segunda-feira, 30 de junho de 2025

NINGUÉM OS CHAMOU

 

Pode ser uma imagem de 1 pessoa, rinocerontes e elefante

Ninguém os chamou.

Ninguém lhes disse uma palavra.
Mas eles vieram.
No dia em que Lawrence Anthony, conhecido como O Sussurrador de Elefantes, faleceu em 2012, algo extraordinário e comovente aconteceu no coração da África do Sul. Das profundezas da selva, uma manada de elefantes selvagens — os mesmos que ele um dia salvou da morte — começou a marchar em silêncio, passo a passo, rumo a Thula Thula, a reserva que ele criou com o coração.
Eles não vieram por acaso.
Vieram para se despedir.
Chegaram como quem entende a linguagem do luto.
Cercaram a casa onde ele morava.
Ficaram ali… dois dias inteiros em silêncio, como guardiões do adeus.
Lawrence não era adestrador, nem domador.
Era apenas um homem com coragem, sensibilidade e um amor tão profundo pela vida selvagem, que foi capaz de ganhar a confiança de um rebanho considerado rebelde e perigoso.
Especialmente de Nana, a matriarca — que viu nele não um inimigo, mas um irmão.
E os elefantes nunca esqueceram.
Ano após ano, no aniversário de sua morte, eles voltaram.
Sempre em silêncio. Sempre em respeito.
Como se soubessem. Como se dissessem: “Ainda estamos aqui. Ainda lembramos.”
Coincidência?
Instinto?
Ou algo maior — um laço invisível e eterno entre almas que se reconheceram?
O legado de Lawrence Anthony vai além da proteção da natureza.
Ele é a prova viva de que o amor verdadeiro não fala — sente.
Que o respeito profundo não se exige — conquista.
E que até os gigantes da terra sabem retribuir quando são vistos, protegidos e amados.
Em memória de Lawrence Anthony (1950–2012)
Guardião da vida selvagem.
Amigo de gigantes.
Eternamente sussurrado nas pegadas dos elefantes.

domingo, 29 de junho de 2025

MEU FILHO MARCOS

 


👦🏼 Meu filho Marcos nunca vai se casar.
Não terá filhos.
Ele não vai conduzir um carro.
Nem muitas das coisas que nós tomamos como garantidas.
Mas ele está feliz.
E é saudável.
E isso... para mim, é tudo o que importa.
Quando alguém responde com um sorriso, ilumina o meu dia.
Quando uma garota lhe dá um olhar gentil, a alegria não se desenha apenas no seu rosto... está transbordando pelo corpo inteiro.
Porque não é preciso muito para ser profundamente humano.
Só um pouco de bondade.
Só um pouco de empatia.
🧡 Quero te contar uma história.
Durante uma festa em uma escola para crianças com necessidades especiais, um pai subiu ao palco e fez um discurso que deixou todo mundo em silêncio.
—Meu filho Marcos — disse ele — não aprende como os outros.
Você não entende como eles.
E às vezes eu me pergunto... Onde está a ordem natural das coisas no seu caso?
Houve silêncio.
Então o pai respirou fundo... e acrescentou:
—Quando nasce uma criança como Marcos, o mundo recebe uma rara oportunidade: a oportunidade de mostrar sua verdadeira humanidade.
E compartilhou algo que nunca esqueceria:
—Um dia andávamos perto de um campo onde uns garotos jogavam futebol.
Marcos olhou para mim e disse:
-Pai... Achas que eles me deixam brincar com eles?
O pai sabia que provavelmente não.
Mas também sabia que, se o aceitassem, esse simples gesto daria ao seu filho algo valioso: dignidade.
Ele abordou um dos garotos, sem muita esperança...
E o garoto, depois de olhar para seus amigos, respondeu:
- Estamos perdendo 3-0. Faltam dez minutos...
Claro que sim. Traga-o para cá. Vamos deixá-lo bater um pênalti.
Marcos vestiu a camisa com um sorriso gigante.
Sentou-se no banco... E durante o resto do jogo, ele foi o garoto mais feliz do mundo.
E então, no último minuto...
Houve pênalti.
O mesmo rapaz aproximou-se do pai, fez um sinal e disse:
- É a sua vez.
Marcos andou em direção ao arco.
O guarda-redes entendeu logo: se puxou suavemente para o lado.
E a bola do Marcos...
entrou.
⚽ Gol.!!!
Mas não um qualquer.
O gol que mudou uma vida.
Os meninos levantaram-no nos ombros.
Abraçaram-no.
Gritaram como se tivesse acabado de marcar o gol da final do Mundial.
O pai fechou com a voz quebrada:
— Nesse dia, um grupo de caras não escolheu ganhar um jogo.
Eles escolheram fazer história.
E o seu filho...
foi um herói por um dia.
Marcos morreu nesse inverno.
Mas ele nunca esqueceu seu gol.
E sua mãe nunca esqueceu da noite em que ele voltou para sua casa...
e ela abraçou-o, chorando de alegria, enquanto lhe contava o momento mais lindo da sua curta vida.
🌍 Às vezes compartilhamos memes, piadas e vídeos vazios sem pensar duas vezes.
Mas quando chega uma história que nos lembra o que é importante, nós duvidamos...
Para quem a mando? Quem vai entender?
Se você está lendo isso... é porque alguém acredita que você pode ser esse elo.
Aquela ponte.
Aquela faísca de humanidade que o mundo tanto precisa.
Porque como alguém disse:
“Uma sociedade é medida pela forma como trata seus membros mais vulneráveis. ”

