João Guimarães Rosa e Aracy, sua mulher, serviram como diplomatas na Alemanha entre 1938 e 1942. Driblando a limitação à expedição de vistos diplomáticos, ajudaram vários judeus a escapar do regime nazista para o Brasil, como registra o Yad Vashem, memorial oficial das vítimas do Holocausto.
O nazismo associava judeus a comunistas. E não sem razão. Em 1897, um grupo de quinze judeus socialistas havia fundado na Rússia o Bund que se converteu posteriormente no Movimento Nacionalista e Socialista dos Judeus Russos. Para Hitler, o Cristianismo e o Marxismo eram criações judaicas que, de mãos dadas, ameaçavam os valores arianos.
O Brasil importou a teoria da conspiração judaico-comunista, mito (sem ironia) que inspirou um capitão do exército (sem ironia) a forjar um dossiê chamado Plano Cohen que simulava a tomada de poder através de uma revolução. Daí a restrição à entrada de judeus no Brasil, decretada no Governo Vargas e desafiada pelo casal Guimarães Rosa
O escritor dizia o seguinte: ‘Um diplomata é um sonhador e por isso pude exercer bem essa profissão. O diplomata acredita que pode remediar o que os políticos arruinaram.’
Agora o Itamaraty vive o pesadelo de Ernesto Araujo. Haja caçamba para remover tanto entulho.
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