terça-feira, 31 de julho de 2018

LA JOTA



jota é uma dança espanhola praticada numa grande parte do território de Espanha, embora por vezes se associe especificamente a Aragão. Apresenta várias variações regionais, sendo provavelmente as jotas mais conhecidas e populares, além das de Aragão, são as de ValênciaNavarraRioja, a "montanhesa" da CantábriaAstúriasGalizaCastelaEstremadura, Alta Andaluzia e Múrcia.
Entendida como uma representação cénica, a jota é cantada e bailada acompanhada de castanholas e é comum que os intérpretes se apresentem com trajes regionais. Em Valência, antigamente bailava-se a jota nas cerimónias e enterros. Também se bailava — e ainda baila — na Catalunha, especialmente na zona das Terras do Ebro (AmpostaTortosa, etc.). Nas Canárias, as jotas e rondallas com características peculiares eram a parte mais destacada do folclore, embora atualmente estejam em declínio devido à proteção de outros estilos mais autóctones. Não obstante, nessas ilhas existe a isa, um tipo musical que deriva da jota. Nas Filipinas, os religiosos espanhóis transmitiram a jota aos tagalos, que a interpretam em rondallas acompanhada de instrumentos nativos.

ADIVINHEM QUEM VAI PAGAR A CONTA!

Bahia Notícias


A expressão “pense num absurdo, na Bahia tem precedente”, ao que tudo indica, não foi cravada à toa por Otávio Mangabeira. No dia 25 de janeiro deste ano, a então presidente do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), desembargadora Maria do Socorro, inaugurou o novo fórum da Comarca de Itaparica, mas localizado no distrito judicial de Vera Cruz. Na época, Maria do Socorro afirmou que “seja em Vera Cruz ou Itaparica, a nós interessa oferecer uma prestação jurisdicional de qualidade aos cidadãos”. A desembargadora ainda completou que “a Comarca de Itaparica continua, não há mudança”. “Apenas o Fórum, por razões logísticas, sobretudo calcadas na população maior, vem para Vera Cruz”, explicou Socorro. Mas há sinalização que a mudança do fórum da Estrada do Porto do Santo, em Bom Despacho (Itaparica), para a Estrada da Gamboa, em Mar Grande (Vera Cruz), não era de conhecimento dos demais desembargadores. Ao menos, os problemas que isso poderia acarretar. E agora os membros da Corte baiana precisaram decidir o que fazer com o imóvel.

A "descoberta" do problema pelo pleno ocorreu a partir de um questionamento do diretor da unidade: a unidade deve ou não abrir nesta terça-feira (31), feriado em Vera Cruz. O fórum, de acordo com a Lei de Organização do Judiciário (LOJ), pertence à Comarca de Itaparica, portanto não deveria seguir o calendário de feriados de Vera Cruz. 

O responsável pela unidade, contudo, pediu ao presidente do TJ que fossem considerados apenas os feriados da cidade em que o prédio fica localizado. Na discussão no pleno do TJ-BA, realizada na última quarta-feira (25), os desembargadores manifestaram perplexidade com o fato e o desconhecimento do caso. A desembargadora Telma Britto, ex-presidente do TJ, destacou que o fórum deve ser construído na sede da Comarca. O atual presidente Gesivaldo Britto apresentou uma solução: mudar o nome da comarca, pela via legislativa, para comarca de Vera Cruz e não mais Itaparica. Telma se insurgiu: “Em nenhuma hipótese. A comarca é antiguíssima, como é que vai mudar pura e simplesmente sem nada?”, questionou completando que, se construíram o fórum no lugar errado, que “arquem com os ônus”. “Feriado de Vera Cruz é de Vera Cruz. O fórum não funciona lá. Não pode funcionar. Tem que funcionar em Itaparica, que é sede da comarca, é pela lei”, reforçou. Diante do problema, Gesivaldo questionou: “Mudaram o fórum para o distrito de Vera Cruz, e agora?”. Telma reforçou: “Está errado. Dois erros não fazem um acerto. Fizeram sem ouvir o pleno, fizeram sem respeitar a LOJ. Então está errado. A comarca é Itaparica, a sede, pela LOJ, é Itaparica. Tem que funcionar em Itaparica. Não tem como, excelência”.

