TODO O AZUL DA ARTE CONCEITUAL DE
YVES KLEIN
"Yves Klein (1928 -1962) foi um artista francês considerado uma figura importante da arte européia após a Segunda Guerra Mundial. Críticos da época o classificavam como neodadaísta, embora outros, mais tarde, o classificasse como um precursor “enigmático” da arte contemporânea.
De 1942 a 1946, Klein estudou na Escola Nacional da Marinha Mercante e na Escola Nacional de Línguas Orientais e iniciou a prática do judô. Nesta época começou a pintar e compôs sua primeira sinfonia monotônica em 1947.
Em 1954 começou a pintar campos monocromáticos, mas sem fixar-se em uma única cor. Ao final da década de 1950 seus trabalhos monocromáticos tornaram-se quase exclusivamente produzidos em em uma cor azul, intenso, que ele patenteou como International Klein Blue (IKB, =PB29, =CI 77007), embora a cor jamais tenha sido produzida comercialmente.
Em 1955, depois de viajar pela Itália, Reino Unido, Espanha e Japão, Klein estabeleceu-se definitivamente em Paris onde, em 1956 suas pinturas monocromáticas foram exibidas nas Galerias Colette Allendy e Iris Clert.
Em 1960, paralelamente às pinturas convencionais, Klein utilizou modelos nuas como “pincéis vivos” - cobertas com tinta azul elas se ‘imprimiam’ sobre as telas para formar a imagem. Este tipo de trabalho ele denominou de “Antropometria”.
Outras pinturas com este método de produção e com a mesma denominação, incluíram “gravações” com chuva e fogo. Em um dia chuvoso, Klein levava uma tela com tinta fresca, amarrada no capô do carro, deixando a chuva ”construir” a composição. Outras vezes o artista imprimia a silhueta das modelos, também nuas, com um líquido inflamável depois ao fogo de um maçarico "pintava" as impressões na tela.
Algumas vezes sua criação se transformou em performances - em 1960, por exemplo, uma platéia vestida a rigor observou modelos realizarem suas tarefas enquanto um grupo de músicos executavam “A Sinfonia Monotônica”, de 1949, que consistia de uma única nota.
O trabalho de Klein é considerado metafísico e filosófico, particularmente sobre a natureza do vazio e da ausência - uma zona neutra em que as pessoas são induzidas a concentrar-se em suas próprias sensações e na “realidade”, e não na “representação”.
Em um ato que tornou-se conhecido da arte de Yves Klein, ele ofereceu e coordenou a venda de espaços vazios na cidade em troca de ouro. Ele desejava que os compradores experimentassem “o Vazio” vendendo-lhes espaços vazios. De seu ponto de vista, esta experiência somente poderia ser paga com o mais puro material: o ouro. Para restabelecer a “ordem natural” que ele desequilibrou pela venda dos espaços vazios (que agora não eram mais “vazios”), jogou o ouro que recebeu no rio Sena.
Klein também é conhecido como fotografo, e utilizou a fotografia como evidência de sua capacidade de realizar uma viagem lunar sem auxílio. A fotografia da série Saut dans le vide (Salto no Vazio), que o mostra de braços abertos saltando do alto de um muro em direção da calçada, foi publicada como parte de panfleto de Klein (o artista do espaço) denunciando as expedições lunares da NASA como arrogantes e estúpidas.
Klein apresentou sua obra através de formas reconhecidas pela arte - pinturas, livro, composição musical - mas removendo o seu conteúdo, como pinturas sem imagens, livro sem palavras, musica sem composição, restando apenas a expressão artística, tal como ela é. Deste modo ele tentou criar para sua platéia uma “Zona de Sensibilidade Pictórica Imaterial”.
Ele quis que seus temas fossem representados por suas impressões: a imagem de suas ausências. Seu trabalho reporta-se intensamente a um contexto teórico e de história da arte, mas também metafísico e filosófico, e em seu trabalho ele tentou oferecer ao público a experiência de uma idéia poderia ser simultaneamente “sentida” e “entendida”.
Klein morreu em Paris de infarto do miocárdio em 1962 com 34 anos, pouco antes do nascimento de seu filho de sua amante, Roze Mary."
Tom (mal) usurpado pela (péssima) publicidade.
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