terça-feira, 11 de dezembro de 2018

O LUXO DO SÉCULO XXI

“O luxo do século XXI vai ser o interior de Portugal”



O turismo tem sido decisivo para travar o avanço da desertificação, atraindo visitantes, mão de obra qualificada e moradores a territórios de baixa densidade, diz o presidente da Turismo Centro, para quem o interior de Portugal vai ser o luxo do século XXI

 o  Turismo está "a cumprir bem" o seu papel no combate ao despovoamento, disse esta segunda-feira o presidente da Turismo Centro, Pedro Machado, que vaticina que "o luxo do século XXI vai ser o Interior de Portugal".
O líder da Entidade Regional que agrupa cem municípios do Centro do país, muitos deles situados em territórios de baixa densidade, considera que o Interior tem valores exclusivos que asseguram o seu futuro como destino turístico de exceção, capaz de atrair visitantes de todo o mundo.
"A melhor parte do melhor destino do mundo é o Interior do país", garante Pedro Machado, numa referência ao facto de Portugal ter sido escolhido esta semana, pelo segundo ano consecutivo, como o "melhor destino turístico do mundo", de acordo com os prémios World Travel Awards.
Em 2017, o país bateu mesmo o recorde de visitantes, acolhendo mais de 24 milhões de turistas e crescendo cerca de 12% ao ano. Para esta proeza contribuiu de sobremaneira a região Centro, que apresenta níveis de crescimento superiores à média nacional.
Pedro Machado considera que o Interior do país, em especial a zona Centro, é um produto turístico valioso e com muito futuro, uma vez que está longe de esgotar o vasto leque da sua oferta. E nem mesmo os incêndios de 2017, que devastaram a região deixando um rasto de destruição e morte, e a tempestade tropical Leslie, que provocou milhões de euros de prejuízos, ensombram o potencial de crescimento do Interior.
O responsável da Turismo Centro garante que o setor do Turismo tem sido decisivo para travar o avanço da desertificação, atraindo visitantes, mão-de-obra qualificada e moradores a territórios de baixa densidade, que enfrentam problemas difíceis relacionados com o envelhecimento das populações.
Nos últimos anos, implantaram-se em algumas zonas do interior centro do país grandes unidades hoteleiras, os designados "Hotéis Destino", baseados em modelos de negócios muito competitivos, e que, em alguns casos, têm tanta ou mais notoriedade nos mercados do que a própria região.
É o caso do Hotel H2O, situado na vila de Unhais da Serra, na base da vertente sudoeste da Serra da Estrela, num vale glaciar e a uma altitude de 750 metros. A unidade hoteleira veio trazer nova vida e animação à pequena vila de 1.300 habitantes, atraindo turistas, sobretudo estrangeiros, e atraindo e qualificando mão-de-obra.
Outro bom exemplo de uma unidade cuja abertura e funcionamento teve um impacto significativo é o das Casas do Côro, na aldeia histórica de Marialva, Mêda, distrito da Guarda. Esta unidade hoteleira não só recolocou Marialva no mapa turístico, trazendo visitantes e animação, como também formou ao longo de 15 anos dezenas de pessoas.
Outro fator decisivo no combate ao despovoamento tem sido as dezenas de empresas de animação turística nascidas nos últimos anos no Centro do país.
Lideradas quase sempre por gente jovem, que se instalou no Interior, estas empresas dedicam-se ao chamado turismo ativo e desportivo. As suas atividades passam pelo cicloturismo, pedestrianismo, marcha de montanha, 'rafting' e até corridas de carrinhos de rolamentos, como é o caso de uma empresa que se fixou na aldeia de xisto do Mosteiro, em Pedrógão Grande.
"Os melhores percursos para este tipo de atividades estão no Interior do Centro do país", garante Pedro Machado, que destaca a capacidade de atração que estas empresas exercem sobre jovens urbanos. "São novas empresas, com novos modelos de negócio, alavancadas por gente jovem", refere Machado.
O líder da Turismo Centro destaca ainda a contínua "estruturação de novos produtos turísticos" no interior do Centro do país. É o caso do turismo religioso de raiz judaica, em Tomar, Belmonte, Trancoso e outras zonas da serra da Estrela, que atrai gente de todo o mundo interessada a conhecer as sinagogas dos chamados judeus marranos, e a prática de atividades que tiveram de ser escondidas durante séculos.
Em Belmonte, por exemplo, já existem unidades hoteleiras "kosher", que respeitam as práticas judaicas no que respeita a alimentação e alojamento.
Há diversos nichos de mercado com novos produtos, garante Machado, lembrando o sucesso dos Museu dos Judeus e do vizinho Museu das Descobertas, em Belmonte, terra de nascimento do navegador Pedro Álvares Cabral, descobridor do Brasil.
"O Turismo está a cumprir no Centro o seu papel no combate à desertificação e às assimetrias. Com atitude, novos produtos, novos mercados, apostando na qualidade do serviço e na competitividade dos produtos diferenciados", resume o presidente da Turismo Centro.

COMENTÁRIO DO BLOGUEIRO
Na Bahia, temos a possibilidade de fomentar algo parecido com nossa belíssima Chapada Diamantina. Isto é, desde que prefeituras e governo não resolvam investir pesado em "melhoramentos" que geralmente só visam melhorar a conta bancária de um punhado de espertalhões.



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