Para ela, é possível suspender os prazos e o expediente provisoriamente até resolver o problema. O desembargador José Edivaldo Rocha Rotondano defendeu que o fórum deveria abrir normalmente. A desembargadora Rosita Falcão questionou se não há em Itaparica um imóvel adequado para receber o fórum. Gesivaldo respondeu que tem, mas voltou a explicar que o fórum foi mudado para Vera Cruz. “Tem que desmudar”, disse Rosita. “Como é que desmuda?”, retrucou Gesivaldo. “Desfazendo”, respondeu Rosita. “Vai perder o imóvel?” questionou novamente Gesivaldo. “Não, dê destino para um juizado, para qualquer outra coisa”, sugeriu Rosita. “O fórum é novo, foi inaugurado em janeiro”, disse Gesivado. “Foi um erro, excelência”, exclamou a desembargadora.

O presidente do TJ disse que, inicialmente, o pedido do juiz para suspender o expediente foi negado, mas mandou sustar a decisão para consultar o pleno. Para o desembargador Nilson Castelo Branco, a mudança de sede de comarca só poderia ocorrer em situação excepcional, como “guerra, dilúvio ou ataque”. Gesivaldo classificou a situação como “esdrúxula”, mas sempre perguntava o que deveria ser feito. Rotondano, de forma sintética, disse que se o feriado é em Vera Cruz e a comarca é de Itaparica, o fórum deveria abrir normalmente. Gesivaldo contextualizou a situação. Informou que, com o feriado, o fórum não tem condições de funcionar por conta da festa. Ainda lembrou que o prédio de Itaparica, onde funcionava o fórum, está fechado. “Meu Deus do céu. E o pleno não sabia disso?”, reclamou Telma.

A desembargadora Maria da Purificação foi mais prática: “Temos que ver a realidade. O local não vai funcionar. Como apenas o fórum vai funcionar?” Gesivaldo, fez outra pergunta: “E quando [o feriado] for em Itaparica?” Telma sintetizou a solução: “Que se suspenda o expediente não pelo feriado, mas pela impossibilidade de abrir. E o tribunal tome providência para retornar a sede da comarca para aquela prevista em lei, que é Itaparica”. Foi neste momento que Gesivaldo perguntou qual deveria ser o destino do fórum recém-inaugurado: “O que vamos fazer com o fórum que foi construído em Vera Cruz? Esse imóvel pode ser vendido pelo tribunal com aval do Executivo”, pontuou, questionando se o tribunal o autoriza a vender o prédio. A solução em longo prazo poderá ser estudada por uma comissão. “Eu vou mandar fechar o fórum no dia 31 para suspender o expediente e prazos”, disse Gesivaldo. “E manda consertar o fórum de Itaparica para passar tudo para lá de novo? Como é que faz um negócio desses?”, reclamou Telma. Em caráter emergencial, ficou definido que o fórum de Vera Cruz não funcionará nesta terça. "Vou ver se consigo uma varinha mágica pra transferir o fórum de Vera Cruz para Itaparica", brincou Gesivaldo.

MORRE O FUNDADOR DO PT

Bahia Notícias

Morre Hélio Bicudo, fundador do PT e autor do pedido de impeachment de Dilma


Morre Hélio Bicudo, fundador do PT e autor do pedido de impeachment de Dilma

O advogado Hélio Bicudo, fundador do PT e um dos autores do pedido de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff, morreu nesta terça-feira (31), aos 96 anos. 

De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, a saúde do advogado era frágil desde 2010, quando sofreu um AVC. Piorou em março deste ano, quando morreu sua mulher, Déa Pereira Wilken Bicudo, após 71 anos de casamento. Ele deixa sete filhos, netos e bisnetos.

Ativista dos direitos humanos, Bicudo ganhou notoriedade nacional ao condenar integrantes do Esquadrão da Morte, organização paramilitar dos anos 1970.

