris e Mônaco, a
peça de teatro “Dendê e Dengo” de Aninha Franco a Casablanca, inventei a
decoração da rua Direita de Santo Antônio para o desfile do 2 de julho etc. E
tudo isso sem ganhar um centavo! Mas a iniciativa dos concursos de carros de
cafezinho durante mais de vinte anos foi sem dúvida a que mais repercutiu na
opinião pública. Foi também a que mais encontrou respaldo na imprensa. Não
somente jornais e canais de televisão nacionais – foi estrela do Fantástico -
como internacionais. O evento correu o mundo do Uruguai ao Japão!
Nestes quarenta e seis anos, tropecei
várias vezes. Sempre levantei, muitas vezes com o apoio de ombros solidários.
Durante a caminhada, fiz e perdi amigos. De Eva Adler e Miguel Huertas a
Consuelo Novais e José Carlos Teixeira Gomes, não caberia neste espaço os nomes
de todos aqueles a quem devo, com respeito e afeto, tirar o chapéu.
Mas também tenho os outros, bem vivos e
alegres, que são como janelas ensolaradas. Uma em especial é a Maria-Helena
Pereira da Silva, arquiteta e programadora visual, que vive entre Salvador, São
Paulo e o Rio de Janeiro. Dona de CV invejável, é a grande responsável pela
concretização de meu velho sonho de publicar o livro/documentário Alegria Café
Quentinho sobre os “meus” carrinhos de café. São 120 fotos em 136 páginas com
textos em português e inglês assinados pelo pesquisador em cultura Paulo
Miguez, o museólogo Eduardo Froes e o cordelista Franklin Maxado. E uma
apresentação minha, como não podia deixar de ser.
Mas já vou avisando: não é um livro de
fotos artísticas. Algumas podem ser até deficientes, mas todas são importantes
ilustrações de uma expressão de cultura popular urbana específica de Salvador.
Nestes tempos de insana política sanitária, o lançamento será virtual e boa
parte da edição oferecida aos ambulantes de cafezinho.
O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da
Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia - Funceb
(Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria
Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.
Dimitri Ganzelevitch A Tarde, sábado 16 de maio de 2021
Bravo Dimitri, venha esse livro!!
ResponderExcluir