sábado, 28 de junho de 2025

PUTTIN ON THE RITZ

DANSE, JOSIE, DANSE!

RUMI

KOPOLO

JE ME SUIS FAIT TOUT PETIT

LA BOHÊME

CHILDREN

ME ASSUSTEI...

Pode ser uma imagem de 1 pessoa

Neilton Dórea

 ...me assustei !!! Indo a um bairro, periférico e antigo , de Salvador, me esbarrei com este conjunto habitacional , tão comum nestas localizações. Sempre com o urbanismo distante de algo digno, humano , racional e propositivo. Sempre unidades habitacionais sem serviços e comércio , que surgem desordenados por necessidades, sem nenhuma relação com algo planejado para tornar o habitar confortável e prático , assim como a mobilidade é precária , insegura e improvisada. Todavia estranhei um detalhe inusitado e nada usual, mas extremamente útil , básico e necessário no nosso clima nordestino. Esta fachada é poente, e tem uma esquadria não totalmente como deveria ser , todavia não é só o perfil e o vidro. Tem algo similar a uma veneziana, não consegui identificar se tinha ventilação ou não , mas pelo menos barra a entrada do sol, aliviando , um pouco o calor. Não totalmente , por transferir parte deste para dentro com o aquecimento do material . Todavia , melhor que totalmente de vidro . E é algo que ao circular por Salvador, cada vez mais temos uma Arquitetura distante da necessária , que até a década de 70 do século passado era quase constante: A preocupação com conforto térmico . O que houve ? O que mudou ? Parece me que foram , com certeza , os Arquitetos, ao se distanciarem do compromisso de produzir uma arquitetura raiz , todavia com toda a percepção de tecnologia , de materialidade e de uma plasticidade comprometida com nossa época , ou copiamos o inadequado em tudo ,ou ficamos nos repetitivos modelos de sempre e , ainda , distantes das necessárias conectividades e soluções tecnológicas nos diversos momentos, até nos modelos que atendem as faixas econômicas mais privilegiadas. Enfim , ainda num tal Moderno sem critério, ou algo que possa ser até discutido ou qualificado , com raríssimas exceções ...mas , que tem , tem sim !

sexta-feira, 27 de junho de 2025

MUITA CARA DE PAU!

 

Antonio Fagundes é processado por casal que chegou atrasado em peça e justifica regra: 'Não é um fator isolado'

Produção barrou atrasados e caso repercutiu nas redes sociais

Por , GQ Brasil — São Paulo


Em abril, a equipe de Antonio Fagundes se deparou com uma surpresa: um casal o havia processado na Justiça por danos morais e materiais. O motivo? Um atraso. Os dois chegaram fora do horário e foram barrados ao tentar entrar após o início da peça Dois de Nós, no teatro Tuca, em São Paulo. A ação pede R$ 20 mil por não terem tido acesso à peça mesmo com o ingresso em mãos.

A prática não é incomum no teatro brasileiro e no mundo, mas gerou estranhamento nas redes sociais. Muitos clamaram por minutos de tolerância. Outros culparam o trânsito e o clima como condições possíveis para não cumprir o horário. Uma outra parcela elaborou o raciocínio: quem não quer se atrasar, que saia mais cedo.

Mas um dos atores mais conhecidos do país tem uma justificativa para lidar com todas essas questões. À GQ Brasil, ele explica que o raciocínio é justamente o contrário: barrar atrasados é uma forma de oferecer o melhor espetáculo para a plateia que o aguarda nas poltronas.

“O respeito à pontualidade não é um fator isolado no nosso processo de comunicação com a plateia. Antes disso, escolhemos o melhor texto; o melhor elenco; cenários; figurinos; a melhor luz; a música mais emocionante; escolhemos o teatro mais confortável; abrimos visitas aos bastidores, e sempre que possível um bate-papo com a plateia após os espetáculos”, diz. Ou seja: toda a equipe se organizou previamente para cumprir o combinado.