Na vida política, o advogado também foi deputado federal de São Paulo por dois mandatos consecutivos, de 1991 a 1999 e vice-prefeito de São Paulo, na gestão de Marta Suplicy.

O ATAQUE AO BONFIM!

COM JOÃO HENRIQUE A GENTE ERA FELIZ
E NÃO SABIA!

Resultado de imagem para fotos do bonfim salvador

ESTRANHA FORMA DE VIDA



AMÁLIA RODRIGUES


Foi por vontade de Deus
que eu vivo nesta ansiedade.
Que todos os ais são meus,
Que é toda minha a saudade.
Foi por vontade de Deus.

Que estranha forma de vida
tem este meu coração:
vive de forma perdida;
Quem lhe daria o condão?
Que estranha forma de vida.

Coração independente,
coração que não comando:
vive perdido entre a gente,
teimosamente sangrando,
coração independente.

Eu não te acompanho mais:
para, deixa de bater.
Se não sabes aonde vais,
porque teimas em correr,
eu não te acompanho mais.





CAETANO VELOSO


CARLOS DO CARMO E MARIZA



O ELÉTRICO É NOSSO!



Residentes da Sé e do Castelo pedem medidas concretas para que eléctrico 28 não seja apenas um “entretenimento turístico”

ACTUALIDADE
Samuel Alemão
Texto

MOBILIDADE

Santa Maria Maior
31 Julho, 2018

Nada têm contra os turistas, garantem, mas pedem acções urgentes para que o eléctrico 28 não seja por eles tomado quase em exclusivo. Tem de haver lugar para todos, residentes e visitantes da cidade, mas em condições, para que a icónica linha continue a ser vista como um transporte público e não apenas como um “entretenimento turístico”. Um grupo de residentes da zonas da Sé, Castelo e Rua da Madalena lançou, por isso, uma petição apelando tanto à Carris, como à câmara e à assembleia municipal de Lisboa, para que tomem medidas “para um eléctrico 28 mais digno e mais fiável, servindo melhor residentes e visitantes”.

Entre elas conta-se o aumento do número das unidades em circulação, a entrada ao serviço de mini-autocarros que, de forma alternada, possam complementar a oferta dos eléctricos ou ainda o fim da possibilidade de se comprar bilhete a bordo, para que se evitem as grandes demoras causadas pelos utentes de circunstância. Tudo em nome de um serviço mais eficaz. “As condições em que o 28 está a funcionar são, bastantes vezes, muito pouco edificantes. Há pessoas que o utilizam, todos os dias, para ir trabalhar ou levar os filhos à escola e se deparam com um stress diário, porque nunca sabem com o que contar”, diz a o Corvo uma das promotoras da recolha de assinaturas, Inês Horta Pinto, para quem são evidentes as carências da oferta de transporte público naquela zona da capital.
A moradora da Rua da Madalena assegura que “é rara a vez em que não há atrasos” naquela linha, porque algum carro está a bloquear a passagem do eléctrico ou, então, nem nele se consegue entrar, devido à sobrelotação com que chega à paragem. É certo que existe o autocarro 737 – que assegura a ligação entre o Castelo e a Praça da Figueira – , mas o mesmo assume-se como uma oferta curta para a demanda dos moradores e trabalhadores daquela área. Fartos da incapacidade da Carris em dar resposta às suas queixas, os residentes redigiram um texto no qual expõem os seus problemas com o 28 e, em Março passado, enviaram-no não só à transportadora mas também à câmara e à assembleia. A Carris não terá respondido, o mesmo sucedendo com o vereador da Mobilidade, Miguel Gaspar. A Assembleia Municipal de Lisboa tê-los-á, então, aconselhado a promover uma petição recolhendo o mínimo de 250 assinaturas, para levar à discussão em plenário.
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Ela aí está. “O elétrico 28 percorre um eixo para o qual não existem alternativas de transporte público. Não é apenas uma atração turística: é um meio de transporte fundamental para inúmeras pessoas que residem, trabalham e/ou frequentam o ensino ao longo desse extenso eixo”, diz o texto do abaixo-assinado. Nele se assume o que “é um privilégio poder subir e descer as colinas da cidade neste meio de transporte encantador”, para, logo de seguida, se salientar o contraste com as reais condições de utilização do mesmo, tanto por parte dos moradores como dos visitantes. “No entanto, essa experiência revela-se, na prática, desconfortável, pouco fiável, demorada e insegura, quebrando o encanto e tornando a dependência desta linha num problema diário”, critica-se, antes de serem enumerados os motivos para tal quadro.

