PIAUÍ
Balança mas não vende
LUIGI MAZZA E RENATA BUONOEm viagem a Israel, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a criação de um escritório comercial em Jerusalém. A decisão repercutiu mal entre países árabes, e o governo brasileiro agora planeja visitas à região. Não é para menos: na balança comercial, o Brasil tem déficit de 848 milhões de dólares com Israel e superávit de 3,8 bilhões com os 22 países da Liga Árabe. Se fosse um só país, a Liga seria o quinto maior importador de produtos brasileiros. Israel ocupa a 65ª posição no ranking – logo atrás de Cuba.
As exportações do Brasil para os 22 países da Liga Árabe em 2018 (11,4 bilhões de dólares) equivaleram a 35 vezes o que foi exportado para Israel no mesmo período (321 milhões de dólares).
Os países que compõem a Liga Árabe são: Arábia Saudita, Argélia, Bahrein, Catar, Comores, Djibouti, Egito, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Iraque, Jordânia, Kuwait, Líbano, Líbia, Marrocos, Mauritânia, Palestina, Síria, Omã, Somália, Sudão e Tunísia.
Omã – cujo PIB é um quinto do de Israel – importou do Brasil o dobro que Israel em 2018 (674,6 milhões de dólares).
O Brasil exportou 611,4 mil toneladas de soja para países da Liga Árabe em 2018 – quatro vezes o que foi exportado de soja para Israel(149,2 mil toneladas).
Em 2017, Israel importou do Brasil 50,4 milhões de dólares em milho – apenas um quinto do que os israelenses importaram em milho da Suíça (263 milhões de dólares).
Em 2018, o Brasil exportou 106,4 mil toneladas de carne bovina para os países da Península Árabe e vizinhança (Arábia Saudita, Catar, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Omã e Kuwait, Jordânia e Iraque). Isso corresponde a seis vezes o que foi exportado de carne bovina para Israel nesse mesmo ano (17,2 mil toneladas).
No ranking de maiores compradores de produtos brasileiros, Estados Unidos, Chile e Israel, países visitados por Bolsonaro, ocupam o 2º, 5º e 65º lugares. A China é o primeiro país do ranking. O Egito, 25º.
Nenhum comentário:
Postar um comentário