domingo, 25 de fevereiro de 2018

AIMEZ-VOUS BRAHMS?

Image may contain: 1 person  Johannes Brahms ( 1833-1897 ) natural de Hamburgo , Alemanha, assumiu o legítimo papel de sucessor de Ludwig van Beethoven ( 1770-1827 ) principalmente na Música Camerística, nos 2 Concertos p piano e orquestra, no Concerto duplo, no Concerto p violino e orquestra e em suas 4 Sinfonias, cuja Primeira foi saudada pelo grande regente Hans von Bülow como a "Décima de Beethoven". Mas Brahms não foi um epígono. A força, o calor, a grandeza, o lirismo e a ternura de sua inspiração - extremamente autênticos - foram solidificados e disciplinados pela forma clássica. Foi o maior cultor na segunda metade do século XIX dos gêneros oriundos da forma-de-sonata ( Primeira Escola de Viena ). Em uma época 90% dominada pela hegemonia mundial da Ópera, cujos nomes máximos eram Verdi na Itália e Wagner na Alemanha, junto a diversos Mestres de sucesso na França - como Bizet, Gounod, Massenet -, e o brasileiro Carlos Gomes na Itália, que estreava suas Óperas em toda a Europa, o nome de Brahms - muito respeitado e célebre - passou a ser associado ao reacionarismo neo-clássico, situando-se também à margem do Experimentalismo da Escola de Weimar , liderada por Franz Liszt ( 1811-1887 ) e com seguidores como Bedrich Smetana na Tchecoslováquia, Louis Moreau Gottschalk nos EUA e Leopoldo Miguéz no Brasil. Liszt era húngaro, mas de ascendência germânica. Brahms, arquigêrmanico por nascimento, pela maneira de ser e principalmente por sua Música, foi ao lado do genial Robert Schumann ( 1810-1856 ) o mais autêntico e principal nome do Romantismo na Alemanha. Ao seu lado, a Música de Wilhelm-Richard Wagner soa tirânica, sultânica e de uma ostentação pré-nazista, verdadeira deformação do verdadeiro e grandioso carácter alemão - cuja Cultura, Generosidade, Sensibilidade e Desenvolvimento nas Artes e na Civilização haviam naturalmente se imposto ao Ocidente e alcançado mundial admiração.



 A Música de Johannes Brahms dominava a Música Clássica instrumental na Europa, sucedido no mesmo sentido por outros grandes Gênios como Anton Bruckner ( cujas colossais sinfonias enciumavam Brahms ), Piotr Ilich Tchaikowsky, Chopin- mais concentrado na Música Pianística. Outros grandes Compositores - sem exatamente a mesma envergadura dos nomes acima citados - que a exemplo de Brahms cultivaram os gêneros da Escola de Viena foram: o francês Charles-Camille Saint-Saens, o belga César Franck - mais formal - e o tcheco Antonin Dvórak - mais livre e rapsódico no tratamento dos gêneros clássicos - Sinfonia, Sonata e Musica de Câmara. Os brasileiros Alexandre Levy e Henrique Oswald - Mestres de nível internacional devem ser igualmente colocados nesta nobre linhagem . Em suma: Brahms foi o maior e mais importante guardião e continuador das aquisicões da Primeira Escola de Viena - Haydn, Mozart e Beethoven na segunda metade do século XIX. E deve - a meu ver - ser colocado na linha de sucessão desses Sumos Mestres da Música Clássica.

LUIS ROBERTO TRENCH
Crítico e Musicólogo.
Chanceler da Ordem do Mérito Cultural Carlos Gomes do Brasil.
Membro de Honra da Franz Liszt Fondation da França.
Membro da International Society for Contemporary Music de Londres.
Imortal da Academia Internacional de Música.

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