Entre eles, dizem os autores da petição, conta-se, antes de mais, “o enorme afluxo de turistas, que procuram esta linha em detrimento das linhas turísticas, por ser mais barata e por ser percepcionada e divulgada como mais ‘autêntica’ do que as outras”. E essa realidade tem reflexos noutros aspectos que, em conjunto, transformam a experiência de utilização daquela linha em algo penoso. São referidos não apenas o facto de a grande maioria dos turistas comprarem bilhetes a bordo – “‘entupindo’ o acesso, dificultando a entrada dos demais passageiros e tornando cada paragem muito demorada, devido aos pagamentos, perguntas e trocos” -, mas também as “as filas intermináveis que se formam nas paragens iniciais, fazendo com que o eléctrico inicie o trajecto já apinhado de passageiros”. Por último, e com o dedo mais apontado aos residentes, são denunciados os carros parados ou estacionados sobre os carris ao longo do percurso.

A acumulação desses factores tem como consequência, queixam-se os moradores , um quadro de problemas que torna a utilização do 28 uma dor de cabeça: total infiabilidade de horários e de tempos de espera; “condições de viagem que chegam a ser degradantes” – com “passageiros apertadíssimos; idosos sem alternativa de deslocação que viajam em condições de desconforto; crianças pequenas que não conseguem lugar sentado; alcançar a porta de saída é tarefa olímpica; sair é um alívio” -; profusão de carteiristas; e ainda “stress notório causado aos motoristas”.

Por tudo isto, são reclamadas medidas para “melhorar radicalmente a qualidade do transporte”. Entre elas conta-se o aumento do número de unidades do 28 em circulação e a abolição da possibilidade de compra de bilhetes a bordo, passando-se a oferecer, em compensação, a venda avulsa em algumas das paragens. É também pedida a adopção de “incentivos que permitam encaminhar os turistas para os eléctricos de circuito turístico”, com a redução do preço dos títulos para estes serviços especializados e até a sua integração em pacotes com outras atracções.

Mas a lista de pedidos vai mais longe. Não só é solicitada a “implementação de um sistema de actuação rápida para as situações de carros estacionados que impeçam a passagem do eléctrico, em parceria com as polícias e a EMEL”, como se propõe a introdução de mini-autocarros que façam a o mesmo circuito que o 28, sobretudo nas horas de maior procura por residentes. “Deste modo, os residentes disporão desta opção, que lhes garante que chegam a tempo ao trabalho/escola, podendo os turistas, ou quem não esteja com pressa, optar por aguardar a chegada do eléctrico”, defende o texto da petição.

PORTUGAL: 7O DIFERENÇAS

70 diferenças entre Portugal e Brasil por uma brasileira

70 diferenças entre Portugal e Brasil por uma brasileira. Um texto muito divertido e bem humorado que vale bem a pena ler e partilhar com os seus amigos.
Diferenças entre Portugal e Brasil

