NÃO BASTA DERROTAR O EX-CAPITÃO EM 2022. É PRECISO DESBOLSONARIZAR O BRASIL
A sociedade precisa civilizar-se política, moral e culturalmente
O bolsonarismo não é um fascismo ou um nazismo estruturado, ideologicamente desenvolvido e coerente. Ao contrário, é uma mistura de ideias confusas, um fascismo tosco, ignorante, intelectualmente embrutecido, que beira a miséria cultural. Essa pobreza ideológica se espelha também na incompetência gerencial e governamental que se manifesta no desgoverno de Bolsonaro.
O bolsonarismo é um fascismo mais de arroubos do que de ação, mais de fanfarronices do que de ousadia criminosa, mais de charlatanismo do que de concepções estruturadas acerca do Estado, da sociedade e do poder. Mas não é menos perigoso: milhares de mortes pela Covid-19 devem ser debitadas à ação criminosa do governo na pandemia.
O que espanta são duas coisas. Primeira: como essa formação política tão grotesca conseguiu pontificar por dois anos e meio, semeando o medo, impondo-se por intimidações, acantonando as oposições e mortificando a sociedade? A explicação sintética é uma só, a política brasileira é dominada por um caráter covarde, que se refugia no medo ao primeiro grito, ao primeiro estampido de festim. Eis a fragilidade da democracia. Muitos políticos agora surgem como valentões. Mas eles só surgiram quando a CPI do Senado e o STF, por meio do ministro Alexandre de Moraes, mostraram que o bolsonarismo é uma horda de fascistoides confusos, com vontade de dar um golpe, de praticar a violência, de matar e de se perpetuar no poder, mas sem capacidade e coragem de fazer qualquer coisa. Bolsonaro move-se menos por ideologia e mais por um projeto pessoal de poder, dele, da família e de amigos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário