sexta-feira, 27 de junho de 2025

MUITA CARA DE PAU!

 

Antonio Fagundes é processado por casal que chegou atrasado em peça e justifica regra: 'Não é um fator isolado'

Produção barrou atrasados e caso repercutiu nas redes sociais

Por , GQ Brasil — São Paulo


Em abril, a equipe de Antonio Fagundes se deparou com uma surpresa: um casal o havia processado na Justiça por danos morais e materiais. O motivo? Um atraso. Os dois chegaram fora do horário e foram barrados ao tentar entrar após o início da peça Dois de Nós, no teatro Tuca, em São Paulo. A ação pede R$ 20 mil por não terem tido acesso à peça mesmo com o ingresso em mãos.

A prática não é incomum no teatro brasileiro e no mundo, mas gerou estranhamento nas redes sociais. Muitos clamaram por minutos de tolerância. Outros culparam o trânsito e o clima como condições possíveis para não cumprir o horário. Uma outra parcela elaborou o raciocínio: quem não quer se atrasar, que saia mais cedo.

Mas um dos atores mais conhecidos do país tem uma justificativa para lidar com todas essas questões. À GQ Brasil, ele explica que o raciocínio é justamente o contrário: barrar atrasados é uma forma de oferecer o melhor espetáculo para a plateia que o aguarda nas poltronas.

“O respeito à pontualidade não é um fator isolado no nosso processo de comunicação com a plateia. Antes disso, escolhemos o melhor texto; o melhor elenco; cenários; figurinos; a melhor luz; a música mais emocionante; escolhemos o teatro mais confortável; abrimos visitas aos bastidores, e sempre que possível um bate-papo com a plateia após os espetáculos”, diz. Ou seja: toda a equipe se organizou previamente para cumprir o combinado.

"Ninguém quer alguém atrapalhando"

A ação contra Fagundes se baseia nos direitos do consumidor. Segundo o Procon, porém, qualquer espetáculo pode fazer o mesmo, caso uma das partes descumpra essa espécie de firmado na compra dos ingressos. Um atrasado pode comprometer a experiência dos demais consumidores e dos realizadores e, aí sim, ferir o direito do consumidor alheio e atrapalhar os atores em cena.

“Depois de todo esse carinho [da produção], é claro que não queremos ninguém atrasado passando na sua frente, atrapalhando, te impedindo de usufruir desse prazer como você merece. Aí sim: é por isso que não permitimos que ninguém entre com o espetáculo em andamento e começamos nossos espetáculos rigorosamente no horário marcado”, justifica o ator.

Na ocasião, um assistente da produção afirmou que “um segundo depois” do início da peça era considerado atraso, por determinação do próprio Fagundes. Além dos R$ 20 mil por danos morais, eles cobraram ainda mais R$ 500 pelo preço pago por uma corrida por aplicativo. O processo ainda tramita na Justiça.


Antônio Fagundes: peça "Dois de nós" com Christiane Torloni; atraso causou ação na Justiça — Foto: Divulgação


COMENTÁRIO DO BLOGUEIRO.- Lembro quando o Teatro Castro Alves, em Salvador, resolveu adotar o horário rígido, com entreada proibida após o inicio do evento, teve muita gente se achando ofendida.                                                                 Um coronel ameaçou a administração inteira.                               Mas, a partir de aquela dia, quem chegou no horário mcerto não foi mais incomodado pelos atrasados.

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