70 diferenças entre Portugal e Brasil por uma brasileira

Olá, tenho 24 anos, sou brasiliense, publicitária, a realizar um intercâmbio profissional em Lisboa, Portugal, e quero compartilhar um pouco sobre as aventuras e dificuldades dessa experiência maluca.
Aqui vão, então, algumas diferenças entre Portugal e Brasil:
1. Aqui em Portugal as pessoas fumam muito. Desde jovens a velhinhos. E é em qualquer lugar, na calçada, na parada, na esquina, nos restaurantes abertos, em todo lugar. E há muitos tocos de cigarros no chão.
2. Muitas pessoas estacionam seus carros na calçada atrapalhando o pedestre. Por isso há uns tocos de concreto na calçada para evitar que as pessoas estacionem lá.
3. Aqui não se diz “tchau”. Se diz “até já” ou “té amanhã”.  Mesmo quando você não verá essa pessoa tão cedo. E no telefone se diz “beijinhos”.
4. O ônibus para exatamente aonde você está na parada, mesmo se ele for atrapalhar o trânsito.
5. Aqui há muitos carros antigos. As pessoas compram carros quase que pra vida inteira. Se está em bom estado por que trocar de 3 ou 5 anos? (Também faço essa pergunta).
6. Aqui os portugueses reclamam do trânsito, mas acredite, o trânsito é tão de boa. São só alguns poucos minutos.
7. Aqui quando dizem que um local é muito longe, na verdade é ali do lado. A noção de distância dos portugueses é muito diferente da gente. Nós achamos tranquilo ir de Brasília a Goiânia (209km) em 2h30, enquanto que para eles passar mais de 1h dentro de um carro/ônibus é uma viagem.
8. Aqui eles não “entendem”, “percebem”. Você não pergunta: “Entendeu?”. Pergunta: “Percebes?”.
9. Por mais que o idioma seja o mesmo no início eu tinha muita dificuldade pra entender o que diziam. Eles falam muito rápido, engolem algumas sílabas e muitas palavras e pronúncias são diferentes. O que dá um nó na sua cabeça e te faz entender absolutamente nada. As vezes você se pergunta se falamos realmente o mesmo idioma. Já para os portugueses, o português do Brasil é tranquilo.
10. Nós (brasileiros) não falamos português, falamos brasileiro para eles.
11. Eles falam arranhando o “r” e com muito som de “shhhh” no “s”. Como Pichina (Piscina), seishhh (seis), etc.
12. Aqui não se usa muito o gerúndio. Se você “está falando com alguém”, você “está a falar com alguém”.
13. Aqui usam-se o “tu” e se conjuga o verbo certinho. O você é pouco usado e dependendo da ocasião é rude.
14. Aqui todos são senhores e senhoras, até mesmo os jovens. Enquanto no Brasil chamar até mesmo alguns velhinhos de senhor, eles se ofendem.
15. Não chame as pessoas de moço ou moça. Não sei bem o porquê, mas eles não gostam.
16. Os acentos são o contrário e as vezes se pronuncia da mesma forma (what?).
17. Eles adoram o verão. Sol, praia, férias é tudo de bom pra eles.
18. Aqui o que é “legal” ou “massa” é “giro” ou “fixe”. Ou as vezes, “muito legal” é “bué fixe”.
19. Aqui não existe padaria, é pastelaria. E o pastel não tem nada a ver com o que conhecemos no Brasil. 90% deles são doces e são uma delícia. Se vieres cá tens de provar o pastel de Belém.
20. Os portugueses costumam comer muito doce no café da manhã, que por aqui se chama de “pequeno almoço”.
21. Há pedras portuguesas em todo lugar. Sério mesmo. E se chover cuidado, elas escorregam muito.
22. Aqui não tem água “gelada”, é água “fresca”.
23. Aqui o leite é “gordo”, “meio gordo” ou “magro” e não “integral”, “semi desnatado” ou “desnatado”.
24. Aqui andar de uma estação de metrô até as próximas cinco é super tranquilo. Tudo é muito perto.
25. O transporte público aqui chama-se “metro” (ler-se métro), “comboio” (ler-se combôio, que é trem) e “autocarro” (ônibus) e a parada é “paragem”.
26. Aqui “parque” pode ser estacionamento também.
27. Aqui tudo é muito branco, as pedras portuguesas, as construções, as ruas, as casas, as paredes, a terra.
28. Mesmo que você pegue a mesma linha de ônibus todos os dias no mesmo horário e no mesmo ponto, o ônibus nunca será o mesmo. Não rola nem de fazer amizade com o motora. Até hoje acho que não consegui perceber se o motorista se repetiu.
29. Guarda chuva aqui é “chapéu”. E chapéu é… acho que chapéu também.
30. Aqui os smarts (carrinhos pequenos) estacionam nas balizas de frente.
31. No almoço comem-se sopa de entrada, ai vem a salada e o prato principal, depois a sobremesa e o cafezinho. Você sai das refeições rolando.
32. Eles não planejam, “planeiam”. E o banheiro é “casa de banho”.
33. Quando eles dizem que o tempo está fresco ou bom, está muito frio, acredite! Leve um casaco.
34. Aqui os carros respeitam a faixa de pedestre, porém param bem em cima da faixa. E eles não esperam você atravessar a rua toda, eles vão avançando lentamente sobre você. O que me dá agonia. Em Brasília os carros respeitam muito a faixa de pedestres, ao contrário de outros locais do Brasil.