"Ninguém quer alguém atrapalhando"

A ação contra Fagundes se baseia nos direitos do consumidor. Segundo o Procon, porém, qualquer espetáculo pode fazer o mesmo, caso uma das partes descumpra essa espécie de firmado na compra dos ingressos. Um atrasado pode comprometer a experiência dos demais consumidores e dos realizadores e, aí sim, ferir o direito do consumidor alheio e atrapalhar os atores em cena.

“Depois de todo esse carinho [da produção], é claro que não queremos ninguém atrasado passando na sua frente, atrapalhando, te impedindo de usufruir desse prazer como você merece. Aí sim: é por isso que não permitimos que ninguém entre com o espetáculo em andamento e começamos nossos espetáculos rigorosamente no horário marcado”, justifica o ator.

Na ocasião, um assistente da produção afirmou que “um segundo depois” do início da peça era considerado atraso, por determinação do próprio Fagundes. Além dos R$ 20 mil por danos morais, eles cobraram ainda mais R$ 500 pelo preço pago por uma corrida por aplicativo. O processo ainda tramita na Justiça.


Antônio Fagundes: peça "Dois de nós" com Christiane Torloni; atraso causou ação na Justiça — Foto: Divulgação


COMENTÁRIO DO BLOGUEIRO.- Lembro quando o Teatro Castro Alves, em Salvador, resolveu adotar o horário rígido, com entreada proibida após o inicio do evento, teve muita gente se achando ofendida.                                                                 Um coronel ameaçou a administração inteira.                               Mas, a partir de aquela dia, quem chegou no horário mcerto não foi mais incomodado pelos atrasados.

AÍ DE TI, BAIA...

 Aí de ti Baía de Todos os Santos e Orixás!

Paulo Ormindo de Azevedo

Delfim Neto dizia que há projetos que é melhor se pagar para não se fazer do que realizar. É o caso da ponte São Joaquim-Mau Despacho que nasceu de um palpite de uma ex-primeira dama. Seu orçamento já duplicou e com as obras complementares, como acessos, viadutos, túneis e o alargamento da Ponte do Funil, pode chegar a R$30 bilhões. Recentemente o Governador esteve na China para agilizar essa novela e deu uma entrevista:
“Ao A TARDE, o governador detalhou as demandas dos chineses. Os representantes do consórcio pediram, entre outras coisas, garantias acerca de um possível aumento do custo das obras devido à maleabilidade do solo da Baía de Todos-os-Santos; agilidade na liberação de vistos para os trabalhadores chineses no Brasil e apoio para a liberação de novos financiamentos” (06/06/2025). Ou seja, não se sabe quanto vai custar nem como vai ser financiado esse projeto dos anos 1970, pois não entrou no PAC do Governo Federal nem na Nova Rota da Seda dos chineses.
PPP é aquela modalidade de pegadinha que um governo paga o sinal de uma obra e deixa para seus sucessores o principal, como vimos na Fonte Nova, quando perdermos um parque olímpico e pagamos R$165 milhões anuais durante uma vida. Habilmente os chineses reduziram a altura livre do vão principal da ponte o que inviabiliza a passagem de grandes navios e a produção nacional de plataformas de petróleo, que eles são os maiores produtores do mundo.
Ganham os chineses, perde o Estado da Bahia, um dos mais emperrados da federação, que terá que pagar durante 30 anos renováveis o pedágio pleno dessa ponte de igual gabarito da Rio-Niterói, por onde passam 140 mil veículos/dia. Perde a RMS que terá a Via Expressa, a Av. Paralela e a Estrada do Coco enfartadas. Com a duplicação da área pobre de influência de Salvador, seus serviços de saúde, educação, habitação e lazer, já precários, ficarão mais congestionados.
Perde a Ilha, que será transformada num favelão como São Gonçalo, município vizinho a Niterói, terminal de jamantas e bitrens que não podem entrar na cidade. Perde a banda leste da BTS marginalizada, com os portos de Aratu, Temadre, Estação de Gaseificação, os centros industriais do Cia, a Refinaria de Mataripe, o Estaleiro da Enseada e as cidades históricas do Recôncavo. Perde as comunidades de pescadores, marisqueiras e de candomblé que não podem chegar às praias com uma via expressa veloz que corta a ilha no meio.
Perde o comércio e os serviços de Nazaré, Santo Antônio de Jesus, Valença e Feira de Santana, com a concorrência dos atacadões, escolas e clínicas de Salvador. Perde uma das mais belas baías do mundo com uma brida (bridge) torta em sua boca. Quão mais lógica, produtiva e prazerosa seria a Envolvente da BTS que essa ponte que macaqueia o ferry-boat da década de 1970 e não funciona!
SSA: A Tarde, 22/06/2025