Governo gasta R$ 140,2 mil por mês com assassinos de Rubens Paiva e seus familiares
Os
militares foram denunciados pelo MPF (Ministério Público Federal), em 2014, e
até agora não foram julgados
06/01/2025 | 15h13
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O governo federal gasta todos os meses um total de R$ 59.448,61 mil com pagamentos de salários para dois oficiais do Exército acusados pelo assassinato e ocultação do cadáver do ex-deputado federal Rubens Paiva, em janeiro de 1971.
Além disso, a União também
paga um total de R$ 80.793,40 em pensões para oito familiares de outros três
réus apontados pelo homicídio de Paiva que morreram nos últimos anos. Os dois
valores somados chegam a um gasto mensal de R$ 140.242,01.
Os militares foram denunciados
pelo MPF (Ministério Público Federal), em 2014, mas até o momento não houve
julgamento e três deles já morreram. Os acusados são José Antonio Nogueira
Belham, Rubens Paim Sampaio, Jurandyr Ochsendorf e Souza, Jacy Ochsendorf e
Souza e Raymundo Ronaldo Campos. Os oficiais foram denunciados por homicídio
doloso qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e quadrilha armada,
conforme documento de maio de 2014.
Os dois militares acusados pelo
crime e que estão vivos são major reformado Jacy Ochsendorf e Souza e o general
reformado José Antônio Nogueira Belham. O major recebe R$ 23,4 mil e o general
R$ 35,9. Só de gratificação natalina o general recebeu, no ano passado, um
total de R$ 17,9 mil.
Os tenentes-coronel Rubens Paim
Sampaio e Jurandyr Ochsendorf e Souza, e, ainda, o general reformado Raymundo
Ronaldo Campos faleceram depois do início do processo e deixaram oito
familiares como pensionistas. O pagamento, no caso desse grupo, é previsto em
lei desde 1960, apesar de ser bastante polêmico e alvo de críticas.
A Justiça
Federal do Rio de Janeiro aceitou a denúncia na época e abriu processo contra
eles. O Tribunal Regional Federal da 2ª Região confirmou a instauração da ação
penal em setembro de 2014. Foi a primeira vez que foi instaurada no Judiciário
brasileiro uma ação penal contra militares por um homicídio ocorrido na
ditadura militar. No entanto, um recurso dos militares feito ao STF pausou o
caso logo depois e ainda aguarda julgamento, dez anos depois.
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