35. Aqui limão é lima e lima é limão.
36. Aqui as pessoas casam-se muito tarde e tem poucos filhos. Dos 20 aos 30 é o tempo da grande juventude, onde as pessoas tem que aproveitar muito, seja para estudar, para trilhar uma carreira ou para morar em outros países.
37. Quando um time faz gol, se gritam GOOOOLLLLLOOOOOO. (Muito estranho). Vou nem comentar os outros nomes estranhos no futebol.
38. Aqui eles falam a letra “L” e as palavras mudas. Enquanto nós brasileiros falamos o “U” no lugar do “L” e colocamos uma vogal sempre depois de uma palavra “muda”. Exemplo Facebook, dizemos faceebuqui.
39. Aqui os pais cuidam dos filhos da mesma forma que as mães, essa função é dos dois, e não somente da mulher. Andando pela rua você vai ver muitos pais passeando sozinhos com seus filhos. Enquanto no Brasil não é tão comum os pais cuidarem de seus filhos sozinhos. Claro que temos as exceções.
40. Aqui quando as pessoas se cumprimentam dão dois beijinhos. Normalmente quando dois homens se cumprimentam apenas dão um aperto de mão.
41. Aqui as coisas públicas são pagas, como a universidade e os hospitais.
42. Eles conhecem mais o Brasil do que imaginamos.
43. Eles adoram Porta dos Fundos. Riem demais das piadas, mesmo sem entender as vezes. Como é o caso do video Judith, do homem azul da tim.
44. Nós somos 97 vezes maior do que Portugal quanto ao tamanho do território, e 20 vezes maior em número de população.
45. Eles acham engraçado algumas expressões brasileiras e são curiosos para conhecer as diferenças linguísticas e do nosso povo.
46. “Eu vejo velhinhos. Com que frequência? O tempo todo” Haha, Portugal tem muito velhinhos.
47. Ao contrário do que eu imaginava, os portugueses são muito simpáticos, receptivos e estão sempre dispostos a te ajudar. Não sei porque temos a ideia de que os Portugueses não gostam da gente (Pelo menos, era essa a ideia que eu tinha   ).
48. Eles acham engraçado o fato de eu falar “oi” pra tudo (no telefone, quando eu não entendo algo, etc), mas não acham engraçado o fato deles falarem “tô” quando atende o telefone. rs.
49. Aqui celular é “telemóvel” e ligação é “chamada”.
50. Aqui os fumantes são fumadores, cara é “gajo” e mina é “gaja”. “Malta” é pessoal ou galera. Crianças são “putos” ou “miúdos”. “Rapariga” é mulher, nada mais. E Aeromoça é “hospedeira”.
51. Em Coimbra os estudantes possuem uma paixão sem igual pela cidade.
52. Aqui eles dizem muito a palavra meter. Mete seu dinheiro ai.
53. Aqui centavos é cêntimos.
54. Coisa é cena.
55. Eles gostam muito de Kizomba (Música africana com misturas latinas). O que para mim é a mesma coisa que Zouk.
56. Aqui tem greve toda semana, do metrô, de ônibus, da aviação.
57. No noticiário passa sempre alguma notícia sobre o Brasil.
58. Eles têm muito orgulho do seu país, mesmo com todos os seus problemas.
59. Portugal é um país pequeno e da pra conhecê-lo inteiro em algumas semanas.
60. Ao contrário do que alguns imaginam o sotaque português é difícil pegar.
61. Quando os portugueses tentam imitar o sotaque brasileiro é muito engraçado. O contrário deve ser hilário também.
62. Em Lisboa há muitos africanos e eles falam o crioulo, que é uma língua muito parecida com português só que você não entende nada.
63. Aqui é bem comum ouvir diversos idiomas em apenas um simples passeio no metrô. É chinês, italiano, alemão, russo, grego, espanhol, inglês, africano, etc.
64. Aqui os estudantes estão sempre falando que precisam estudar muito, enquanto no Brasil nós sempre arrumamos tempo para um happy hour.
65. Aqui eles fazem poucos happy hour (todos choram).
66. Aqui as festas são na rua, começam a partir das 23h e não tem muita música.
67. Aqui você encontra vinho em todo lugar e é muito bom e barato.
68. O “d” e o “t” se pronuncia como no nordeste do Brasil.
69. Quando dizemos que algo é de Lisboa, não é lisboense como eu imaginava. É lisboeta (Tão giro né?).
70. Aqui as pessoas não se encontram com umas com as outras, elas “vão ter”.
Lisboa é linda e incrível. Me surpreendeu muito. Embora falemos o mesmo idioma e temos muitas coisas em comum, Portugal e Brasil são muito diferentes. Temos prioridades, crenças, pensamentos e modos de viver diferentes. Isso me faz pensar sobre quantas línguas e formas de viver não deve existir nesse mundão.
Já imaginou? Viver em Lisboa, mesmo que alguns achem que o choque cultural é pequeno, me fez questionar o meu modo de viver e pensar, e principalmente a forma que eu enxergava a minha cultura e hábitos.
Comecei a dar muito valor ao meu país e à minha cidade, afinal, porque nós sempre vemos o lado negativo da nossa casa?
Viver aqui me transformou em uma pessoa mais aberta e curiosa em relação à pluralidade que é o ser humano.
Autora: layannearibeiro

