MOONLIGHT, uma forma inteligente de abordar o bullyng
DIOGO BERNI
Filme vencedor do OSCAR
Moonlight – Sob A Luz Do Luar, de Barry Jenkins, EUA, 2017. Imagina ser uma criança negra, morar em um subúrbio barra pesada e a inda por cima sofrer bullying por ser homossexual, sendo que seus amigos sabem, e por isso o sacaneiam, e ele nem imaginara suas questões genéticas diferentes. Esta é a trama inicial do filme vencedor do Oscar 2017, e com méritos.
A sacada da narrativa é a esperteza em colocar dois tempos encontrando-se pela rua. Ou seja: temos uma criança que não entende nada o que se passa ao seu redor, e um adulto que já passara por tudo que aquele garoto está passando e por isso começa a aconselhá-lo, mesmo este sendo traficante que vende crack a sua mãe. O atrito está estabelecido na curva obrigatória “tensionística” do roteiro: um amigo que faz bem ao garoto, mas faz mal a sua mãe e por consequência faz mal e ele também, isto é, o cara faz bem e mal para o garoto.
O problema ou a solução é que o garoto percebe que pode confiar mais em seu amigo traficante do que na sua mãe viciada e solteira. A trama se desenrola com o passar dos anos e por consequência destinos se cruzam ou se repetem, como queiram. Uma obra fílmica que de fato merecia o Oscar por tratar o tema da homossexualidade com maestria: sem pleonasmos ou preconceitos; como ele tem de ser tratado, como uma diferença hormonística em que a pessoa nasce já pré-disposta a ser homo ou heterossexual.
Além disso o filma nos mostra as ambiguidades sociais do país mais rico do mundo, neste caso, numa Chicago dos anos 1990 onde o crack florescia como a nova droga, e melhor, aliás pior: baratíssima, onde qualquer desabrigado podia obtê-la. O diretor consegue brincar com o roteiro e seus "tempos", de forma que seria uma baita de uma injustiça se o filme não fosse premiado como melhor no inicio do ano no Oscar.
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