EXÍLIO

Exílio na pátria-mãe: 

conheça histórias 

de gaúchos que trocaram o Brasil por Portugal

Fugindo da violência ou em busca de oportunidades, brasileiros rumam ao país europeu em 

uma nova e ampla onda migratória que inclui de estudantes a profissionais experientes. ZH 

foi a Portugal para entender as motivações dos que partiram e saber que avaliação fazem da 

mudança

Larissa Roso / Agencia RBS
Após assalto traumático em Tramandaí, Álvaro e Édina, pais de Eduarda, hoje vivem no Algarve, no sul de Portugal
Álvaro Unchalo, 33 anos, e Édina da Silva, 32 anos, aguardavam no quarto o início do jogo do Inter contra o Ituano pela Copa do Brasil naquele início de noite de agosto de 2015 quando os cachorros começaram a latir nervosamente. O técnico em radiologia se levantou da cama para descobrir o que provocava a balbúrdia no pátio. Estancou na porta: dois assaltantes haviam invadido sua residência em Tramandaí, no Litoral Norte.
– Volta para trás – ordenou um dos jovens, apontando uma arma.
– Vamos com calma que eu estou grávida – pediu Édina, também técnica em radiologia.
A gestante teve as mãos e os pés amarrados com o fio de um carregador de celular. O marido foi contido com toalhas enroladas. Os criminosos, muito alterados, reviravam gavetas e insistiam para saber onde estava o dinheiro.
– Vamos matar vocês! – ameaçavam. 
Sem encontrar valores em espécie, roubaram um videogame, luvas de boxe, chinelos, um telefone. Álvaro e Édina ficaram trancados no cômodo. No dia seguinte, uma decisão nunca antes cogitada estava tomada.
– Quero ir embora para bem longe daqui – sentenciou o marido. 
A família pensou em se mudar para o Canadá ou os EUA antes de intensificar as pesquisas sobre Portugal, país cada vez mais procurado por cidadãos cansados da rotina de reféns da violência e sedentos de oportunidades de estudo e emprego. Os achados na internet sobre a pequena nação ibérica, com 10,3 milhões de habitantes, eram empolgantes: segurança, qualidade de vida a baixo custo, clima ameno na comparação a outras regiões europeias, igualdade de idioma, uma porta para os encantos do Velho Continente. 
Após quase dois anos de planejamento – venderam a casa e dois carros e largaram os empregos –, partiram, em outubro de 2017, rumo ao país que passa atualmente pela quarta onda de imigração brasileira das últimas três décadas.
Ao longo de 10 dias, em maio, GaúchaZH percorreu mais de 1,2 mil quilômetros do norte ao sul de Portugal, visitando nove cidades, para encontrar gaúchos de diferentes perfis e procedências que resolveram deixar o Brasil – os brasileiros compõem a principal comunidade estrangeira residente, de acordo com levantamentos oficiais. 

É o jeito mais arriscado e complicado de vir, mas a gente resolveu arriscar. Voltar a morar no Brasil não passa pela nossa cabeça. Nasci para viver aqui.

ÁLVARO UNCHALO

Serralheiro

Em sua primeira viagem internacional, Álvaro, Édina e a filha Eduarda, hoje com dois anos e oito meses, estabeleceram-se em Loures, nos arredores de Lisboa. Estavam dispostos a recomeçar do zero, aceitando empregos em nada relacionados a suas áreas de formação. Sopraram ares promissores, e uma oportunidade apareceu para ele já na primeira semana: assador no Solar do Churrasco, de proprietários portugueses. Em três meses, Álvaro ensinou técnicas para o corte de picanha e o tempo de fogo e criou um prato que, bem aceito pela clientela, incorporou-se ao cardápio: churrasco à brasileira, com medalhões mais grossos de carne, feijão preto, farofa e a sempre presente batata frita, muito apreciada pelos locais.
Mesmo com o sucesso, ele ficou atraído por uma vaga no Algarve, no Sul, como serralheiro, e já está no segundo emprego na área. Édina demorou mais a se estabelecer – percebeu que um preconceito ainda persiste, agarrado à imagem da mulher brasileira. No passado, muitas escolheram Portugal para atuar como garotas de programa, e o estigma não arrefeceu. “Por favor, não me julgue por ser brasileira”, suplicava, em e-mails a possíveis empregadores. Em maio, após concluir um curso de capacitação, ela começou a atuar como massagista em um hotel. Decepcionou-se, e agora ocupa uma vaga temporária de garçonete em um café. 
Os dois estão orgulhosos. Admiram-se com os baixos preços de moradia (260 euros, ou R$ 1.153, pela cotação de quarta-feira, é o aluguel, em Algoz, do imóvel simples, mobiliado, com bandeiras do Rio Grande do Sul e do Inter na sala) e alimentação, que cabem em uma remuneração igualmente baixa (Portugal tem um dos menores salários mínimos da Europa, 580 euros).
Em um passeio com a reportagem por Albufeira, uma das mais bonitas cidades costeiras do país, o casal caminhava pelas ruelas repletas de turistas munido de garrafa térmica e chimarrão – o quilo da erva-mate custa até 15 euros –, orgulhoso por despertar olhares curiosos para os estranhos apetrechos. Ele apontava os lugares que conhecia, com pratos de espaguete e costeletas de porco a 6,50 euros. Eduarda já introjetava o vocabulário local, mostrando um “boboio” (comboio), e corrigia os pais, que por vezes ainda chamavam o veículo de trem. Encantado pelo cenário, o pai brincou: 
– A diferença de Tramandaí é que aqui não tem funk!
Álvaro e Édina entraram como turistas e agora pleiteiam, com uma pasta cheia de documentos, a autorização de residência. Outros parentes e amigos pretendem executar o mesmo plano. 
– É o jeito mais arriscado e complicado de vir, mas a gente resolveu arriscar – explicou ele, otimista com os trâmites burocráticos que ambos têm pela frente. – Voltar a morar no Brasil não passa pela nossa cabeça. Nasci para viver aqui.